quinta-feira, 11 de novembro de 2010

LÍNGUA PORTUGUESA I – MODULO 21-B

Atenção alunos da 1ª turma de Teologia FAT, este é o material da aula de domingo.
 
SUMÁRIO
PARTE 1 – Fonética e Fonologia
Capítulo I
       Letra e fonema .........................................................................01
       Divisão Silábica .......................................................................02
Capítulo II
       Crase e ortografia ....................................................................04
       Hífen – tracinho trapalhão ........................................................09
       Palavras homônimas e parônimas ........................................10
       Emprego dos “porquês” ...........................................................13
       Prosódia ....................................................................................14
       Ortoepia .....................................................................................14
Capítulo III
       Acentuação tônica ....................................................................16
       Acentuação gráfica ...................................................................16

PARTE 2 – Morfologia
Capítulo IV
       As classes gramaticais ............................................................19
 Capítulo V
       Verbo ..........................................................................................34
       
PARTE 3 – Sintaxe
Capítulo VI
       Estudo do sujeito .......................................................................47
        Estudo do predicado ................................................................49
        Concordância verbal ................................................................50
        Concordância do verbo ser .....................................................51
        Concordância com os verbos dar, bater e soar ....................52
        Concordância nominal ..............................................................52
        Diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal .55
Capítulo VII
        Regências verbais mais comuns ..............................................57
        Regência nominal .......................................................................60
Capítulo VIII
       Orações coordenadas .................................................................64
        Orações subordinadas ...............................................................64
        Orações subordinadas substantivas .........................................64
        Orações subordinadas adjetivas ..............................................65
        Orações subordinadas adverbiais .............................................65
        Diferença entre coordenada explicativa e subordinada causal  .....66

PARTE 4 - Apêndice     
        Valor dos sinais de pontuação ....................................................68
          Funções morfossintáticas do “que” ...........................................70
          Funções morfossintáticas do “se” .............................................72
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................75


Parte 1 – Fonética e Fonologia

CAPÍTULO I

LETRA E FONEMA

         Observamos, dada a nossa experiência no trato com a Língua, a dificuldade que as pessoas encontram quando estudam esse assunto, que não é, no nosso modo de entender, de difícil compreensão. Procuraremos discorrer sobre o tema com muita clareza e objetividade.
         Começamos, sempre dentro da maior objetividade possível, a partir de algumas definições e, no transcorrer do desenvolvimento do assunto, acrescentaremos bastantes exemplos.

FONEMA é som; aquilo que se ouve. 
LETRA é sinal: aquilo que se vê.

         Quando pronunciamos a primeira letra do alfabeto, temos aí um fonema -/a/; a partir do momento que grafamos esse a, teremos uma letra.
         Vejamos outros exemplos:
         Tomemos o Advérbio de lugar “aí”; sentimos claramente que escutamos dois sons (a-í). Temos, portanto, dois fonemas. Estamos vendo duas letras. Em “aí” concluímos que o número de letras é igual ao número de fonemas.
         Apresentaremos, abaixo, um quadro com algumas palavras, destacamos o número de fonemas e o número de letras:

  




           













         Algumas vezes o número de fonemas pode exceder o número de letras, fato esse que ocorre com a presença da consoante “x”. Por outro lado, o número de letras pode também exceder o número de fonemas – teremos, nesse caso, a presença do Dígrafo Consonantal ou do Dígrafo Vocálico. Por motivo de clareza, vamos estender um pouco o estudo, fazendo algumas considerações sobre os referidos dígrafos, uma vez que muitas palavras apresentam esse fenômeno fonético que complica um pouco na contagem dos fonemas e das letras. 

DÍGRAFO – definição e exemplos:
         É o emprego de duas letras para a representação de um só fonema. Nesse caso, com a presença do Dígrafo, o número de letras será, na maioria dos casos, superior ao número de fonemas.
Vejamos quais são esses Dígrafos:
CH LH NH RR SS GU QU SC SÇ XC XS (CONSONANTAIS)
AM EM IM OM UM AN EN IN ON UN (VOCÁLICOS)
CONVÉM NÃO ESQUECER: NO DÍGRAFO TEMOS DUAS LETRAS E UM SÓ FONEMA.
H R S X U – Componentes de Dígrafo; não são fonemas – são letras.
Vamos exemplificar:
Na palavra Chave temos cinco letras e quatro fonemas. O “h”, componente de Dígrafo não é fonema.
M N - componentes dos Dígrafos Vocálicos também não são fonemas; são meros sinais de nasalização.
Na palavra campo temos cinco letras e quatro fonemas / kãpu /.
Vamos ampliar o quadro acima, apresentando outras palavras.














 
         Com relação aos Encontros Vocálicos – hiatos, ditongos e tritongos, a vogal e a semivogal são incluídas na contagem de letras e fonemas.

Exemplos:
Pai     (ditongo)               - três letras e três fonemas.
Ouro  (ditongo)               - quatro letras e quatro fonemas.
Aí      (hiato)                    - duas letras e dois fonemas.
Ai      (ditongo)                - duas letras e dois fonemas.
Iguais (tritongo)               - seis letras e seis fonemas.

