quarta-feira, 19 de junho de 2013

COMO O MUNDO PÔDE SER CRIADO EM SEIS DIAS?

Marcus Vinícius

PROBLEMA: A Bíblia diz que Deus criou o mundo em seis dias (Êx 20:11). Mas a ciência moderna declara que isso levou bilhões de anos. As duas posições não podem ser verdadeiras.

SOLUÇÃO: Há basicamente duas maneiras para superar esta dificuldade.

Primeiro. Alguns eruditos argumentam que a ciência moderna não está certa. Insistem em dizer que o universo tem apenas alguns milhares de anos e que Deus criou todas as coisas em seis dias literais (6 dias de 24 horas, ou seja, 144 horas). Para sustentar esta posição, eles apresentam os seguintes pontos:

1.   Cada dia do Gênesis tem “tarde e manhã” (cf. Gn 1:5,8,19,23,31), o que é próprio do dia de 24 horas na Bíblia.

2.   Os dias foram numerados (primeiro dia, segundo dia, terceiro dia etc), uma característica peculiar dos dias de 24 horas na Bíblia.


3.   Êxodo 20:11 compara os seis dias da criação com os seis dias de uma semana (literal) de trabalho de 144 horas.

4.   Há evidência científica que suporta uma idade jovem (de milhares de anos) para a Terra.


5.   Não haveria como a vida sobreviver milhões de anos do dia três (1; 11) ao dia quatro (1:14) sem lua.


Outros eruditos da Bíblia afirmam que o universo pode ter bilhões de anos, sem que com isso se esteja sacrificando um entendimento literal de Gênesis 1 e 2. Argumentam que:

1.    Os dias de Gênesis 1 podem ter tido um período de tempo antes da contagem dos dias (antes de Gênesis 1:3), ou um intervalo de tempo entre os dias. Há intervalos em outras partes da Bíblia (como em Mateus 1:8, onde três gerações são omitidas, em comparação com 1 Crônicas 3:11-14).

2.    A mesma palavra hebraica para “dia” (yom) é empregada em Gênesis 1 e 2 como um período de tempo maior que 24 horas. Por exemplo, Gênesis 2:4 faz uso desta palavra no sentido do período total da criação de seis dias.
                                                                                                                      


3.    Às vezes a Bíblia emprega a palavra “dia” para longos períodos de tempo: “Um dia é como mil anos” (2 Pe 3:8; cf. SI 90:4).
     
                                                                                                                     
4.    Há alguns indícios em Gênesis 1 e 2 de que os dias poderiam ser períodos maiores que 24 horas:

a)    No terceiro “dia” as árvores cresceram da semente à maturidade, e produziram semente segundo a sua espécie (1:11-12). Esse processo normalmente leva meses ou anos.

b)    No sexto “dia” Adão foi criado, foi dormir, deu nome a todos os (milhares de) animais, procurou por companhia, foi dormir, e Eva foi criada de sua costela. Tudo isso parece exigir um tempo bem maior que 24 horas.


c)     A Bíblia diz que Deus “descansou” no sétimo dia (2:2), e que ele ainda está no seu descanso da criação (Hb 4:4). Assim, o sétimo dia já tem tido uma duração de milhares de anos. Dessa forma, os outros dias bem que poderiam ter tido milhares de anos também.


5.    Êxodo 20:11 pode estar fazendo simplesmente uma comparação de unidade por unidade dos dias de Gênesis com uma semana de trabalho (de 144 horas), e não uma comparação minuto a minuto.


CONCLUSÃO: Não se demonstra contradição alguma em fatos, entre Gênesis 1 e a ciência. Há apenas um conflito de interpretações. Ou os cientistas de hoje em sua maioria estão errados ao insistirem que o mundo tem bilhões de anos, ou então alguns dos intérpretes da Bíblia estão equivocados ao insistirem em dizer que foram apenas 144 horas que durou a criação, ocorrida há alguns milhares de anos antes de Cristo, sem intervalos de tempo correspondentes a milhões de anos. Mas, em qualquer dos casos, não se trata de uma questão de inspiração das Escrituras, mas de sua interpretação (em relação a dados científicos).


