sábado, 29 de dezembro de 2012

História da Educação


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História Contemporânea.


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Introdução a Teologia 1


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Introdução à Teologia Fundamental


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Angelologia


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Hamartiologia


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Currículo, Conhecimento e Cultura


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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Politica Educacional Social.


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Comunicação


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Artes Musicais e Oficinas


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Curiosidades Sobre a Bíblia


Marcus Vinícius (organizador)

- O Autor da Bíblia é Deus.

- "BÍBLIA" vem do grego "Biblion" (que significa "livro"). O plural de "biblion" é        BÍBLIA (que significa simplesmente "LIVROS).

- O intérprete da Bíblia é o Espírito Santo.

- O assunto central da Bíblia é Jesus Cristo.

- A Bíblia é o livro mais editado e vendido do mundo.

- A Bíblia é o livro mais lido do mundo.

- Número Total de livros da Bíblia: 66 livros.

- 39 no Antigo Testamento, 27 no Novo Testamento.

- 66, 39 e 27 são todos múltiplos de 3, o número da perfeição.

- Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento (sem a inclusão dos apócrifos) estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional.

- O Velho Testamento é cerca de três vezes e meia maior do que o Novo Testamento

- Os livros de história cobrem metade do Velho Testamento

- Inicialmente, os escritos da Bíblia não eram divididos em capítulos e versículos; a divisão em capítulos só veio a acontecer no ano 1250 d.C., pelo Cardeal Hugo de Sancto Caro, monge dominicano, que dele se serviu para a sua concordância com a Vulgata. Alguns pesquisadores atribuem essa divisão também a Stephen Langton, falecido em 1228. No ano de 1551, Robert Stephen fez a divisão em versículos, publicando a primeira Bíblia, assim dividida em 1555, a Vulgata.


- Martinho Lutero foi o primeiro tradutor da Bíblia para a língua do povo alemão.


- Na biblioteca da Universidade de Gottingen, Alemanha, existe uma Bíblia que foi escrita em 470 folhas de palmeira.


- Judas vendeu a Jesus por 30 moedas de prata, equivalentes a uns 20 dólares.


- Calcula-se que o presente que Naamã ofereceu a Eliseu, do qual Geazi finalmente se apropriou, equivalia a uns 48.000 dólares.


- Tiago, filho de Zebedeu, foi o primeiro dos apóstolos a morrer por sua fé. Foi decapitado a espada por ordem do rei Herodes Agripa I, por volta do ano 44 de nossa era.


- Os escritos antigos não tinham pontuação, parágrafos, capítulos, versículos, divisões, títulos. Eram escritos mais ou menos assim:
É claro que em Hebraico, Aramaico e Grego. Escreviam assim porque o material de escrita era excessivamente caro e raro. Sem espaços, letras maiúsculas ou minúsculas, pontuações ou parágrafos, economizavam mais espaço. Mas isto podia gerar erros de cópia e erros de tradução.


- O Antigo Testamento apresenta 332 profecias literalmente cumpridas em Cristo.


- As melhores e “maiores” pregações de Jesus foram feitas por ele assentado. Mateus 5:1-2. Lucas 4:20-21. Lucas 5:3.


- Paulo pregou o sermão mais longo descrito na Bíblia 
até o romper da alva. Atos 20:7-11.


- Quem aprendeu as Sagradas Escrituras desde a infância? II Tm 3:15.


- Quem disse: “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”? Paulo. Fp 1:21.


- Qual foi um dos frutos que o martírio de Estevão produziu? A conversão de Saulo. At 22:20.


- O que acontece a quem encobre seus pecados? Não Prosperará. Prov. 28:13.


- O que o crente não pode perder? O primeiro amor ao Senhor. Ap 2:4.


- O que Paulo nos diz sobre o amor ao dinheiro? É a raiz de todos os males. I 

Tm 6:10.

- Que escritor bíblico faz referência ao papel e a tinta? João. II João 12.


- Quem disse que nosso trabalho no Senhor não é em vão? Paulo. I Co 15:58.


- A "Epístola da Alegria", a carta de Paulo aos Filipenses, foi escrita na prisão, e as expressões de alegria aparecem 21 vezes na epístola.


- Os livros de poesia cobrem um quinto do Velho Testamento

- Os Evangelhos ocupam quase a metade do Novo Testamento.

- O Pentateuco (os primeiros cinco livros escritos por Moisés) é quase do tamanho do Novo Testamento

- O Antigo Testamento foi escrito em hebraico, com exceção de algumas passagens em Esdras, Jeremias e Daniel que foram escritas em aramaico.

- O Novo Testamento foi originalmente escrito em Grego.

- Existem, aproximadamente 2.800 línguas e 3.000 dialetos, mas a Bíblia já foi vertida, em parte, em 1.500 línguas e dialetos. A Bíblia inteira só está traduzida em cerca de 330 línguas.

- Em 1525, Jacob Bem Haim, na Bíblia Bomberg, em Veneza, também havia dividido o Antigo Testamento em versículos.

- Nenhum dos livros da Bíblia recebeu qualquer título na época em foram escritos. Os títulos dos livros vieram muitos anos depois que os livros já estavam circulando.

- A palavra Bíblia vem do grego, através do latim, e significa: livros.

- A Bíblia já foi traduzida por mais de 1500 línguas e dialetos.

- A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e iniciou-se com D. Diniz (1279-1325).

- No ano de 1250 o cardeal Caro dividiu a Bíblia em capítulos, que foram divididos em versículos no ano de 1550, por Robert Stevens.

- A Bíblia inteira foi escrita num período que abrange mais de 1600 anos.