DIVISÃO SILÁBICA

       Devemos observar os seguintes critérios:
Faz-se de acordo com a soletração (pronúncia) das palavras:
Não separamos ditongos nem tritongos;
Separamos os hiatos;
         Separamos todas as letras dobradas:
         (CC, CÇ, RR, SS, AA, EE, II, OO, UU)
          - Se a palavra possui prefixo, devemos considerar dois aspectos:
Se a palavra que vem depois do prefixo começa por vogal, a última consoante do prefixo é atraída pela vogal que inicia a palavra.
Exemplo:
         Temos a palavra atento.
         Vamos acrescentar-lhe o prefixo negativo des.
         Teremos, então, desatento.
         Devemos dividi-la da seguinte maneira: de-sa-ten-to (de acordo com a regra nº 1)
         2) Se a palavra que vem depois do prefixo começa por consoante, o prefixo permanece inalterado.
Exemplo:
         Temos a palavra contente.
         Vamos acrescentar-lhe o mesmo prefixo da palavra anterior.
         Temos, assim, descontente.
         Sua divisão silábica far-se-á da seguinte maneira: des-con-ten-te.
         Observamos os critérios supracitados, a divisão silábica ou repartição de palavras tornar-se-á muito fácil e da compreensão de todos.
Exemplos:

 

 
 






















CAPÍTULO II

CRASE E ORTOGRAFIA
  
         É a fusão de uma preposição “a”, regida pelo termo antecedente, com o artigo “a” aceito pelo termo conseqüente.
Dedução: Refiro-me a a cidade de Fortaleza.
         Não compareci a a reunião.
Se substituirmos cidade e reunião por povo e encontro, teremos:
         Refiro-me ao povo de Fortaleza.
         Não compareci ao encontro.
Tal procedimento prático norteia o emprego da crase.

Casos especiais do emprego da crase:
- Antes de topônimos: (nomes de lugares)
Amanhã viajarei à Alemanha.
Voltarei a Curitiba no próximo sábado.
Na primeira frase, o substantivo Alemanha aceita o artigo “a”.
A Alemanha é a primeira potência econômica da Europa.
Na segunda, observamos que o substantivo Curitiba dispensa o artigo
Curitiba é a capital do Paraná.

Procedimento prático:  Vim da – estou na – crase há.
                                        Vim de – estou em – crase não há.  
Exemplos: Vim da Alemanha; Estou na Alemanha.
                  Vim de Curitiba; Estou em Curitiba.

- Antes dos substantivos terra e casa:
Os jangadeiros voltaram a terra sem peixe.
Os jangadeiros voltaram à terra de Alencar.
Cheguei a casa cansado.
Cheguei à casa dos meus avós.
Conclusão: só há crase se os substantivos estiverem determinados.

- Antes do Pronome Relativo “que”:
Não me refiro a esta moça e sim à que está sentada ao lado.
O acento indicativo da crase ocorreu dada a elisão do substantivo moça, citado anteriormente.
Se substituirmos moça por rapaz, teremos a combinação “ao” (preposição + artigo) antes do que.
Obs.: o mesmo procedimento deve ser empregado com relação ao pronome qual.
- Com os demonstrativos aquele(a) – aquilo:
Refiro-me àquele espetáculo.
Não dê atenção àquilo.
Se substituirmos aquele por este e aquilo por isto, teremos:
Refiro-me a este espetáculo.
Não dê atenção a isto.
Nesse caso, o “a” regido pelo termo antecedente funde-se com a sílaba inicial do pronome demonstrativo.
Àquilo = a isto.
Àquele (a) = a este (a)
- Antes da palavra distância:
Olhava o barco a distância.
Olhava o barco à distância de 100 metros.
Na primeira frase, o substantivo distância, usado em sentido vago, repele o artigo. O “a” que o antecede é simples preposição.
Na segunda, o mesmo substantivo está empregado de maneira determinada e aceita o artigo. Logo, a crase é obrigatória. É possível dizer: olhava o barco a uma distância de 100 metros. Tal procedimento não se ajusta à primeira frase.
- Antes de Pronomes de Tratamento:
Os Pronomes de Tratamento repelem o artigo. Não se constroem frases do tipo:
(A) Vossa Excelência aceita um café?
(A) Vossa Senhoria recebeu o documento?
Assim, não se admite crase antes de tais palavras.
Refiro-me a V. Exa.
Informei a V. Sa. toda a verdade.
Há, entretanto, algumas formas tratamentais que aceitam o artigo.
A senhorita aceita um café?
A senhora recebeu o documento?
A D. Ana já retornou?
Se aceitam o artigo, naturalmente, o acento indicativo da crase é obrigatório.
Refiro-me à senhorita Ana.
Informei à senhora toda a verdade.
Falei à D. Ana toda a verdade.

Observações:
- O verbo e o numeral são considerados palavras masculinas. Deste modo não há crase.
- Antes de nomes próprios femininos e de nomes que expressam grau de parentesco (mãe, tia, avó). O acento indicativo da crase é facultativo tal como o é o artigo que antecede esses nomes.  
O acento indicativo da crase é facultativo antes dos pronomes possessivos no singular. O mesmo não ocorre com esses pron
omes no plural, dada a ambigüidade de sentido que a ausência do sinal pode sugerir.

- Expressões femininas susceptíveis a ambigüidade (a mão, a vista, a bala, a máquina) podem receber o sinal de crase.
Costurar a mão é diferente de Costurar à mão.
Vender a vista é diferente de Vender à vista.

DESPEDIU-SE À FRANCESA / DESPEDIU-SE A FRANCESA

         No primeiro exemplo ocorre a expressão fraseológica “à francesa”, que significa “à moda ou à maneira francesa”. Junto ao verbo “despedir-se” ou “sair” essa expressão equivale a “sem cumprimentar, sem fazer os devidos ou necessários cumprimentos”. O sujeito da frase é ele ou ela, subentendido.
         Na segunda frase o sujeito é “a francesa”, a razão pela qual o “a” não pode receber acento indicativo da crase.

FEZ A VIAGEM A CAVALO

         Diante de um nome masculino o “a” é simples preposição, não podendo nunca representar uma crase.
         Outros exemplos:
         Atravessou o rio a nado / passei o riacho a vau / passeávamos a pé / fugiram a galope / mataram-no a pau / trabalhamos a todo vapor / sua lembrança veio a propósito / a bom entendedor meia palavra basta / vamos fazer isso a título de experiência / nada a Deus é impossível / sou a favor do carro a álcool / os ônibus são movidos a óleo diesel / todos obedeceram a Luís Alves de Lima e Silva / os combatentes aderiram a Plácido de Castro.

ORTOGRAFIA

         Parte da gramática que trata da maneira correta de grafar os vocábulos. Sobre esse assunto não devemos estabelecer regras práticas para todos os casos, uma vez que só o estudo etimológico, na maioria dos casos, explica o fato.