Fonte: Geisler, Norman L.
Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia. EDITORA MUNDO CRISTÃO


A simplicidade do Evangelho e a sofisticação da Igreja

Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. (Apocalipse 2:4-5) 

O evangelho de Jesus Cristo é simples. Simples na forma e simples no conteúdo. A vida e o ministério de Jesus acontecem num cenário simples. Ele anunciou as boas novas do reino de Deus, demonstrou a presença do reino através de palavras, exemplos e ações. Convidou pessoas para estarem e aprenderem com ele. Sofreu as incompreensões do sistema religioso e político do seu tempo. Morreu e ressuscitou. Após a ressurreição, encontrou-se com seus discípulos e comunicou-lhes que recebera toda autoridade no céu e na terra, e que, como Rei e Senhor, enviou seus discípulos para anunciarem as boas novas, levando homens e mulheres a guardarem tudo o que ele ensinou, integrando-os numa comunidade trinitária por meio do batismo, e prometeu estar com eles todos os dias, até o fim.

Alguns dias depois, no meio da festa de Pentecostes, 120 discípulos estavam reunidos em Jerusalém, e a promessa de Jesus se cumpriu. Todos foram cheios do Espírito Santo, começaram a viver a nova realidade anunciada por Jesus, saíram alegremente, por todo canto, pregando a boa notícia de que Deus visitou seu povo e trouxe salvação, justiça e liberdade.

A história seguiu e os cristãos foram se multiplicando, organizando igrejas, criando instituições, formas e ritos. Porém, as instituições cresceram e suas estruturas se tornaram mais complexas e sofisticadas. Transformaram-se num fim em si mesma. A simplicidade do evangelho foi substituída pela complexidade institucional.

C. S. Lewis, na carta 17 do livro “Cartas de um Diabo a seu Aprendiz”, aborda o tema da glutonaria e afirma que uma das grandes realizações do maligno no último século foi retirar da consciência dos homens qualquer preocupação sobre o assunto, e isso aconteceu quando ele transformou a “gula do excesso na gula da delicadeza”. Para C. S. Lewis, o problema da gula, muitas vezes, não está no excesso de comida, mas na sofisticação, na exigência de detalhes em relação ao vinho, ao ponto do filé ou ao cozimento da massa. Fica impossível atender a um paladar tão sofisticado. A simplicidade do ato de comer dá lugar à sofisticação gastronômica. Pessoas assim, segundo o autor inglês, demitem cozinheiras, destratam garçons, abandonam restaurantes, cultivam relacionamentos falsos e terminam a vida numa solidão amarga.

Como igreja, corremos o mesmo risco. A simplicidade e pureza do evangelho já não provocam prazer na maioria dos cristãos ocidentais. A sofisticação da igreja, sim. É o vaso tornando-se mais valioso que o tesouro contido nele. Se a música não estiver no volume perfeito, o ar condicionado no ponto exato, a pregação no tempo apropriado, com conteúdo que agrade a todos os paladares e com o bom uso dos aparatos tecnológicos, talvez eu não me agrade desta igreja.

Justificamos a sofisticação com expressões como “busca por excelência”, “relevância”, “qualidade”. Parece justo. O problema é que a excelência ou a relevância do evangelho está exatamente na sua simplicidade. É cada vez mais fácil encontrar cristãos que acharam a “igreja certa” do que os que simplesmente encontraram o evangelho. A sofisticação da igreja mantém o cristão num estado de espiritualidade falsa e superficial. A maior deficiência do cristianismo não está na forma, mas no conteúdo.

