Pr. Marcus Vinicius
As
associações existem desde os primórdios do surgimento da denominação batista
com esse nome, como forma inicial e incipiente de organização do sistema
cooperativo entre as igrejas denominadas batistas de várias regiões da
Inglaterra. Em 1644 é publicada uma confissão de fé pelas igrejas da região de
Londres. Em 1653 é criada a Associação de Somerset, e em 1655 a da região de
Midland. Essas associações contribuíram para fortalecer doutrinária e
espiritualmente as igrejas.
Com a expansão dos batistas nas
colônias da América do Norte, como resultado da imigração de colonos ingleses
batistas, que fugiam da ferrenha perseguição que sofriam na Inglaterra, foram
surgindo também as associações de igrejas batistas na nova terra. Elas foram a
forma inicial de cooperação entre as igrejas batistas em solo norte-americano.
A Convenção Batista do Sul dos
Estados Unidos só surgiu muito mais tarde, unindo as igrejas em nível nacional,
mas grandemente apoiada pelas convenções estaduais e as associações.
No Brasil, também foram as
associações que surgiram como primeira tentativa de aproximar as igrejas.
Porém, com o surgimento da Convenção Batista do Estado de São Paulo, em 1904,
com o nome de União Batista, e da Convenção Batista Brasileira em 1907,
predominou a forma cooperativa convencional.
Só mais tarde, a partir de 1940, é
que reapareceu o interesse pelas associações. Mesmo não havendo ainda uma
história consolidada do movimento das associações nessa nova fase, pode-se
afirmar que elas tiveram uma boa disseminação nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, e depois em todo o Brasil.
A nível de Piauí temos 2 (duas)
convenções atuante e, com associações abrangendo todo o estado. Aqui as igrejas locais também se dividem. Daí
então, na tentative de organizarmos e unirmos as igrejas das convenções em
associação, organizamos em 07/06/1997 a ABL (Associação Batista Litorânea), que
atua no litoral, inclusive gerindo a extensão do Seminário Batista de Teresina
em Parnaíba.
Por que elas existem? Existem
porque ficou claro para os batistas, desde o início do século XVIL que as
igrejas precisavam e precisam trabalhar em conjunto, de forma cooperativa. As
associações se tornaram a grande oportunidade de encontro, confraternização,
compartilhamento, confirmação de doutrina, estudo de problemas comuns e
desenvolvimento de programas cooperativos, inclusive missionários.
Elas se tornaram o grande
momento da vida de igrejas que viviam isoladas, muitas vezes distantes, para
promoverem eventos inspirativos, de conforto e robustecimento da fé.
A associação deve representar,
na realidade de hoje, o que aconteceu com Paulo, ao reunir os irmãos de vários
locais em Troade; ou a liderança da região de Ffeso, na cidade de Mileto,
conforme o relato de Atos 19, para criar uma oportunidade de comunhão e
fortalecimento da fé. A associação funciona movida pelo interesse e empenho da
sua liderança. Liderança fraca, associação fraca. Liderança organizada,
consciente da importância da associação, atuante e eficaz, produz o mesmo
resultado na vida da associação.
A associação é o grande campo de
formação e treinamento de liderança, tanto no sentido da ação cooperativa como
no adestramento administrativo e parlamentar. Oferece também uma grande
oportunidade para o desenvolvimento de talentos pessoais, tanto na elaboração e
realização dos seus planos, quanto ao aprendizado democrático.
Se as pessoas que recebem cargos
ou oportunidades de trabalho, em qualquer função na associação, entendessem que
estão recebendo o privilégio de desenvolvimento pessoal, da sua liderança, de
seus talentos e, ao mesmo tempo, a oportunidade de serviço às igrejas,
certamente se esmerariam em exercer sua função com toda a dedicação e empenho
possíveis.
A associação operosa tem a grande
oportunidade de servir às igrejas cooperantes, estimulando-as e motivando-as a
fazer melhor o seu trabalho, ampliando a visão quanto aos interesses maiores do
reino de Deus e com efeito, fortalecendo-as em suas atividades.
Por essa razão, o programa de
trabalho da associação deve estar voltado totalmente para as igrejas. Aliás,
nenhuma entidade denominacional existe para si mesma. Seu objetivo é servir às
igrejas e, se assim não procedem, não tem razão de existir, pois seu programa
de trabalho deve ser criado à luz das necessidades e realidades das igrejas
cooperantes. Deve ser bem entrosado com o planejamento da Convenção à qual as
igrejas pertençam, bem como com o planejamento da Convenção à qual as igrejas
pertençam, bem como com o planejamento da Convenção Batista Brasileira. Assim haverá
sinergia, conjugação de esforços e, consequentemente, a soma dos resultados
será maior.
A associação que ocupa
adequadamente o espaço de ajuda e serviço às igrejas locais, faz também um
trabalho de ponte, de ligação entre as igrejas e a convenção estadual,
contribuindo para estudar problemas existentes e para buscar soluções que eles
exigirem.
Por tudo isso, as associações são
organizações importantes, estratégicas no sentido cooperativo denominacional e,
se receberem a atenção que merecem, poderão dar uma contribuição extremamente
significativa ao trabalho das igrejas e das convenções, e muitas já o estão
dando.
Parnaiba (PI), 10 de junho de
2000.