“S” e não “Z”:
vocábulos que indicam origem ou nacionalidade.
         Japonês - japonesa
         Inglês - inglesa
- palavras que designam títulos nobiliárquicos.
         Princesa
         Baronesa
         Dogesa
         Duquesa
- Sufixo “isa” formador de adjetivo. 
         Poetisa
         Sacerdotisa
- depois do ditongo.
         Coisa
         Lousa
         Pouso
- são grafados com “S” os vocábulos correspondentes a verbos com “nd”.
         Compreender - compreensão
         Ascender - ascensão
         Suspender - suspensão
- verbos em “isar” correspondentes a nomes em “is”, “isa”, “ise”, “iso” e “isão”.
         Bis - bisar
         Pesquisa - pesquisar
         Análise - analisar
         Visão - visar
- sufixo “oso” e “osa”.
         Dengoso - dengosa
         Bondoso - bondosa
         Atencioso - atenciosa

“Z” e não “S”:
- substantivos abstratos formados a partir de adjetivos.
         Rico - riqueza
         Pobre - pobreza 
         Belo - beleza
         Hediondo - hediondez
         Pequeno - pequenez
- verbos em “izar” não correspondentes a nomes em “is”, “isa”, “ise”, “iso” e “isão”.
         Inferno - infernizar
         Batizo - batizar
         Catequese - catequizar
- palavras terminadas em “triz”.
         Cicatriz
         Diretriz
         Meretriz

“J” e não “G”
- o “j” da primitiva permanece na derivada.
         Laranja, laranjinha, laranjeira, laranjal.

O “j” nunca se transforma em “g”
- grafam-se com “j” os vocábulos de origem Tupi.
         Itapajé
         Pajé
         Canjica
O “g” se transforma em “j” antes de “a” e de “o”.
         Eleger - eleja
         Agir - aja
         Redigir - redijo

“G” e não “J”:
- o “g” da primitiva permanece na derivada.
         Lógica - logístico
         Eleger - elegido

“X” e não “CH”:                                    
- depois de ditongo
         caixa, baixo, ameixa, deixa, frouxo.
Exceção: caucho e derivados.
- Depois da sílaba “en”.
         Enxada
         Enxerido
         Enxuto
         Enxoval
Atenção: Se o “en” for prefixo, observe-se a grafia do vocábulo a que se liga.
         Enchumaçar
         Enchiqueirado
         Enchente
         Encher
         Preencher
Exceção:      enchova (peixe)
                     enxova (prisão)
- Depois da palavra “me”.
         Mexerico
         Mexer
         Mexe-mexe
Exceção: mecha (porção de cabelos)

“SS”:
- são grafados com “SS” os substantivos correspondentes a verbos com “prim”, “gred”, “meter”, “ced”, “mitir”  e “cutir”.
         Imprimir - impressão
         Agredir - agressão
         Ceder - cessão
         Permitir - permissão
         Discutir - discussão
         Comprometer – compromisso

“Ç”:
- depois de ditongo
         Sujeição
         Eleição
         Rejeição
- nomes correspondentes a verbos em “ter”.
         Conter - contenção
         Ater - atenção
         Reter - retenção


RELAÇÃO DE PALAVRAS CUJAS GRAFIAS SÃO MAIS SOLICITADAS



O HÍFEN – TRACINHO TRAPALHÃO

         O hífen, esse tracinho minúsculo também conhecido como traço-de-união (nome desprezado oficialmente porque nem sempre une, mas também separa), tem o seu emprego regulado (melhor seria dizer desregulado) pelas Instruções do Vocabulário da Academia Brasileira de Letras; e, nas suas omissões, pela tradição, pela analogia e pelo bom-senso.
Uso do Hífen
         O hífen ou traço-de-união deve ser usado genericamente nestes casos:
para separar os elementos da maioria dos substantivos compostos por justaposição. Ex.: arco-íris, joão-ninguém, amigo-da-onça, etc.
para ligar os pronomes oblíquos enclíticos. Ex.: amá-lo, pô-las, acompanham-nas, etc.
para separar os elementos que constituem um adjetivo composto. Ex.: infanto-juvenil, luso-brasileiro, ínfero-anterior, etc.
para separar sufixos tupis -açu, -guaçu, e -mirim de palavra terminada em vogal acentuada graficamente ou em tônica nasal. Ex.: acaraú-açu, maracanã-guaçu, capim-mirim, etc.
nas datas. Ex.: 18-12-1956. Camões (1524-1580) morreu na miséria.
Para separar as sílabas de uma palavra. Ex.: ci-da-de, rit-mo, etc.
PREFIXOS QUE EXIGEM HÍFEN DIANTE DE VOGAL – H – R – S
PREFIXOS
VOGAL
H
R
S
auto-
contra-
extra-
infra-
intra-
neo-
proto-
pseudo-
semi-
supra-
ultra-




ante-
anti-
arqui-
mini-
sobre-




hiper-
inter-
super-




ab-
ad-
ob-
sob-
sub-




circum-
com-
mal-
pan-





entre-






Obs. – 1. O prefixo sub- exige hífen também diante de palavras iniciadas por b.
           2. Extraordinário, como exceção de regra, não se grafa com hífen.
PREFIXOS QUE EXIGEM HÍFEN DIANTE DE QUALQUER LETRA
 









       
   
       
Obs. – Os elementos prefixo-radicais não se ligam a uma palavra por meio de hífen. Os principais elementos prefixo-radicais são estes:



 






PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS

Obs. – Este assunto deveria, em rigor, constar apenas de Semântica. O propósito didático fez-nos, contudo, incluí-lo aqui.
         Palavras homônimas são aquelas que possuem grafia ou pronúncia igual. Ex.: sessão (reunião), seção (divisão, corte), cessão (ato de ceder); almoço (substantivo), almoço (verbo).
         Palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia parecidas. Ex.: comprimento (extensão), cumprimento (saudação); despercebido (não notado), desapercebido (desprovido).
         As principais palavras homônimas e parônimas são estas:

PALAVRAS HOMÔNIMAS e PARÔNIMAS

SIGNIFICADO
absolver/
inocentar, perdoar
absorver
sorver; consumir, esgotar
acender
pôr fogo, alumiar

PALAVRAS HOMÔNIMAS e PARÔNIMAS

SIGNIFICADO
ante
Antes
anti
Contra
aonde
usa-se com verbos dinâmicos
ascender
subir
acento
tom de voz; sinal gráfico
assento
lugar de sentar-se
acerca de
sobre, a respeito de
cerca de
aproximadamente
há cerca de
faz
acerto
ato de acertar
asserto
afirmação
acostumar
contrair hábito
costumar
ter por hábito
acurado
feito com muito cuidado
apurado
seleto, fino, refinado
afear
tornar feio
afiar
aguçar, amolar
afeito
habituado
afoito
corajoso
aferir
conferir, comparar
auferir
colher, obter
afim de
semelhante a, parente de
a fim de
Para
cassar
anular
cadafalso
patíbulo
catafalco
estrado alto em que se coloca o féretro
cardeal
prelado do Sacro Colégio; principal, fundamental
cardial
relativo à cárdia
cartucho
Canudo de papel ou papelão
cartuxo
frade de ordem cartuxa
cavaleiro
aquele que sabe andar a cavalo
cavalheiro
homem educado
cela
pequeno quarto de dormir
sela
arreio
cemento
substância para metais
cimento
pó para argamassa
censo
recenseamento
senso
raciocínio, juízo claro
cerração
nevoeiro denso
serração
ato de cerrar
cerrar
fechar
serrar
cortar
cervo
veado
servo
escravo
cessão
ato de ceder
seção ou secção
corte, divisão

onde
usa-se com verbos estáticos
amoral
indiferente à moral
imoral
contra a moral, libertino, devasso
apóstrofe
figura de linguagem; interpelação
apóstrofo
sinal gráfico
apreender
instruir-se
apreender
assimilar
arrear
pôr arreios
arriar
abaixar, descer
assoar
limpar o nariz
assuar
vaiar, agupar
avir-se com
Entender-se com, conciliar-se com
haver-se com
ajustar contas com, defrontar-se com
bem-vindo
bem recebido, quando se chega
benvindo
nome de pessoa
brocha
prego curto
broxa
pincel grande; indivíduo sem potência sexual
bucho
Estômago
buxo
arbusto
caçar
apanhar animais ou aves
chácara
sítio
xácara
narrativa popular em verso
cheque
ordem de pagamento
xeque
lance de jogo de xadrez; perigo; chefe de tribo
cidra
fruto
sidra
vinho de maçã
comprimento
extensão
cumprimento
saudação; execução
concelho
município
conselho
sugestão; nome coletivo
conjetura
suposição; hipótese
conjuntura
situação; circunstância
concerto
sessão musical; acordo
conserto
reparo
coser
costurar
cozer
cozinhar
deferimento
concessão
diferimento
adiamento
deferir
atender, conceder
diferir
distinguir-se, ser diferente; adiar
defeso
proibido
defesso
cansado
degredado
desterrado, exilado
sessão
reunião
cesto
balaio
sexto
ordinal de seis
chá
bebida
título do ex-imperador do Irã
despensa
lugar de guardar mantimentos
dispensa
isenção, licença
despercebido
não notado
desapercebido
desprovido, desaparelhado
destratar
insultar
distratar
desfazer
édito
ordem judicial; provém do Judiciário
edito
decreto, lei; provém do Executivo ou do Legislativo
emergir
vir á tona
imergir
mergulhar
emigrar
sair da pátria
imigrar
entrar num país estrangeiro para nele morar
eminente
notável, célebre; elevado
iminente
Próximo, prestes a acontecer
esbaforido
ofegante, cansado
espavorido
apavorado, assustado
espectador
assistente
expectador
aquele que espera
esperto
ativo, inteligente, vivo
experto
perito, entendido
espiar
observar, espionar
expiar
sofrer castigo
estada
permanência de pessoa
estadia
permanência de veículo
estádio
fase, período
estágio
preparação
estância
propriedade
instância
insistência
estático
firme, imóvel
extático
admirado, pasmado
inflação
desvalorização do dinheiro; expansão
infligir
aplicar pena ou castigo
insolúvel
que não se pode dissolver ou resolver
insosso
sem sal
insulso
sem graça
intemerato
puro, íntegro, incorrupto
intimorato
destemido, valente, corajoso
intercessão
ato de interceder, de intervir
intersecção
ato de cortar
laço
lasso
frouxo, gasto, banho; cansado, fatigado
lactante
que amamenta, que produz leite
lactente
que ainda mama
lenimento
suavização
linimento
remédio de fricção
lista
relação, rol
listra
linha, risco
locador
proprietário, o que dá por aluguel
locatário
inquilino
lustre
candelabro
lustro
período de cindo anos
lutulento
lamacento
lutuoso
fúnebre, triste
mal
antônimo de bem
mau
antônimo de bom
malgrado
apesar de
mau grado
má vontade
mandado
ordem
mandato
período de missão política
moradia
ato de morar
morada
lugar onde se mora, habitação
ótico
relativo ao ouvido
óptico
relativo à visão
sexta
numeral correspondente a seis
sesta
descanso depois do almoço
cesta
utensílio de transporte
sobscrever ou subscritar
escrever embaixo de, assinar
sustar
suspender