- É uma obra de cerca de 40 autores, das mais variadas profissões: de humildes agricultores, pescadores até renomados reis.

- O Livro mais antigo da Bíblia pode não ser o Gênesis, mas o livro de Jó. Se é o mais antigo, pode ser que tenha sido escrito por Moisés, quando esteve no deserto, portanto décadas antes do Pentateuco.

- O Codex Vaticanus é provavelmente o mais antigo exemplar da Bíblia em forma completa.

- A primeira tradução completa da Bíblia para o inglês foi feita por Wycliffe, em 1380.

- O primeiro Salmo encontra-se em II Samuel 1:19-27, um lamento de Davi em memória de Saul e seu filho Jônatas.

- O Antigo Testamento termina com uma maldição, e o Novo Testamento termina com uma benção.

 - O último livro da Bíblia a ser escrito foi III São João.

- Há 3573 promessas na Bíblia.

- Dos quatro evangelistas só dois andaram com Jesus; Marcos e Lucas não foram seus discípulos.

- Todos os versos do Salmo 136 terminam com o mesmo estribilho: "Porque a Sua misericórdia dura para sempre."

- O profeta que veio depois de Malaquias foi João Batista.

- Judas foi o único dos doze apóstolos que não era Galileu.

- João era o discípulo mais jovem dos doze.

- Quem foram os únicos homens que jejuaram 40 dias e 40 noites? Jesus (Mateus 4), Elias (I Reis 19:8) e Moisés (Deuteronômio 9:9).

- O último livro da Bíblia a ser escrito foi III São João.

- O Salmo 119 é o mais longo da Bíblia, é um acróstico. Os 176 versículos acham-se divididos em 22 seções de oito versos cada uma, correspondendo a cada uma das letras do alfabeto hebraico.

 - Matusalém, o homem mais velho da Bíblia, morreu antes de seu pai, Enoque, que ascendeu ao Céu.

- Ló era o pai de Moabe e Bem-ami, e também o avô dos dois porque "as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai". Gênesis. 19:36-38.

 - 42 mil pessoas perderam a sua vida por não saberem pronunciar a palavra Shiboleth. Juízes 12:5-6.

- Adão não teve sogra.

- Elias teve o privilégio de comer uma refeição preparada por um anjo. I Reis 19.

- Existem muitos dados curiosos relativos às estatísticas bíblicas. Um dos números que mais aparece na Bíblia é o 7. Entre os Hebreus este número era considerado sagrado e símbolo da perfeição.

- Noé tinha 600 anos quando terminou a arca.

- A operação matemática mais rendosa foi efetuada por Jesus quando multiplicou 5 pães e 2 peixes para alimentar a mais de cinco mil pessoas e ainda sobraram 12 cestos cheios.

- Paulo, o grande apóstolo dos gentios, segundo a tradição cristão, foi decapitado em Roma por ordem do tirano Nero.

- Em I Samuel 17:18, o queijo é mencionado pela primeira vez na Bíblia.

- Em Juízes 14:18 encontramos um dos exemplos mais antigos de enigma.

- Dois reis dos Amorreus foram postos em fuga por vespões. Josué 24:12.

portanto  ide fazei discípulos de todas as nações batizando-os em nome do pai e do filho e do Espirito Santo.

- A frase: “Não temais” aparece na Bíblia 366 vezes. Uma para cada dia do ano e uma sobra para o ano bissexto.

- A primeira citação da redondeza da terra, foi feita por Galileu [1564-1642]. Todavia bastava os descobridores conhecerem a Bíblia. Isaías 40:22.

- A arca de Noé media 134 m de comprimento, 23 m de largura e 14 m de altura. Sua área total nos três pisos era de 9.250 m2 e um volume total de 43.150 m3 aproximadamente: o que a torna próxima das embarcações atuais. Gênesis 6:15-16.

- Noé passou na arca com sua família e com os animais 375 dias. Gênesis 7:11. 8:13-19.

- O movimento ecológico, começou por um alerta de Deus. Êxodo 23:28-29.

- Davi além de poeta, músico e cantor foi inventor de diversos instrumentos musicais. Amós 6:5.

- Davi foi ungido 3 vezes, obtendo uma gloriosa confirmação divina e humana. I Samuel 16:1-13. II Samuel 2:4. I Crônicas 11:1-3.

- Salomão não era o único sábio, haviam mais 4 sábios. I Reis 4:29-31.

- O nome “cristão” só aparece três vezes na Bíblia. Atos 11:26. Atos 26:28. I Pedro 4:16.

- A idéia organizacional é bíblica e foi implantada por Moisés no deserto sob a orientação de um sacerdote. Êxodo 18:13-26.

- 42 mil pessoas perderam a sua vida por não saberem pronunciar a palavra Shiboleth. Juízes 12:5-6.

- Adão não teve sogra.

- Em qual lugar da Bíblia é citado Satanás pela primeira vez? Em I Crônicas 21:1. Ou Jó 1, se este foi o primeiro livro a ser escrito (anterior até a Gênesis, segundo alguns autores).

- Qual o capítulo que está na metade do N.T.? O capítulo 8 de Romanos.

- Qual o capítulo onde todos os versículos terminam com a mesma palavra? Salmo 136.

- Dos 4 evangelistas, quais não eram discípulos de Jesus? Marcos e Lucas.

- Qual o único capítulo que termina com 2 pontos (:)? Atos 21.


- Quem nos ensina que devemos cumprir tudo o que prometemos a Deus? Salomão. Ec 5:4.

- O que devemos dizer quando fazemos planos? Se o Senhor quiser faremos isto ou aquilo. Tg 4:15.