A verdadeira experiência espiritual requer um coração aquecido e não sentidos aguçados. Precisamos elevar nossos afetos por Cristo, seu reino, sua Palavra e seu povo, e não os níveis de sofisticação e exigências institucionais. O vaso deve ser de barro, sempre. O tesouro que ele guarda, o evangelho simples de Jesus Cristo, é que tem grande valor. A sofisticação produz queixas, impaciência, falta de caridade e egoísmo. A simplicidade sempre nos conduz a compaixão, sinceridade, devoção e autodoação.

Autor: Pr Ricardo Barbosa de Sousa



segunda-feira, 17 de junho de 2013

Caio Fábio afirma que Bíblia tem muitos erros.

PRAZO DE VALIDADE VENCIDO.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 16.6.13


Uma vez senti-me enjoado com um pão comprado em supermercado. Depois que olhei o saquinho, vi o prazo de validade vencido. Desde então examino o prazo de tudo que compro. Falaram-me de um mercado que substitui as etiquetas do produto, quando o prazo vence. Assim, passei a examinar o produto. Um dia desses ia comprar castanha do Pará e vi que o prazo não vencera. Mas o produto apresentava sinais de deterioração. Não basta ver o prazo. É preciso ver o produto.
Vez por outra fazemos uma faxina nos produtos e medicamentos lá em casa, observando o prazo de validade. Levamos isto a sério. Se o prazo venceu, jogamos fora. Não importa o preço do produto. Principalmente remédios. Uma vez foi um pacote de chá quebra-pedra. Eu o comprara há dois anos. O prazo vencera. Foi para o lixo. Perdera a validade, perdera o efeito.
Há gente com prazo de espiritualidade vencido. Há muito tempo que não lê a Bíblia, assim a leitura de meses atrás perdeu o valor. Não pode alimentá-lo. A Bíblia deve ser lida todos os dias. Leitura de quatro, cinco dias ou um mês atrás, perdeu muito do efeito. Há gente com oração vencida. Não ora há muito tempo. Até nas orações públicas, a mente vagueia e assim perde a comunhão com o Senhor. Oração e leitura da Bíblia vencidas produzem a enfermidade chamada raquitismo espiritual.
O amor do Senhor nunca é vencido: “O amor do Senhor Deus não se acaba, e a sua bondade não tem fim. Esse amor e essa bondade são novos todas as manhãs” (Lm 3.22-23). O amor divino não tem prazo de validade. Por que nossas manifestações de amor e de gratidão teriam prazo? Devem ser renovadas todas as manhãs!
Há gente com prazo de dedicação a Deus vencido: “Fiz isso, fiz aquilo, trabalhei muito”. E o que faz hoje? Há dizimistas com prazo vencido. Contribuíram uma vez, não sei quando, e se esqueceram de que o cuidado divino se renova a cada manhã e que Deus não tem prazo de validade para conosco. Suas bênçãos não cessam. A resposta de muitos de nós é que tem prazo vencido.
Há gente cujo prazo de validade de frequência aos cultos venceu. Numa igreja em que fui pastor, uma senhora, no meu quarto mês de pastorado, veio ao culto, sentou-se junto a outra e perguntou: “Quem é esse homem?”. Informada de que eu era o pastor da igreja, perguntou: “A igreja já tem pastor?”. Eu fora convidado oito meses atrás. E presumo que o processo de convite tomara algum tempo. Prazo de validade de frequência aos cultos deixa desinformado. Espiritualmente frio. Desligado da vida cristã. “Não abandonemos, com alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões” (Hb 10.25).
Você está dentro do prazo, funcionando? Cuidado, não se descuide! Com prazo de validade espiritual vencido, você pode adoecer espiritualmente. Isso não é bom. O Inimigo se aproveitará disso.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Saudação ao amanhecer

Concentra-te neste dia que desponta!
Pois ele é vida,
A própria vida em seu breve curso.
Jazem nele todas as verdades e realidades
De tua existência:
A felicidade do crescer,
A gloria do agir,
O esplendor da beleza;
Pois o dia de ontem é apenas um sonho
E o amanha é uma visão,
Mas o dia de hoje bem vivido,
Torna cada dia passado um sonho de felicidade
E cada manha uma visão de esperança.
Concentra-te, portanto, neste dia!
Neste dia maravilhoso que desponta.