degradado
estragado, rebaixado, aviltado
delatar
denunciar
dilatar
alargar, ampliar
descargo
alívio
desencargo
desobrigação de um encargo
descrição
ato de descrever, expor
discrição
reserva, qualidade de discreto
descriminar
inocentar
discriminar
distinguir
estrato
tipo de nuvem
extrato
resumo; essência
estreme
Puro, genuíno
extremo
distante
flagrante
evidente
fragrante
perfumado
fluir
correr
fruir
gozar, desfrutar
fuzil
carabina, espingarda
fusível
fio de instalação elétrica
genitor
pai
progenitor
avô
glosa
comentário, interpretação
grosa
doze dúzias
história
narrativa de fatos reais
estória
narrativa de ficção
incerto
não certo
inserto
incluído
incidente
episódio
acidente
acontecimento casual
incipiente
principiante
insipiente
ignorante
indefeso
desarmado, fraco
indefesso
Incansável, laborioso
inerme
sem arma
inerte
parado
infração
violação, transgressão
infringir
transgredir, violar, não respeitar
insolvível
que não se pode pagar
paço
palácio
passo
passada
peão
aquele que anda a pé
pião
brinquedo
pequenez
qualidade de pequeno
pequinês
raça de cães; de Pequim
plaga
região, país
praga
maldição
pleito
disputa
preito
homenagem
precedente
antecedente
procedente
Proveniente, oriundo
preeminente
nobre, distinto
proeminente
saliente
prescrição
ordem expressa
proscrição
eliminação, expulsão
previdência
qualidade daquele que prevê as coisas
providência
medida prévia para conseguir um fim; a suprema sabedoria atribuída a Deus
prostrar-se
humilhar-se, curvar-se
postar-se
colocar-se, permanecer por muito tempo
ratificar
confirmar
retificar
corrigir
reboco
argamassa
reboque
ato ou efeito de rebocar, ou seja, de comboiar; veículo puxado por outro veículo
romeno
da Romênia
romaico
idioma grego moderno
ruço
grisalho, desbocado
russo
da Rússia
sexta
numeral correspondente a seis
tráfego
movimento, trânsito


tráfico
comércio lícito ou não
vadear
passar ou atravessar a vau, a pé ou a cavalo
vadiar
levar vida de vadio
válido
sadio, vigoroso
suster
sustentar
tacha
pequeno prego; mancha
taxa
imposto; percentagem
tachar
censurar, pôr defeito
taxar
estipular; qualificar, seja positiva, seja negativamente

valido
protegido
vasa
fundo lodoso do rio, do mar; lodo, lodaçal, limo
vaza
cartas; forma verbal
viagem
substantivo

viajem

verbo

EMPREGO DOS “PORQUÊS”
      
         Você sabia que essa palavrinha pode ser escrita de quatro maneiras diferentes?
         POR QUE, PORQUE, POR QUÊ e PORQUÊ?
         POR QUE –Nas interrogações diretas (no início das interrogações).
         Ex.: Por que você não estuda?
         No interior da frase, quando for igual a: por que motivo, pelo (a) qual, o motivo pelo qual.
         Ex.: A crise por que passa o Brasil (pela qual).
         Daí por que estamos contentes (o motivo pelo qual).
         PORQUE – É o de emprego mais fácil, por ser mais generalizado e sempre responde a uma pergunta ou dá uma explicação.
         Ex.: Ela foi reprovada porque não estuda.
         POR QUÊ – É empregado no fim da frase, antes de um ponto.
         Ex.: Você não estuda por quê?
         Ela saiu e eu não sei por quê!
         PORQUÊ – É uma palavra substantivada e, por isso, está sempre antecedida de artigo ou pronome adjetivo.
         Ex.: Desconheço o porquê de sua atitude.

OUTROS EXEMPLOS:
         Ela está encabulada, mas não sei por quê.
         Não me visitasse mais. Por quê?
         Por que não me visitaste mais?
         Deve haver um porquê para o seu gosto.
         São esses os ideais por que tenho lutado.
         Não fui à aula, porque chovia.
         A razão por que a deixei é justa.
         Não atino com o porquê de tal atitude.
         Ele não veio porque esta doente.
         Eis por que ele não vence o medo.
         Eles não saíram por quê?
         Não entendo o porquê de semelhantes atitudes.
         Você está assim feliz por quê?
         O uso da palavra porquê parece complicado.

    

   
         É a parte da gramática que trata da posição correta do acento tônico. Dizer récorde em vez de recorde; rúbrica em vez de rubrica é erro de Prosódia chamado de Silabada. Esteja alerta para os seguintes exemplos:
Novel e não nóvel
Recém e não recem
Algaravia e não algarávia
Blasfemo e não blásfemo
Batavo e não bátavo
Decano e não décano
Efebo e não Éfebo
Grácil e não gracil
Homizio e não homízio
Ibero e não Íbero
Opino e não ópino
Pegada e não pégada
Pudico e não púdico
Impudico e não impúdico
Aziago e não azíago
Gratuito (túi) e não gratuíto
Circuito (cúi) e não circuíto
Aríete e não ariete
Maquinaria e não maquinária
Necropsia e não necrópsia
Ínterim e não interim

ALGUMAS PALAVRAS QUE ADMITEM DUPLA PROSÓDIA
(variação na sílaba tônica)

ORTOEPIA

         Parte da gramática que trata da boa pronunciação das palavras. É comum, na linguagem coloquial, a deturpação da pronúncia de certos vocábulos.
         Roba (ó) em lugar de rouba.
         Prazeirosamente em lugar de prazerosamente.
         Afroxa (ó) em lugar de afrouxa.
Relacionamos, a seguir, alguns exemplos:
Pronúncia errada                      Pronúncia Certa