- O que a Bíblia diz sobre as aflições do justo? Sl 34:19.


- O maior profeta nunca realizou um milagre, mas foi o pregador mais convincente - João Batista. João 10:41-42.

- A ideia organizacional é bíblica e foi implantada por Moisés no deserto sob a orientação de um sacerdote - Êxodo 18:13-26.

- O nascimento de uma menina tinha o dobro do "Resguardo" do que um menino - Levítico 12:2/5.

- 700 homens canhotos atiravam pedras com uma funda e acertavam num fio de cabelo sem errar - Juízes 20:16.

- A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur.

- Davi, além de poeta, músico e cantor foi o inventor de diversos instrumentos musicais. Amós 6:5.

 - O tio e a tia de Jesus se tornaram "crentes" na sua pregação antes de sua crucificação. Lucas 24:13:18, João19:25.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Liberdade de consciência e de expressão


Rev. Dr. Augustus Nicodemus Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie

INTRODUÇÃO

Os conceitos de liberdade de consciência e de expressão têm recebido crescente atenção pública em nosso país em anos recentes. Entre as diversas causas, estão o crescimento da pluralidade cultural, da diversidade religiosa e do relativismo como fatores integrantes da sociedade brasileira. De que maneira as pessoas podem ter e expressar suas convicções em um ambiente onde outros indivíduos pensam e se comportam de maneira diversa dessas convicções? Essa questão também faz parte do cotidiano universitário, especialmente em instituições confessionais como o Mackenzie, que primam por princípios éticos ao mesmo tempo em que sustentam a autonomia universitária.

O QUE É LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE EXPRESSÃO

Acreditar no que quiser é um direito intrínseco a cada ser humano. A consciência é foro íntimo, inviolável, sobre o qual outros não podem legislar. Faz parte da nossa humanidade termos nossas próprias ideias, convicções e crenças. E é daqui que procede a outra liberdade, a de expressão, que consiste no direito de alguém declarar o que acredita e os motivos pelos quais acredita de determinada forma e não de outra. Nesse direito está implícito o que chamamos de “contraditório”, que é a liberdade de análise e posicionamento contrário às expressões ou manifestações de outras pessoas em qualquer área da vida. A liberdade de consciência diz respeito ao que cremos, interiormente. Já a liberdade de expressão é a manifestação externa dessas crenças.

OS FUNDAMENTOS DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE EXPRESSÃO

O direito individual de pensar livremente e de expressar tais pensamentos é garantido em todas as democracias do mundo ocidental.

A Constituição
No Brasil, a liberdade de consciência e de expressão do pensamento é garantida pela Constituição em vigor. Sua origem se encontra no caput do Artigo 5º, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, sendo assegurada a inviolabilidade dessa condição de igualdade. Se todos são iguais, todos podem expressar suas ideias, pensamentos e crenças, desde que os direitos dos outros sejam respeitados.

Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a Constituição diz no Artigo 5º:

 IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

A liberdade de expressão religiosa é decorrente da liberdade de consciência e consiste no direito das pessoas de manifestarem suas crenças ou descrenças. Aqui se incluem adeptos das religiões, do ateísmo e do agnosticismo. Por ter origem na consciência, a liberdade de expressão religiosa inclui concepções morais, éticas e comportamentais, que são desenvolvimentos da crença individual. A separação entre Igreja e Estado no Brasil significa tão somente que nosso país não adota e nem protege uma ou mais religiões. O Estado é “laico”, mas, não sendo antirreligioso, ele garante o direito de seus cidadãos professarem publicamente e praticarem a religião que quiserem, assegurando-lhes que não serão discriminados por isso, conforme o mesmo Artigo 5º:

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política...

Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 também se preocupou em resguardar a liberdade de consciência e de expressão, particularmente a expressão religiosa. O artigo 18 diz: Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou particular. Entendemos que esse amplo reconhecimento das liberdades individuais tem fundamento no fato, nem sempre considerado, de que o ser humano foi criado por Deus.
A imagem de Deus
Do ponto de vista da fé cristã, a liberdade de consciência decorre fundamentalmente do fato de termos sido criados por Deus como seres morais livres. É uma das coisas incluídas na “imagem e semelhança de Deus” com que fomos criados, de acordo com o relato de Gênesis 1.26-27: Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. O homem recebeu, por direito de criação, a capacidade de julgar entre o certo e o errado e escolher entre os dois. Ele podia livremente ponderar, analisar e, então, escolher. O fato de que ele teria de arcar com as consequências de suas escolhas diante do Criador não anulava, todavia, seu direito de fazê-las e defendê-las. É nisto que reside o que chamamos de liberdade de consciência e de expressão. Como um ser criado, o homem responde diretamente ao Criador pelo uso dessas liberdades. Ousamos dizer que uma das influências decisivas para que essas liberdades fossem reconhecidas no mundo ocidental veio da Reforma Protestante do século XVI. Os cristãos enfatizaram a necessidade da separação entre a Igreja e o Estado, destacaram o fato de que cada cristão tem sua consciência cativa somente a Deus e defenderam o sacerdócio universal de todos os cristãos. Um exemplo dos esforços destes cristãos para garantir a liberdade de expressão é o apelo de John Milton ao Parlamento Inglês, em 1644, em defesa da liberdade de imprensa.1

OS LIMITES DA MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO

Sociedades plurais em países em que há separação entre Igreja e Estado sempre terão de enfrentar o dilema entre a liberdade de manifestação do pensamento e os direitos individuais. Se por um lado as leis brasileiras nos garantem a liberdade de expressão, por outro, elas também preservam a honra e a imagem das pessoas. Não se pode denegrir uma determinada pessoa em nome da liberdade de expressão.