(Do sânscrito, autor desconhecido, ano 300) 

Terminologia religiosa (1)


Marcus Vinícius – Organização.


Religião: Conjunto de crenças, leis e ritos, que dizem respeito a um ser considerado pelo homem como Supremo, do qual se julga dependente e com a qual pode entrar em relação pessoal.

Deísmo: Crença num deus sem atributos morais e intelectuais. Este deus não intervém na criação e também não se manifesta.

Teísmo: Crença num deus, distinto dos outros seres, pertencente a uma ordem transcendental. Ele é o criador do mundo e é o princípio da vida.

Panteísmo: Tudo é deus. A natureza, o universo e deus são a mesma coisa.

Ateísmo: Deus não existe. É o contrário do teísmo.

Animismo: Atribui alma (espírito) a todos os objetos e fenômenos naturais. E estes, em certos casos e em determinadas condições, podem entrar em contato direto com o homem.

Magismo: Afirma a existência de uma força ou poder escondido, superior às forças naturais; certos homens podem apropriar-se dele e assim produzir efeitos extraordinários. Magia branca – a que procura o bem da pessoa, magia negra – a que é usada par prejudicar a pessoa.

Manismo: Culto às almas dos defuntos, para os quais se costuma  oferecer sacrifícios.

Cosmovisão: Concepção do mundo e da vida humana.

Empirismo: A experiência é a única forma de conhecimento.

Totemismo: Crença na existência de um “parentesco” entre uma tribo ou família e uma espécie de animal ou vegetal.
Fetichismo: Culto de objetos materiais, considerados às vezes como encarnação de um espírito, ou, em, ligação com ele, capazes de determinadas virtudes.

Mitologia: História fabulosa dos deuses, semideuses e heróis da antiguidade grego-romana. É também o conjunto dos mitos próprios de um povo, de uma civilização, de uma religião.

Mito: Narrativa de significação simbólica e referente a deuses encarnados das forças da natureza e/ou de aspectos da condição humana. Pode ser entendido também como representação de fatos ou personagens reais, exagerada pela imaginação popular, pela tradição, etc.

Teodicéia: É a especulação filosófica para provar a existência de Deus.

Epifania: Para os gregos significa o aparecimento repentino de uma divindade salvadora.

Teofanias: Manifestação extraordinária de Deus, uma fala de deus, uma aparição dele, sinais pelos quais ele se revela em fatos da história da salvação ou nos seus profetas.

Teogonias: É a geração ou nascimento dos deuses, semideuses e heróis.

Cosmogonia: É a narração do nascimento, a finalidade e o perecimento de todos os seres sob a ação dos deuses.



"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." (Fernando Pessoa).