CAPÍTULO III

ACENTUAÇÃO TÔNICA

         Quem é que não conhece aquela famosa brincadeira que se faz com as palavras  sabia/sábiá? “Você sabia que o sabiá sabia assobiar?” A brincadeira se baseia na diferente posição da sílaba tônica de sabia (bi) e de sabiá (á). Seria possível, ainda, acrescentar à brincadeira a palavra sábia, cuja sílaba tônica é sá.
         Na língua portuguesa, a sílaba tônica pode aparecer em três diferentes posições; consequentemente, as palavras podem receber três classificações quanto a esse aspecto:
oxítonas – são aquelas cuja sílaba tônica é a última: você, café, jiló, alguém, ninguém, paul, ruim, carcará, vatapá, anzol, condor; 
paroxítonas – são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima: gente, planeta, homem, alto, âmbar, éter, dólar, pedra, caminho, amável, táxi, hífen, álbum, vírus, tórax;
proparoxítonas – são aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima: lágrima, trânsito, xícara, úmido, Alcântara, mágico, lâmpada, ótimo, médico, fanático.
         Você observou que, nos exemplos dados para os três casos, só há palavras com mais de uma sílaba. Quanto às de apenas uma sílaba, os chamados monossílabos, há divergências quanto à sua classificação tônica. Quando apresentam tonicidade, como no caso de má, pó, fé, há quem as considere simplesmente monossílabos tônicos. Outros preferem dizer que são “oxítonas de apenas uma sílaba”. A questão é polêmica, mas a primeira tese (monossílabos tônicos) tem mais adeptos.
         É importante destacar que só se percebe se um monossílabo é tônico ou átono pronunciando-o numa seqüência de palavras, ou seja, numa frase. Experimente com o verbo pôr e a preposição por. Leia a frase “Fazer por fazer” e depois substitua o verbo fazer pelo verbo pôr (“Pôr por pôr”). Que tal? Fica clara a diferença entre o verbo, que é tônico, e a preposição, que é átona. Note que o o da preposição por tende a ser lido como u (“pur), o que é um sintoma da atonicidade.
         Qual é a sílaba tônica de pele? Como você pronuncia o segundo e? Como i (“peli”), não é? O e átono é pronunciado como i, e o o, como u.
         Veja esta frase:
                   Há pessoas extremamente más, mas há outras extremamente boas.
         Percebeu a diferença entre más e mas? A primeira é um monossílabo tônico; a Segunda é um monossílabo átono.
         Em português, existem algumas palavras dissílabas átonas, como a preposição para.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
       
Os acentos
         A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos sinais escritos sobre algumas letras para representar o que foi estipulado pelas regras de acentuação, que estudaremos adiante. Esses sinais, que fazem parte dos diacríticos – além dos acentos, o trema, o til, o apóstrofo e o hífen –, são:
o acento agudo ( ´ ) – colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo –em, indica que essas letras representam as vogais tônicas da palavra: carcará, caí, súdito, armazém. Sobre as letras e e o, indica, além de tonicidade, timbre aberto: lépido, céu, léxico, apóiam;
o acento circunflexo ( ^ ) – colocado sobre as letras a, e e o, indica, além de tonicidade, timbre fechado: lâmpada, pêssego, supôs, vêem. Atlântico;
o trema ( ¨ ) – indica que o u é semivogal, ou seja, é pronunciado atonamente nos grupos gue, gui, que, qui: ungüento, sagüi, seqüestro, eqüino;
o til ( ~ ) – indica que as letras a e o representam vogais nasais: alemã, órgão, portão, expõe, corações, ímã;
o acento grave ( ` ) – indica a ocorrência da fusão da preposição a com os artigos a e as, com os pronomes demonstrativos a e as e com a letra dos pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: à, às, àquele, àquilo.

Aspectos genéricos das regras de acentuação
         As regras de acentuação foram criadas para sistematizar a leitura das palavras portuguesas. Seu objetivo é deixar claros todos os procedimentos necessários para que ninguém tenha nenhuma dúvida quanto à posição da sílaba tônica, o timbre da vogal, o fonema representado pela letra u, a nasalização da vogal.
         As regras fundamentais de acentuação gráfica baseiam-se numa constatação que pode facilmente ser observada nas palavras que aparecem na canção “Onde anda você”, de Hermano Silva e Vinicius de Moraes, cuja letra diz:
            
              E, por falar em saudade, onde anda você?
              Onde andam seus olhos, que a gente não vê?
              Onde anda esse corpo, que me deixou morto de tanto prazer?
              E, por falar em beleza, onde anda a canção que se ouvia na noite,
              Nos bares de então, onde a gente ficava, onde a gente se amava
              Em total solidão?
              Hoje eu saiu na noite vazia, numa boemia sem razão de ser
              Na rotina dos bares, que, apesar dos pesares, me trazem você
              E, por falar em paixão, em razão de viver,
              Você bem que podia me aparecer
              Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
              Onde anda?

         Há no texto 106 palavras. Você pode conferir, se não confiar na contagem. Aproveite e procure as palavras proparoxítonas do texto. Procurou? Quantas há? Nenhuma. Das palavras de mais de uma sílaba (sessenta e duas), quarenta e três são paroxítonas. Esses dados correspondem exatamente ao perfil básico da tonicidade das palavras da língua portuguesa: as proparoxítonas são pouco comuns, as paroxítonas são maioria e as oxítonas ocupam a vice-liderança.
         Além disso, é possível observar que todas as paroxítonas do texto terminam em a, e, e o, e nenhuma recebe acento gráfico. Esses fatos provam que as regras foram feitas para evitar a acentuação das palavras mais comuns na língua. Aliás, você deve ter percebido que, das 106 palavras do texto, apenas oito recebem algum tipo de acento, incluindo o til, e que só a palavra você apareceu quatro vezes.
         E por que você, oxítona terminada em e, leva acento? Porque as oxítonas terminadas em e são menos numerosas que as paroxítonas terminadas em e. Para comprovar isso, basta verificar que quase todos os verbos apresentam pelo menos uma forma paroxítona terminada em e (fale, pense, grite, estude, corre, sofre, perde, vende, permite, dirige, assiste, invade). E o que se acentua, a maioria ou a minoria? A minoria, sempre a minoria.
         Que tal, então, parar de dizer que há muitos acentos em português?  