Falar e assumir
Conforme reza a Constituição, uma das condições para que se manifeste livremente o pensamento no Brasil é que a pessoa se identifique e assuma o que disse ou escreveu. O anonimato anula a validade da expressão, ainda que ela contenha méritos, pois sugere que o autor não tem dignidade e nobreza. Também denota que essa manifestação não vem acompanhada da necessária responsabilidade pelo ato praticado.

Contradizer e respeitar
Em sociedades multiculturais e plurais, pensamentos, crenças e convicções que são livremente expressos podem contrariar ou contraditar outros pensamentos, crenças e convicções quanto aos valores morais, crenças religiosas e preferências pessoais. Tais discordâncias, todavia, não podem ser vistas como formas de se denegrir a honra e a imagem dos indivíduos de quem se discorda. Se assim fosse, seria impossível a discussão de ideias e a apresentação do contraditório, especialmente no ambiente da Universidade. De acordo com os princípios da fé cristã, o amor a Deus e ao próximo são os maiores deveres de cada ser humano. Amar ao próximo significa respeitar o nome, os bens, a autoridade, a família, a integridade e a reputação das pessoas, independentemente das convicções religiosas, políticas e pessoais delas. Os cristãos podem discordar das pessoas e ainda assim manifestar apreço e respeito por elas. Quando cristãos deixam de amar as pessoas ao seu redor, estão violando um dos preceitos mais conhecidos de Jesus Cristo, que é amar ao próximo como a si mesmo. Os cristãos, na verdade, devem ir além e amar inclusive os seus inimigos, conforme o próprio Jesus ensinou (Mateus 5.44).

Livre mas não neutra
Em tudo isso, há outro elemento que não pode ser ignorado, o fato de que o ser humano, usando suas liberdades acima descritas, resolveu tornar-se independente de Deus e viver uma vida autônoma. O livro de Gênesis (3.1-24) registra esse momento, que na teologia cristã recebe o nome de "Queda", termo que indica que essa busca de autonomia implicou em uma caída daquele estado original de liberdade de consciência e expressão. Não que o homem tenha perdido essas liberdades – ele ainda as mantém. Só que tanto a sua consciência quanto a sua capacidade de julgar e escolher entre o bem e o mal, tendo abandonado a Deus como referencial, são inclinadas ao mal, ao erro, ao egoísmo. E como decorrência, sua expressão, embora livre, reflete essa tendência ao mal. Uma das manifestações do impacto da Queda na liberdade humana é a tendência de se procurar suprimir a liberdade dos que discordam de nós. Os que professam a fé cristã devem reconhecer que todas as pessoas, inclusive aquelas que não acreditam em Deus e que têm práticas contrárias à ética cristã, têm o direito fundamental de pensar e acreditar no que quiserem e de viver de acordo com suas crenças. Os cristãos entendem também que se manifestar contrariamente ao que pensam e fazem essas pessoas não é incitamento ao ódio, mas o exercício desse mesmo direito fundamental. Aqui citamos o dito de Voltaire, "não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo."2 Essa frase fala tanto do direito que temos de discordar dos outros quanto do direito que os outros têm de discordar de nós, direitos pelos quais deveríamos estar dispostos a lutar, uma vez que, perdidos, deixam a todos amordaçados.

LIBERDADE, RESPONSABILIDADE E CIDADANIA

Como Universidade confessional, o Mackenzie busca, conforme seu Estatuto, "a adoção de um Código de Ética baseado nos ditames da consciência e do bem, que reflitam os valores morais exarados nas Escrituras Sagradas, voltados para exercício crítico da cidadania" (Artigo 3º). Os termos do artigo citado frisam as bases da visão ética dessa Escola em prol da preservação da dignidade do homem: a iluminação pela Palavra de Deus e a consideração da consciência para o exercício livre de sua manifestação na sociedade. Ao mesmo tempo, o Mackenzie também respeita a consciência de cada um de seus alunos, como diz o Estatuto, "A assistência espiritual à comunidade universitária, respeitada a consciência de cada um, é proporcionada pela Capelania Universitária, em conformidade com a natureza confessional presbiteriana" (Estatuto, Artigo 67). Liberdade de consciência e de expressão são privilégios do ser humano por direito de criação. Jamais podemos abrir mão deles sob risco de diminuirmos nossa humanidade e a imagem de Deus em nós. __________________
1MILTON, John, Areopagitica: Discurso pela Liberdade de Imprensa ao Parlamento. Editora Topbooks, 1999. Rio de Janeiro, RJ.
2Voltaire (François Marie Arouet, 1694-1778), um dos mais famosos filósofos do Iluminismo, ficou conhecido por sua batalha incessante em prol das liberdades civis, especialmente da liberdade religiosa.



OBRAS RECOMENDADAS

ALTHUSIUS, Johannes. Política. Rio de Janeiro: TopBooks, 2003.
ASH, Timothy Garton. Nós, o Povo: a Revolução de 1989 em Varsóvia, Budapeste, Berlim e Praga. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
BARBOSA, Rui. A Imprensa e o Dever da Verdade. São Paulo: Com-Art, 1990.
HAVEL, Václav. Entrevista a Distância. São Paulo: Siciliano, 1991.
KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
MILTON, John. Areopagitica: Discurso pela Liberdade de Imprensa ao Parlamento. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.
ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
POLANY, Michael. A Lógica da Liberdade. Rio de Janeiro: Topbooks, 2003.
SCHAEFFER, Francis. "Um Manifesto Cristão" in: A Igreja no Século 21. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, p. 157-239.

Apocalipse: refletindo sobre o milênio


Por Marcus Vinícius.