TEOLOGIA E VIVÊNCIA

Texto elaborado para uso em aula pelo Prof. Marcus Vinícius


Teologia cristã, sincera e vital, tem como alvo o conhecimento de Deus e do homem. A relação entre o Criador e a Criatura se torna possível pela comunhão que se resulta da revelação que Deus oferece de si mesmo.
Comunhão, podemos assim dizer, significa participar na união vital com Deus por intermédio do Espírito Santo. Esta interação deve ser reconhecida entre duas pessoas inteiras. Insultamos a pessoa do Espírito se sua presença nunca pode ser percebida porque somente existe no subconsciente. Por outro lado, argumentar que o espírito vem com tal força que aniquila a personalidade através de uma espécie de “possessão”, não passa de um insulto a personalidade humana.  A experiência de cristãos que desejam santificação se caracteriza por uma busca pelo controle divino mais estreito sobre nossos desejos, ambições e tempo.
Calvino, na sua exposição do credo dos apóstolos, intitulada “Instrução na fé” disse, “Quando somos ensinados a crer no Espírito Santo, somos também mandados a esperar dele o que dele as Escrituras afirmam. Do Espírito podemos esperar o fruto que caracterizava a própria personalidade de Jesus Cristo.” Pelo Espírito mortificamos os feitos do corpo “passa de teoria para vivência, somente na hora que mudanças reais marcam nossas ações e reações. A promessa que acompanha essa verdade,” certamente vivereis “(Romanos 8:13), nos lembra Tiago. Fé sem obras deve ser sepultada e esquecida sem qualquer marca no túmulo.
As obras da carne tais como impureza, lascívia, ciúme, ressentimentos, vingança, cobiça e ira não podem conviver em harmonia com o Espírito de santificação ( Gálatas 5:19-20). Até aqui todo estudante concorda, em tese.
Aceitamos intelectualmente a convivência do espírito de deus com nosso espírito pecaminoso, herdado de Adão, porque perfeitamente qu uma conversão, mesmo das mais radicais, é somente parcial. Racionalizamos, portanto, que se nesta vida terrena nunca venceremos, para quê esforçarmos muito na corrida pela santificação (Hebreus 12:14)?
João Owen (1616 – 1683) refletiu acerca deste tema, deixando-nos o seguinte conselho: “Traga a tua paixão ilícita ao evangelho, não para alcançar alívio, para maior convicção da culpa; olhe para Ele que tu transpassaste e fica amargurado. Fala para tua alma” Que é que eu fiz? Que amor, que misericórdia, que sangue, que graça desprezei?  Seria este o retorno que faço ao Pai pelo seu amor, ao Filho pelo seu sangue e ao Espírito por sua graça?... tenho maculado o coração que Cristo morreu para lavar e o Espírito tem escolhido para habitar?”
Estas palavras mostram que as verdades concretas e históricas do evangelho, não podem ser desligadas da vida de quem crê nessa palavra regeneradora. O Espírito e a palavra juntos cooperam para convencer de que a prática das obras da carne resultará na perda da herança no Reino de Deus (Gl.5:21; I Cor. 6:9-10; Ef.5:3-5).
E não é apenas o abandono de “feitos do corpo” ou “obras da carne” que marcam a vida do cidadão do céu. Do lado positivo aparecerão frutos de arrependimento (Mt. 3:8). O propósito da criação do homem na imagem  divina é afirmado em vários textos, mas em nenhum tão claramente como em Romanos 8:29. O Senhor Jesus Cristo não viveu neste mundo apenas evitando o mal. Pedro expôs na casa de Cornélio, “como deus ungiu a Jesus de Nazaré com o espírito santo e poder, o qual andou por toda parte fazendo o bem ...(Atos 10:38).
Uma teologia que não tem nada a dizer sobre santidade positiva, amor prático e obras boas, consequência da vinda do Espírito para residir no corpo do cristão, não é bíblica. Pode ser erudita, convincente, liberal, mas não fica marcada pela sabedoria que vem “lá do alto” (Tg. 3:17). Professor Paul Tillich tem nome entre os teólogos gigante de nosso século. Após sua morte sua esposa confessou que ela tinha concordado com ele a despeito do fato que ele tinha uma amante. O Espírito de Cristo, o autor da vida de Jesus Cristo, dentro da igreja corporalmente e individualmente, dificilmente endossaria tal contradição entre teologia e vida. No processo montado contra Jesus pelos oficiais do templo, o sinédrio e o sumo sacerdote, nada constou de algum malfeito cometido por ele. Os evangelhos são repletos de relatos de sua bondade. Foi acusado de malfeitor, mas um entre os que melhor lhe conheciam declarou, “não cometeu pecado” (I Pe.2:22). Mostrou integralmente como deus quis que o homem vivesse no contesto da Palestina no século primeiro.
Conclusão. A teologia deve constantemente contextualizar a fé de maneira bíblica e relevante. O teólogo deve tentar responder a pergunta: “Como devem viver os cristãos brasileiros de maneira que a luz que Deus é seja refletida a todos?”. A vida é uma “carta de Cristo conhecida e lida por todos os homens” (II Cor. 3:2-3). Mas se a mensagem da vida tem pouco ou nada que caracteriza a pessoa de Cristo, certamente a teologia deficiente deveria ser culpada. Daí a solenidade como a teologia deveria ser encarada.