As regras básicas
         Como vimos, as regras de acentuação gráfica procuram reservar os acentos para as palavras que se enquadram nos padrões prosódicos menos comuns da língua portuguesa. Disso, resultam as seguintes regras básicas:
proparoxítonas – são todas acentuadas. É o caso de: lâmpada, Atlântico, Júpiter, ótimo, flácido, relâmpago, trôpego, lúcido, víssemos.
paroxítonas – são as palavras mais numerosas da língua e justamente por isso as que recebem menos acentos. São acentuadas as que terminam em:
i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis;
us, um, uns: vírus, bônus, álbum, parabélum (arma de fogo), álbuns, parabéluns;
l, n, r, x, ps: incrível, útil, próton, elétron, éter, mártir, tórax, ônix, bíceps, fórceps;
ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos;
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s: água, árduo, pônei, 
     vôlei, cáries, mágoas, pôneis, jóqueis.
oxítonas – são acentuadas as que terminam em :
a, as: Pará, vatapá, estás, irás;
e, es: você, café, Urupês, jacarés;
o, os: jiló, avô, retrós, supôs;
Verifique que essas regras criam um sistema de oposição entre as terminações das oxítonas e das paroxítonas. Compare as palavras dos pares seguintes e note que os acentos das paroxítonas e o das oxítonas são mutuamente excludentes:
portas (paroxítona, sem acento) e atrás (oxítona, com acento);
pele (paroxítona, sem acento) e café (oxítona, com acento);
corpo (paroxítona, sem acento) e maiô (oxítona, com acento);
garantem (paroxítona, sem acento) e alguém (oxítona, com acento);
hifens (paroxítona, sem acento) e vinténs (oxítona, com acento);
táxi (paroxítona, com acento) e aqui (oxítona, sem acento).
monossílabos tônicos – são acentuados os terminados em:
a, as: pá, vá, gás, Brás;
e, es: pé, fé, mês, três;
o, os: só, xô, nós, pôs.












Parte 2 – Morfologia

CAPÍTULO IV

AS CLASSES GRAMATICAIS

         Elaboramos aqui um estudo sucinto sobre as classes de palavras que são, no nosso entender, de fundamental importância para o aprendizado da Análise Sintática, uma vez que a Morfologia fornece subsídios para a compreensão dos problemas inerentes à própria Sintaxe. São dez as classes de palavras: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

SUBSTANTIVO
         É palavra que designa o ser. Dividem-se os substantivos em:
Comuns e Próprios: cidade, Fortaleza.
Simples e Compostos: correio, pombo-correio.
Primitivos e Derivados: ferro, ferreiro
Concretos e Abstratos: casa, bondade.
FLEXÃO – o substantivo sobre flexão de:
Gênero (masculino e feminino)
Número (singular e plural)
Grau (aumentativo e diminutivo)
         Há alguns substantivos que expressam o gênero fora do patrão normal. São os seguintes:
         - Comuns-de-dois: o agente - a agente, o artista - a artista, o lojista - a lojista, o mártir -  a mártir, o viajante – a viajante, etc.
         Sobrecomuns: algoz, cônjuge, a criança, monstro, pessoa, etc.
         Epicenos: cobra, jacaré, barata, águia, onça, tatu, avestruz, etc. 

GÊNERO DE ALGUNS SUBSTANTIVOS
         Certos substantivos possuem gênero desconhecido pela maioria das pessoas. Atente para o gênero desses substantivos:







       








RELAÇÃO DE SUBSTANTIVOS SÓ USADOS NO PLURAL














PLURAIS METAFÔNICOS
         Na Língua Portuguesa, alguns substantivos, no singular, apresentam o “O” fechado e, no plural, essa mesma vogal passa a ter um som aberto. Esse fenômeno chama-se metafonia (plural com mudança de timbre) e aqui apresentaremos as palavras mais usadas no nosso dia-a-dia.



PLURAL DOS DIMINUTIVOS EM “ZINHO”
         A solução para o problema é muito simples: flexionamos, isto é, formamos o plural do substantivo primitivo, retiramos o “S” final e acrescentamos “zinhos” ou “zitos”.
         Tomemos como exemplo a palavra PAPELZINHO; flexionamos o primeiro elemento que é PAPEL - assim procedendo teremos o plural PAPÉIS, que, por sua vez, perde o “S” final para receber o sufixo “zinho”. A palavra plurarizada será PAPELZINHOS.
Outros exemplos:


CORAÇÃOZINHO  = CORAÇÕEZINHOS    –   JORNALZINHO  = JORNAIZINHOS
BOTÃOZINHO        = BOTÕEZINHOS        –    FLORZINHA        = FLOREZINHAS
TUNELZINHO        = TUNEIZINHOS           – ANIMALZINHO    = ANIMAIZINHOS
PÃOZINHO           = PÃEZINHOS                – CORDÃO              CORDÕEZINHOS


Formas diminutivas sintéticas irregulares de substantivos
Alguns exemplos:

ALDEIA       = ALDEOTA, ALDEOLA     BASTÃO         = BASTONETE
ÂNCORA     = ANCORETA                       CAIXA            = CAIXOTE
ANIMAL      = ANIMALEJO                      CÂMARA       = CAMARIM, CAMAROTE
ARTÉRIA     = ARTERÍOLA                      CARTA           = CARTILHA
ASTRO         = ASTERÓIDE                       CASA              = CASEBRE
BARBA        = BARBICHA                         CASTELO      = CASTELETE
CÓDIGO      = CODICILO                           LAJE               = LAJOTA
CORO           = CORETO                              MALA            = MALETA          
CORPO         = CORPETE                            NÚCLEO        = NUCLÉOLO
CHUVA        = CHUVISCO                         PALÁCIO        = PALACETE
CIDADE       = CIDADELA                         PORTA            = PORTINHOLA          
CORDA        = CORDEL                             PRANCHA      = PRANCHETA
CRUZ            = CRUZETA                          PARTE             = PARCELA
ESPADA       = ESPADIM                           PERNA             = PERNETA
ESTÁTUA     = ESTATUETA                     RIO                   = RIACHO
FAZENDA     = FAZENDOLA                    SALA               = SALETA
FLAUTA        = FLAUTIM                         TAMBOR          = TAMBORIM
FRANGO       = FRANGOTE                       VALA               = VALETA
FIO                 = FILETE                               VERÃO            = VERANICO
FORTE           = FORTIM                             VILA                 = VIELA
GUERRA       = GUERRILHA                      VARA              = VARETA
ILHA              = ILHOTA                               VIA                  = VIELA