O diabo será amarrado por mil anos ?
Apocalipse 20: 1- 6. Pontos a considerar:
1.    A prisão de satanás, o abismo, a chave, a corrente e o selo são simbólicos – pois coisas materiais deste mundo não prendem seres espirituais.
2.    Os mil anos também são simbólicos – como se dá com muitos dos números que aparecem no livro de apocalipse, caracterizado por muito simbolismo. O que se pode dizer é que os mil anos representam um longo período de tempo que culminará com a consumação dos séculos.
3.    Quer se entenda o milênio como mil anos literais quer não, a prisão de satanás dá-se durante esse período, como se vê no texto bíblico citado. vv.2 vemos que o anjo prendeu satanás “por mil anos”, o vv.3 mostra que essa prisão é para que satanás não engane mais as nações, “até se completarem os mil anos”, isto é, até se completarem os mil anos referido no vv.2.
4.    O vv. 4 fala do reino milenar de Cristo. O vv. 7 mostra claramente que o período milenar do reino de Cristo é o mesmo período milenar da prisão de satanás.
Por enquanto (antes do milênio) nós estamos vivendo sob o ministério do espírito santo. E até lá (até a “instalação” do milênio) teremos que conviver com o diabo, inimigo de deus mas anjos decaídos, ainda sob as ordens dos decretos permissivos de deus. Certo?
Se o cristão aceita que o milênio, o reino messiânico de Cristo, ainda está no futuro, a resposta será sim.
Se o cristão entender que o reinado messiânico não ocorrerá somente depois de uma 1ª vinda do Cristo ressurreto, mas, inexiste nos termos literais com muitos crêem, e se refere ao reinado atual e espiritual de Cristo, introduzido quando do seu ministério terreno ocorrido há mais de 2 mil anos, a resposta é não.
Segundo esta última maneira de entender, Cristo, quando veio, iniciou os “últimos tempos”, e os mil anos de seu reinado significam o domínio de cristo nos corações dos seus. Principalmente após haver ele consumado a sua obra na morte de cruz e na ressurreição gloriosa (CF. por exemplo Mc. 1:15 e paralelas: Lc. 19:38, Jo. 12: 12-15, Lc. 17:20,21 Jo. 3:3,5; 18:36,37).
Segundo este modo de entender, satanás estaria preso desde a consumação da obra redentora de Deus em Cristo até perto de sua vinda, no fim dos tempos (até a grande tribulação).
Durante este período simbolicamente milenar, transcorre a vida e a obra da igreja. E, embora preso, satanás não está inativo. Ele conta com exércitos de anjos maus (demônios), e conta com a tremenda força do pecado em nós. Ademais, a referência à sua prisão em Ap. 20 não deve ser entendida em termos absolutos, como nos lembram bons estudiosos da Bíblia. George Ladd, por exemplo, comentando Ap. 20:1 diz: “na presente passagem satanás é amarrado e preso no abismo. Certamente isto é linguagem simbólica, descrevendo uma redução radical no poder e na atividade de satanás”.
Assim, os cristãos estão livres de uma ação totalmente destruidora de satanás. Mas temos que manter-nos em luta contra o seu poder, contra o poder dos demônios e contra as ciladas do pecado e do homem velho dentro de nós.

Abraços e até a próxima.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Esoterismo evangélico ou batalha espiritual?


Colaboração do Prof. Marcus Vinícius. Desconheço o autor. Li e gostei, compartilho.