Sem o erro ajudando, talvez nunca reconhecêssemos a verdade.                                 

O termo Teologia


                 Texto elaborado para uso em aula pelo Prof. Marcus Vinícius – MSc.

 O termo Teologia originou-se do pensamento grego, não é de origem cristã. Após muita hesitação, oposições e modificações é que o termo foi assumido pela fé cristã de modo claro e definitivo nos séculos 4 e 5 d.C.  Foi só com Pedro Abelardo, no século 12 d.C que o termo ganhou espaço na Igreja Latina, para indicar suas proposições e formulações.

O conceito aparece pela primeira vez em Platão. Por Teologia ele entende os mitos, as lendas e as histórias dos deuses criticados filosoficamente, desmitizados e interpretados no sentido e segundo as normas da educação política e purificado de toda inconveniência.

A Teologia representa o caminho do mito ao logos. A função do logos  consistia em descobrir a verdade, escondida nos mitos pelos deuses, a maneira da aletéia, que é um modo de revelação.

Nos começos do século 1º a.C, Mucio Scaevola propôs uma repartição pessoal dos deuses em três categorias: a) os deuses dos poetas, b) os deuses dos filósofos e c) os deuses introduzidos pelos políticos. São os três gêneros da teologia pagã : um mítico, outro físico e o outro civil. Mítico ou fabular porque usado pelos poetas, físico porque o manuseiam os filósofos e civil porque o empregam os povos.

Como vemos, distingui-se no paganismo uma tríplice espécie de Teologia:

A Mítica – dos poetas e das fábulas dos deuses. Que tratava de dar credibilidade a superstição popular e ao mito. Os poetas devem produzir um discurso sobre os deuses que sejam edificantes.

 A Física – dos filósofos que se ocupa da ordem natural. A Meteorologia (que trata de maneira mais cientifica os corpos celestes) opõe-se a teologia dos poetas. A teologia é à parte da metafísica que trata das causas primeiras, da divindade. Para Aristóteles, “a filosofia primeira ou teologia”, considera as causas supremas do mundo astral divino e visível. Os deuses já não são mais os deuses do Olimpo, e sim o próprio cosmo, opera-se a passagem para uma religião cósmica.

A Política – dos legisladores e do culto público do Estado. A teologia civil era fundada pelos legisladores do Estado. A religião sempre foi a mola mestra do Estado, o legislador e o educador devem se ocupar da teologia do ponto de vista dos costumes e da conduta humana. Fazer teologia era honrar o Imperado como deus. Por aí se compreende porque Judeus e Cristãos foram perseguidos no Império Romano como ateus. Eles se recusavam a prestar este culto. Não faziam Teologia. Os teólogos seriam, portanto, os anunciadores de deuses. A teologia é o tema religioso dos deuses e, de modo especial é o falar de deus no culto.

Até bem pouco tempo tinha-se um conceito escolástico e tradicional da Teologia, o termo designava somente o “estudo ou a ciência sobre Deus” com formulações sobre os saberes já conhecidos dos “Doutores da Igreja”, que para muitos é sem nexo e sentido. Atualmente o termo adquire um sentido altamente especulativo, crítico e questionante.

Fazer Teologia é fazer da fé um ponto de partida e um ponto de chegada da reflexão teológica. É promover uma práxis libertadora, a exemplo da Teologia da Libertação.
As pessoas são a graça e a desgraça da vida.