quarta-feira, 27 de março de 2019

DEUS NÃO EXISTE


Por Marcus Vinícius
                     Dias chuvoso e pessoas comentando a existência de Deus. Impossível Deus existir, a existência não cabe na categoria do eterno. Existir se refere aquilo que é em determinado momento ou atualmente, o que tem existência em determinado período de tempo, que dura. Etimologicamente, este termo se originou a partir do latim exsisto existere, que pode ser traduzido como “aparecer” ou “nascer”.
                 Tenho dificuldade em definir Deus (quando o faço, me limito ao que foi inspirado). Quando falamos de Deus, falamos dentro de nossas limitações e percepções finitas e temporais, daí que, definir e delimitar o eterno será sempre um erro.
                  Deus não existe, Ele é eterno, o que não tem começo e não tem fim. Tudo o mais, o que teve começo e terá fim, existe.
                    Na ordem dada a Moisés, em êxodo 3:14 (...EU SEREI O QUE SEREI..) , Deus atribui somente a si a glória divina, porque ele é auto-existente, possui uma existência fora do tempo, com o qual o tempo não tem nada a fazer, imutável, absoluto e eterno. A natureza divina, não pode ser declarada em palavras, não pode ser concebida pelo pensamento humano.
                     Portanto não me tenham como ateu ou herege, mas vamos considerar que, você querido leitor, eu mesmo, as “coisas” e tudo o mais existem, por que tivemos início e teremos um fim. Mas Deus está fora desta categoria temporal, daí ele não existir, Ele é o ontem, o hoje e o eternamente, amém.
                   Abraço fraterno.Parte inferior do formulário

sexta-feira, 8 de março de 2019

A associação de igrejas batistas e sua importância


Pr. Marcus Vinicius
               As associações existem desde os primórdios do surgimento da denominação batista com esse nome, como forma inicial e incipiente de organização do sistema cooperativo entre as igrejas denominadas batistas de várias regiões da Inglaterra. Em 1644 é publicada uma confissão de fé pelas igrejas da região de Londres. Em 1653 é criada a Associação de Somerset, e em 1655 a da região de Midland. Essas associações contribuíram para fortalecer doutrinária e espiritualmente as igrejas.
             Com a expansão dos batistas nas colônias da América do Norte, como resultado da imigração de colonos ingleses batistas, que fugiam da ferrenha perseguição que sofriam na Inglaterra, foram surgindo também as associações de igrejas batistas na nova terra. Elas foram a forma inicial de cooperação entre as igrejas batistas em solo norte-americano.
            A Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos só surgiu muito mais tarde, unindo as igrejas em nível nacional, mas grandemente apoiada pelas convenções estaduais e as associações.
           No Brasil, também foram as associações que surgiram como primeira tentativa de aproximar as igrejas. Porém, com o surgimento da Convenção Batista do Estado de São Paulo, em 1904, com o nome de União Batista, e da Convenção Batista Brasileira em 1907, predominou a forma cooperativa convencional.
            Só mais tarde, a partir de 1940, é que reapareceu o interesse pelas associações. Mesmo não havendo ainda uma história consolidada do movimento das associações nessa nova fase, pode-se afirmar que elas tiveram uma boa disseminação nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, e depois em todo o Brasil.
             A nível de Piauí temos 2 (duas) convenções atuante e, com associações abrangendo todo o estado.  Aqui as igrejas locais também se dividem. Daí então, na tentative de organizarmos e unirmos as igrejas das convenções em associação, organizamos em 07/06/1997 a ABL (Associação Batista Litorânea), que atua no litoral, inclusive gerindo a extensão do Seminário Batista de Teresina em Parnaíba.
            Por que elas existem? Existem porque ficou claro para os batistas, desde o início do século XVIL que as igrejas precisavam e precisam trabalhar em conjunto, de forma cooperativa. As associações se tornaram a grande oportunidade de encontro, confraternização, compartilhamento, confirmação de doutrina, estudo de problemas comuns e desenvolvimento de programas cooperativos, inclusive missionários.
               Elas se tornaram o grande momento da vida de igrejas que viviam isoladas, muitas vezes distantes, para promoverem eventos inspirativos, de conforto e robustecimento da fé.
               A associação deve representar, na realidade de hoje, o que aconteceu com Paulo, ao reunir os irmãos de vários locais em Troade; ou a liderança da região de Ffeso, na cidade de Mileto, conforme o relato de Atos 19, para criar uma oportunidade de comunhão e fortalecimento da fé. A associação funciona movida pelo interesse e empenho da sua liderança. Liderança fraca, associação fraca. Liderança organizada, consciente da importância da associação, atuante e eficaz, produz o mesmo resultado na vida da associação.
             A associação é o grande campo de formação e treinamento de liderança, tanto no sentido da ação cooperativa como no adestramento administrativo e parlamentar. Oferece também uma grande oportunidade para o desenvolvimento de talentos pessoais, tanto na elaboração e realização dos seus planos, quanto ao aprendizado democrático.
             Se as pessoas que recebem cargos ou oportunidades de trabalho, em qualquer função na associação, entendessem que estão recebendo o privilégio de desenvolvimento pessoal, da sua liderança, de seus talentos e, ao mesmo tempo, a oportunidade de serviço às igrejas, certamente se esmerariam em exercer sua função com toda a dedicação e empenho possíveis.
             A associação operosa tem a grande oportunidade de servir às igrejas cooperantes, estimulando-as e motivando-as a fazer melhor o seu trabalho, ampliando a visão quanto aos interesses maiores do reino de Deus e com efeito, fortalecendo-as em suas atividades.
             Por essa razão, o programa de trabalho da associação deve estar voltado totalmente para as igrejas. Aliás, nenhuma entidade denominacional existe para si mesma. Seu objetivo é servir às igrejas e, se assim não procedem, não tem razão de existir, pois seu programa de trabalho deve ser criado à luz das necessidades e realidades das igrejas cooperantes. Deve ser bem entrosado com o planejamento da Convenção à qual as igrejas pertençam, bem como com o planejamento da Convenção à qual as igrejas pertençam, bem como com o planejamento da Convenção Batista Brasileira. Assim haverá sinergia, conjugação de esforços e, consequentemente, a soma dos resultados será maior.
             A associação que ocupa adequadamente o espaço de ajuda e serviço às igrejas locais, faz também um trabalho de ponte, de ligação entre as igrejas e a convenção estadual, contribuindo para estudar problemas existentes e para buscar soluções que eles exigirem.
              Por tudo isso, as associações são organizações importantes, estratégicas no sentido cooperativo denominacional e, se receberem a atenção que merecem, poderão dar uma contribuição extremamente significativa ao trabalho das igrejas e das convenções, e muitas já o estão dando.
                                                               Parnaiba (PI), 10 de junho de 2000.