Os evangélicos fazem batalha espiritual usando métodos esotéricos quando abandonam os princípios da fé e utilizam elementos da mística do povo. Já ouvi alguém afirmar que os elementos místicos que alguns usam em religiões de ocultismo pertencem a igreja e que foram roubadas de nós. Assim, despejar sal grosso numa esquina, não deveria ser direito deles, mas da igreja. Ungir com óleo uma rua, cidade ou país é direito da igreja que foi roubado por eles. Marcar os cruzamentos como sendo de Jesus nos bairros é direito nosso. Usar certos elementos para “ponto de contato” é direito da igreja e não do ocultismo. Em que baseiam tais suposições? Tomam como base algumas ocorrências do passado, especialmente do AT.
Eliseu não tomou um vaso novo? Não usou sal para purificar as águas de Jericó? Por que não usar uma rosa “ungida”, um copo de água e óleo especial “ungido”? Acredite, mas até os incensos voltaram a fazer parte de alguns grupos pentecostais. Os pentecostais clássicos – entre os quais me incluo – costumam criticar estas práticas, esquecendo que também, por vezes, concedem poder a certos elementos como óleo e o pão e o vinho da ceia. Sim, porque “consagram” o óleo usado para unção e queimam ou enterram o que sobra dos elementos da ceia depois de consagrados. Considerar o pão e o vinho com poderes especiais também é uma prática esotérica.
Por haver no AT testamento uma orientação sobre os ingredientes do óleo da unção e do incenso, alguns crentes passaram a crer que o verdadeiro óleo da unção tem de ser de oliva e, se possível, importado de Israel, como se dele emanasse ainda mais poder. Mas, convém afirmar que esses elementos, especialmente o óleo são apenas figuras ou sombras da verdadeira unção. Assim, quando se unge com óleo o poder não está no óleo, mas no Nome de Jesus e na ação do Espírito Santo. Serve, portanto, qualquer óleo. Alguns irmãos trazem água do rio Jordão quando vão a Israel, como se aquela água tivesse em si mesma algum poder. As águas do Jordão estão tão poluídas como qualquer ribeiro das regiões metropolitanas do Brasil.
Os elementos usados no AT eram sombras do que haveria de vir. O óleo, fala da presença do Espírito Santo. O sal, usado nos sacrifícios, do crente como sacrifício agradável e sal da terra. Os elementos do templo apontavam para a pessoa de Cristo e da igreja. Assim, o candelabro é uma figura da igreja, alumiando. Hoje não se precisa mais de sombra, porque os elementos tiveram seu cumprimento em Cristo e na igreja. Muitos, no entanto, acreditam no poder do sal, do óleo e da água, elementos que apontavam para o futuro.
Vejamos a questão do sal: “Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; à tua oferta de manjares não deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas aplicarás sal” (Lv 3.1). Como cessaram as ofertas e sacrifícios, pois Cristo é o sacrifício perfeito, por que usar o sal como fazem alguns grupos neopentecostais? Este sal colocado não ferta falava de quê? 
O comentarista Mathew Henry anos atrás já falava sobre a questão dos sacrifícios. Ele diz:
O sal deveria ser colocado em todas as ofertas. Deus, portanto, exige deles que o sacrifício deveria ter sabor. Todo culto deve ser temperado com a graça. O cristianismo é o sal da terra. Óleo e incenso fazem parte dos sacrifícios. Sabedoria e humildade amolecem e adoçam os espíritos. O incenso fala da mediação e intercessão de Cristo através do qual nosso culto se torna aceitável diante de Deus.
 Ora, não se faz necessário aqui provar que os elementos presentes no tabernáculo prefiguravam a obra de Cristo, do Espírito Santo e a igreja. No entanto, apesar de tudo haver se cumprido em Cristo, como afirma o escritor aos hebreus, ainda assim a igreja se deixa judaizar trazendo para o culto os mesmos elementos, como pão sem fermento, o candelabro, faltando, obviamente o incenso, que algumas igrejas trazem para o culto sem problema algum. Cristo é nosso pão sem fermento; o Espírito Santo é o óleo e todos os elementos têm alguma relação com a igreja, a palavra de Deus e a obra de Cristo. Ora, como Cristo é a plenitude de todas as coisas, então não haverá necessidade de se apegar a esses elementos no culto a Deus. Vejamos, então, alguns exemplos bíblicos de atos proféticos. Estes eram acontecimentos ou realizações em forma de eventos e não como regras ou institucionalização. Vejamos alguns casos da Bíblia que não podem ser tomados como regras de fé:

1  1. O manto de Elias. Com ele, Elias dividiu as águas do Jordão. Eliseu, depois que Elias foi arrebatado, tomou o mesmo manto e abriu também as águas do Jordão. O poder não estava no manto, mas no Deus Todo-Poderoso. “Onde está o Senhor, Deus de Elias?”, perguntou Eliseu (2 Rs 2.14). Nas outras vezes em que Eliseu precisou atravessar o Jordão não usou do manto para abri-lo de novo. Onde os crentes se tornam esotéricos? Quando acham que o poder está no manto ou no paletó de um servo de Deus, numa peça de roupa, etc.

2. Eliseu e as águas de Jericó. Interessante como os líderes esotéricos de hoje na igreja não usam “vasilhas” novas como fazem os da religião afro em seus rituais. Porque Eliseu, ao orar pelas águas de Jericó que eram estéreis usou uma vasilha nova: “Os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é bem situada esta cidade, como vê o meu senhor, porém as águas são más, e a terra é estéril. Ele disse: Trazei-me um prato novo e ponde nele sal. E lho trouxeram. Então, saiu ele ao manancial das águas e deitou sal nele; e disse: Assim diz o SENHOR: Tornei saudáveis estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade. Ficaram, pois, saudáveis aquelas águas, até ao dia de hoje, segundo a palavra que Eliseu tinha dito” (2 Rs 2.20-22). Ora, o sal e a vasilha nova foram apenas componentes de um ato profético, o poder, de fato, estava em Deus que Eliseu invocou. “Assim diz o Senhor”. Foram as palavras do Senhor que tornaram as águas saudáveis e a terra fértil e não o sal e a vasilha nova. Sim, porque noutra ocasião o sal foi usado para deixar a terra estéril. Eis o contraste (Jz 9.45 e Sf 2.9). “Obviamente que as águas não foram curadas pelo poder do sal”, afirmam os comentaristas, “como se o sal em si mesmo tivesse poder para curar um ribeiro de águas. Foi um ato simbólico que acompanhou a declaração da palavra do Senhor, por isso as águas ficaram boas” (Brown Commentary). O prato novo e o sal falam da consagração das vidas e do “sal da terra” que tornam saudáveis a terra onde o crente vive. Um contraste, porque o sal deixa a água com gosto horrível.

Noutro episódio, quando os discípulos colocaram na sopa que preparavam ramos de uma trepadeira venenosa, Eliseu usou farinha. Por que não usou sal? Nem óleo? Porque o poder da cura está em Deus e não nos elementos. Interessante como ninguém joga farinha no ar nos cultos esotéricos de algumas igrejas. (Ver 2 Rs 4.38-41). 