quinta-feira, 7 de março de 2019

DOS PRINCÍPIOS BATISTAS (1)


Por Marcus Vinícius
                   O tema que me proponho a expor, para muitos não terá nenhuma relevância. Trata-se dos princípios da denominação batista. Ponto basilar para a formação da identidade denominacional e muito importante como suporte da fé cristã. Poucos grupos têm uma história tão inspiradora e decente como a dos batistas, que surgiu ao redor de princípios.
                  Pela palavra “principio” queremos dizer o conjunto de elementos predominantes na constituição de um corpo doutrinário. Estamos falando de normas, conceitos, convicções; elementos fundamentais e gerais de qualquer ciência; são proposições que servem como ponto de partida. É saber no que cremos e viver a fé madura e responsável.
                 Não é tarefa fácil apresentar os princípios batistas, levando-se em conta a multiplicidade de opiniões, da parte dos historiadores. Seja como for, há sempre pontos de convergência em todos eles, permitindo estabelecer determinados elementos predominantes, na formação das proposições da nossa fé.
                 E.Y. mullins (Edgar Young Mullins), em “Os axiomas da Religião”, apresenta uma série de leis espirituais que devem ser respeitadas por qualquer constituição eclesiástica: 1) A lei da Salvação – Só existe salvação por meio da fé em Cristo; 2) A lei do culto – Deve haver uma comunicação direta e livre entre o homem e Deus; 3) A lei do serviço – A igreja existe para a prestação de serviços a Deus; 4) A lei da liberdade – O direito de todo o indivíduo buscar a Deus, de acordo com os    desígnios de seu coração; 5) A lei da fraternidade -  A salvação é individual, mas não é egoísta, revela-se na comunidade; 6) A lei da edificação e do crescimento espiritual – É o desenvolvimento da fé cristã, na experiência do salvo; 7) A lei da santidade – Resultado lógico da lei anterior, pela a ação do Espírito Santo.      
               O mesmo autor escreve sobre os axiomas da religião, da seguinte maneira: 1) O axioma teológico -  Deus é soberano; 2) O axioma religioso -  Todos podem chegar-se diretamente a Deus; 3) O axioma eclesiástico – todos os crentes tem direitos iguais; 4) O axioma moral – o homem, para ser responsável precisa ser livre; 5) O axioma cívico – Uma igreja livre, num Estado livre; 6) O axioma social – Amar ao próximo como a si mesmo.    
É interessante notar, que o próprio Mullins esclarece: “Nenhuma organização religiosa incorpora tão corretamente esses princípios na sua vida e doutrina como os batistas”.
              Robert G. Torbert (Robert Gibson Torbert), em seu livro sobre a História dos Batistas, apresenta a matéria do seguinte modo, em seus seis(6) princípios fundamentais dos batistas: 1) A Bíblia – única norma de fé e prática; 2) Uma Igreja neotestamentaria composta de crentes batizados; 3) O sacerdócio dos crentes; 4) A autoridade da igreja local; 5) A liberdade religiosa; 6) A separação entre Igreja e Estado.
             Justo C. Anderson, em História de los Bautistas, fala de sete(7) princípios, a saber: 1) O Principio Cristológico – O senhorio de Cristo; 2) O Princípio bíblico – A autoridade do Novo Testamento; 3) O Princípio Eclesiástico – Uma igreja constituída de pessoas regeneradas; 4) O Princípio Sociológico – Uma ordem democrática; 5) O Princípio Espiritual – A liberdade religiosa; 6) O Princípio Político – A separação entre Igreja e Estado; 7) O Princípio Evangelístico – A empresa missionária da Igreja e o evangelismo pessoal.
            Percebe-se então, que certas proposições são aceitas por outros grupos evangélicos, embora não tenham dado tanta ênfase, através da história, como os batistas. Talvez lhes faltasse coerência na prática de alguns desses princípios.
             Enfim, examinando nosso passado histórico e nossa teologia, podemos apontar 8 (oito) pontos principais, que são considerados por muitos eruditos como nossos princípios. São eles: 1) A suficiência das Escrituras, 2) A liberdade de opinião, 3) O batismo consciente de crentes, 4) A segurança eterna dos salvos, 5) As ordenanças (batismo e ceia), 6) O sacerdócio universal de todos os crentes, 7) A igreja local com governo congregacional autônomo, 8) A separação entre os poderes civil e religioso.
Posteriormente, iremos examinar pontualmente os princípios batistas.
Abraço frateno