3. Moisés e o tronco de árvore lançado nas águas de Mara. “Afinal, chegaram a Mara; todavia, não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se lhe Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Então, Moisés clamou ao SENHOR, e o SENHOR lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces” (Ex 15.23-25). Novamente aqui foi o Senhor quem ordena a Moisés que jogasse certo tronco de árvore nas águas, não que a árvore tivesse em si o potencial de cura, e sim o Senhor. A árvore aponta profeticamente para a cruz de Cristo. Se isto fosse regra – isto é, usar galhos de árvores para curar águas – Eliseu teria seguido o exemplo de Moisés usando uma árvore para tornar potável as águas de Jericó. No entanto, lá ele usou sal.
Moisés, em duas ocasiões bateu com a vara na Rocha. Na vez primeira, Deus ordenou que batesse na rocha, mas da segunda vez, bastava falar à rocha e ela daria água. Acostumado a bater com seu cajado – batera com ele no Egito trazendo pragas, batera nas águas do mar Vermelho e na rocha – Moisés repetiu a cena, mas foi advertido por Deus e perdeu o direito de entrar na Terra Prometida (Compare Êxodo 17.1-7 c/ Números 20.2-13). A simbologia aqui é clara: a primeira vez que feriu a rocha, era uma simbologia da Rocha, ferida na cruz; da segunda vez, bastava apenas falar. Por isso, no cântico que Deus escreveu para o povo em Deuteronômio 32 várias vezes Deus se refere a Rocha (Dt 32.4, 15, 18, 30, 31). 
Foi assim com a serpente levantada no deserto. Quem para ela olhasse era curado das picadas venenosas das serpentes. Devido ao pecado do povo serpentes invadiram o acampamento trazendo dor e morte entre o povo. E o Senhor ordenou a Moisés que fizesse uma serpente de bronze, colocasse-a num lugar alto e todo o que era mordido pelas serpentes olhava para a serpente de bronze e era curado (Nm 21.4-9). Era uma figura da obra expiatória de Cristo, fato citado pelo próprio Jesus em João 3.14: “E do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”. 
Mas, a inclinação esotérica do povo levou-o a guardar a serpente – que não mais servia para curar enfermidades – e a adorá-la como se fosse um deus. Até os dias de Ezequias a serpente era usada como objeto de adoração pelo povo de Israel. Ezequias “Removeu os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo o poste-ídolo; e fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera, porque até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã” (2 Rs 18.4). Imagine, quase 835 anos depois a serpente que Moisés levantara estava sendo adorada pelo povo como sendo um deus de bronze. 
É comum que pessoas se agarrem a objetos como forma de adoração. Por isso, até hoje a cruz é adorada em vez de ser adorado aquele que nela morreu. Sabemos de irmãos que acham que, batizando-se nas águas do rio Jordão a salvação tem outro sentido. Que o óleo feito em Israel tem mais efeito; que as águas do Jordão são ainda purificadoras. E dão valor esotérico aos elementos da ceia, como se o pão e o vinho adquirissem valor maior depois de consagrados. 
Por que os evangélicos e os pentecostais não queimam mais incenso em suas casas nem nos cultos a Deus? Porque entenderam que o incenso queimado no AT era sombra da oração do povo a Deus. Isto é explicado no texto de Apocalipse 8.1-5. 

4. Jesus usou lodo e saliva, mas o poder não estava nem no lodo nem na saliva, mas nele mesmo! Se fosse esotérico, cuspir no chão e fazer lodo seria uma prática que os discípulos perpetuariam em seu serviço a Deus.

5. Paulo, o apóstolo enviava seus objetos pessoais que eram colocados sobre as pessoas enfermas e elas eram curadas. Por que fazia isto? Por duas razões: as pessoas não conseguiam chegar até onde ele estava e ele não conseguia ir onde elas se encontravam. Hoje as pessoas não vão aos cultos e enviam seus objetos pessoais para receberem oração, diferentemente de Paulo que usava lenços de uso pessoal. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam” (At 19.11-12). Em momento algum Paulo fez disto uma regra para curar enfermos e expulsar os demônios. Ao contrário, várias vezes se deparou diante da impotência de curar a enfermidade de seus trabalhadores mais chegados, como Timóteo e Trófimo. Quantas vezes deve ter orado por Timóteo para que este ficasse livre de sua enfermidade e Timóteo não foi curado? Apelou, portanto, para a medicina e o recomendou tomar vinho para as constantes enfermidades do estômago. “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1 Tm 5.23). E por que não curou a Trófimo se em Éfeso bastava enviar seus lenços pessoais e as pessoas eram curadas? Porque Paulo não era esotérico e não atribuía poderes aos seus objetos pessoais e sim a Deus. No entanto, viu-se impotente de curar seu companheiro de Jornada ministerial. “Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” (2 Tm 4.20).
A crendice de que os elementos têm poder parece fazer parte da vida dos pagãos, pois o comandante Naamã logo que foi curado de sua lepra decidiu levar sacos de terra de Israel para a Síria para com ela construir um altar de adoração ao Deus de Israel.
Não se vê, no entanto, em qualquer outra parte da Bíblia que leprosos sejam orientados a mergulhar no Jordão sete vezes. Se isto fosse uma prática esotérica Jesus teria orientado os leprosos a mergulharem no Jordão. Mas não o fez. O Senhor Jesus não nos legou quaisquer ensinamentos neste sentido. 
  • Não se vê no Novo Testamento os apóstolos incentivando os irmãos a usarem elementos para sua cura e recebimento de poder, porque o poder não era deles, mas de Deus. O próprio Paulo vivia constantemente enfermo, a ponto de ter de parar na Galácia devido a uma enfermidade. “E vós sabeis que vos preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus” (Gl 4.13-14). Paulo pregou o evangelho e, certamente curou os gálatas enfermos, quando ele mesmo não conseguia ser curado de sua enfermidade. Não é isto um mistério? E por que não usou de lenços, de óleo, água e de outros elementos? Porque Paulo não era esotérico; dependia unicamente do poder de Deus e não dos poderes de elementos curadores.

Se houvesse poder nos elementos haveria cura para todos; mas o poder é de Deus e ele decide sobre cada pessoa, se deve ou não ser curada. É da misericórdia dele que dependemos. Alguns acreditam que a epístola aos Romanos foi ditada por Paulo a Tércio, porque Paulo estava quase cego (Rm 16.22). “Vede com que letras grandes vos escrevi de meu próprio punho” (Gl 6.11). Que sua enfermidade era nos olhos fica claro no texto: “Pois vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gl 4.15).
Paulo não diz como Epafrodito foi curado de uma enfermidade mortal, mas atesta a cura de seu discípulo: “Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza” (Fp 2.27-28). Epafrodito adoeceu e ficou às portas da morte, e foi curado; diferentemente de Paulo que sofria de uma enfermidade nos olhos e não era curado.
Recentemente houve uma campanha de um “apóstolo” latino-americano convocando os irmãos a ungirem o Brasil do Norte ao Sul derramando óleo nas rodovias, campos, etc. Também incentivou a escrever promessas de fé e livramento em pedacinhos de papel enterrando-os às margens das rodovias, como se isto resolvesse a questão no mundo espiritual. Ora, tal prática tem de ser contestada porque o Senhor nos enviou a pregar o evangelho, curar os enfermos e a libertar os oprimidos. Seria mais fácil para os apóstolos derramar óleo e escrever promessas por todo o mundo, mas isto não resolveria a principal questão espiritual: a salvação das pessoas.
O Espírito Santo nada deixou registrado quanto a isto no Novo Testamento para que a igreja não se agarrasse a essas práticas. Ele mandou pregar o evangelho e a fazer discípulos de todas as nações. Viajar de carro com garrafões de óleo pingando lentamente pelas estradas é mais fácil do que parar na praça de uma cidade e anunciar o evangelho de Jesus Cristo. Quando se prega o evangelho confrontam-se as trevas e os poderes demoníacos; mas, quando apenas se unge com óleo, mostra-se apenas a intenção de se possuir a terra. Não seria melhor andar pela terra, cumprindo a ordem de que “onde pisar a planta de teu pé será tua?”. Mesmo assim, a missão não estaria completa sem a pregação do evangelho. Abraão teve que percorrer a terra toda como garantia de que Deus a daria aos seus descendentes (Gn 13.17). A posse da terra só seria definitiva se Josué conquistasse toda a terra, por isso Deus lhe disse: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés” (Js 1.3).
Uma cidade só é conquistada quando alguém se dispõe a viver e a pregar o evangelho iniciando ali uma igreja. É a presença da igreja que muda a sociedade e não um frasco de óleo. 
O crente esotérico é aquele que coloca um copo de água sobre o rádio ou sobre a televisão esperando ser curado; a pessoa quando é curada, não deve pensar que foi devido a energia da água, mas ao poder de Deus. Alguns defendem o uso destes elementos por acharem que estes operam como estimuladores da fé das pessoas. Para que incentivar as pessoas a crerem nos elementos, desviando a atenção delas do poder de Deus? Agem da mesma maneira daquelas pessoas que oram a Deus, prostradas diante de uma imagem esperando uma graça. Alcançam-na e atribuem o feito ao poder do santo, esquecendo-se, que, muitas vezes a cura não foi alcançada pela mediação do “santo”, mas pela misericórdia de Deus. Além de que, esta é uma prática que pode induzir a operação do erro permitindo que espíritos enganadores levem a pessoa a crer no milagre do “santo” ou do “elemento”, desviando as pessoas da verdadeira adoração a Deus.
O milagre acontece e ele leva as pessoas a crer que o milagre aconteceu por força e graça da santa ou do santo; do óleo santo ou da água ungida, e quando anuncia um milagre em nome do Senhor e nada acontece! Agora, quando ele anuncia o milagre, e este acontece, e a glória é dada a Jesus Cristo, ele é verdadeiramente um profeta de Deus.
Felizmente o Espírito Santo não deixou nenhum modelo de adoração e nenhum objeto a ser adorado, para que a tendência humana de crer em elementos e em objetos não supere o valor da verdadeira adoração e da vida cristã que é feita em espírito e em verdade. 
A palavra de Deus serve de equilíbrio da fé e da verdade. Como as pessoas têm a tendência de cair para o lado místico, Deus nos deixou a palavra para nos puxar para o centro. Ocorre o mesmo com as pessoas que desprezam o místico e se apegam à rigidez da letra; o Espírito Santo precisa puxá-los para a mística para que depois encontrem o equilíbrio certo, no centro.
Até que ponto pode-se utilizar elementos e objetos sem que se caia no esoterismo? Os discípulos parecem haver perpetuado a unção com óleo – sem especificar o tipo de óleo – orientando os presbíteros a ungir os enfermos com óleo em Nome do Senhor. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor” (Tg 5.14). Em nenhum momento Tiago atribui poder ao óleo, mas ao poder do Senhor, quando afirmou: “E a oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (v 15). Ainda que a questão da unção com óleo no NT seja um ensinamento obscuro, pois somente Tiago fala do tema, sabe-se que ele ungia os enfermos com óleo, do contrário não recomendaria tal prática aos presbíteros de Jerusalém. 
Assim, é possível ungir enfermos ou fazer uso do óleo para consagrar uma casa ou objetos sem incorrer no esoterismo, usando-o como figura profética da ação do Espírito Santo. Fazer disto uma regra é errado. Se houver uma palavra ou orientação do Senhor que se unja com óleo uma casa deve-se fazê-lo, sem fazer da prática um método infalível, pois é possível usar o óleo em outras ocasiões sem que nada se realize. Pode não haver cura nem consagração. 
O esoterismo é quando o uso dos elementos torna-se uma prática dando-se a eles poderes que não possuem. O poder sempre é de Deus.

Fique na Graça e na Paz
Marcus Vinícius