Formas diminutivas sintéticas eruditas

ABELHA       = APÍCULA                   ORELHA         = AURÍCULA
CELA             = CÉLULA                    OVO                 = ÓVULO
CORPO          = CORPÚSCULO          PARTE            = PARTÍCULA
FEIXE            = FASCÍCULO              PELE                = PELÍCULA
FRAÇÃO       = FRACIÚNCULA        PORÇÃO         = PORCIÚNCULA
GOTA            = GOTÍCULA                QUESTÃO       = QUESTIÚNCULA
GRÃO            = GRÂNULO                 RAIZ                = RADÍCULA
HOMEM        = HOMÚNCULO          VERSO             = VERSÍCULO
NÓ                  = NÓDULO

COLETIVOS MAIS FREQÜENTES
Alcatéia
Atilho
Acervo
Armada
Arquipélago
Antologia
Arsenal
Assembléia
Auditório
Braçada
Batalhão
Boiada
Baixela
Bateria
Banca
Bando
Buquê
Boana
Corda
Colmeia
Choldra
Cacho
Cardume
Corja
Classe
Código
Congregação
Caravana
Cáfila
Câmara
Conluio
Coletânea
Constelação
Cortiço
Cordilheira
Comunidade
Enxoval
Exército
Esquadrilha
Esquadra
Enxame
Elenco
Fato
Fauna
Flora
Fornada
Feixe
Flotilha
Grupo
Galeria
Girândola
Hemeroteca
Horda
Junta
Júri
Legião
Leva
Madeixa
Manada
Miríade
Molho (ó)
Matilha
Multidão
Museu
Nuvem
Orquestra
Penca
Plantel
Plêiade
Piquete
Pinacoteca
Pomar
Quarteirão
Quadrilha
Ramalhete
Réstia
Rancho
Récua
Renque
Revoada
Rebanho
Resma
Ronda
Ror
Saraivada
Súcia
Seleta
Turma
Tertúlia
Tropilha
Vara
Vocabulário


ADJETIVO

         É a palavra que modifica o substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade.
         FLEXÕES:
         O ADJETIVO flexiona-se em gênero (mau-má; bom-boa), em número (mau-maus; bom-bons) e em grau (mau-pior; bom-boníssimo).
         FLEXÕES DE GÊNERO
         Quanto ao gênero, dividem-se o adjetivos em:
         1) UNIFORMES – os que têm uma só forma para o masculino e o feminino.
         homem leal                  homem elegante
         mulher leal                   mulher elegante
         2) BIFORMES – os que possuem duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino.
         homem ativo                     homem bom
         mulher ativa                      mulher boa


         FLEXÕES DE NÚMERO
         Os adjetivos simples (formados por uma só palavra) seguem as mesmas regras de flexão dos substantivos:
       
         importante
         ativo
         gentil
         feliz
         superior
         igual
         veloz
         regular
         vaidoso
         pequeno

Alguns Plurais de Adjetivos Compostos:
         conflitos anglo-americanos
         acordos luso-brasileiros
         ciências político-sociais
         poemas herói-cômicos
         olhos verde-claros
         cabelos castanho-escuros
         lenços amarelo-limão
         camisas amarelo-laranja
         olhos verde-mar
         saias azul-turquesa
         Temos que observar o seguinte: se o último elemento do composto for um ADJETIVO, haverá flexão; por outro lado, se o último elemento do composto for um SUBSTANTIVO, não haverá flexão.

FLEXÃO DE GRAU

         São dois os graus do ADJETIVO: o comparativo e o superlativo.
         O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade e de inferioridade. O grau superlativo pode ser absoluto (sintético e analítico) e relativo (de superioridade e de inferioridade).
Exemplos:
         - Os amigos são mais necessários (do) que o dinheiro.
         Comparativo de Superioridade
         - É muito honesta esta professora.
         Superlativo Absoluto Analítico
         - A mais bela de todas é a Cristina.
         Superlativo Relativo de Superioridade
         - Luís é tão inteligente quanto Paulo.
         Comparativo de Igualdade
         - Helena é amabilíssima.
         Superlativo Absoluto Sintético
         - Almeida é o menos estudioso da classe.
         Superlativo Relativo de Inferioridade
         - O maior romancista brasileiro foi Machado de Assis.
         Superlativo Relativo de Superioridade
         - Esse vestido é belíssimo.
         Superlativo Absoluto Sintético
         - Hoje eu quero a rosa mais linda que houver.
         Superlativo Relativo de Superioridade.
         - A Lua é menor (do) que o Sol.
         Comparativo de Superioridade
LOCUÇÃO ADJETIVA – é o emprego de duas ou mais palavras que modificam um substantivo.
presente de rei, amor de mãe, luz do sol, ar do campo, vento do mar, estrela da manhã, etc.   

Alguns adjetivos pátrios
Acre
Afeganistão
Alasca
Andaluzia
Antuérpia
Bagdá
Barcelona
Belém (Pará)
Campos
Cápri
Chipre
Córsega
Chicago
Cartago
Creta
El Salvador
Egito
Etiópia
Filipinas
Fernando de Noronha = noronhense
Formosa
Gibraltar
Granada
Havana


ADJETIVOS ERUDITOS
         Damos, a seguir, uma relação dos adjetivos eruditos que equivalem a locuções; muitos deles são constantemente solicitados ao Plantão Gramatical pelos nossos consultantes.
Açúcar - teor sacarino
Águia - nariz aquilino
Alma - doença psíquica
Alfândega - despachante aduaneiro
Anel - dedo anular
Asno - ignorância asinina
Astro - espaço sideral
Baço - função esplênica
Bispo - autoridade episcopal
Boca - som oral
Bode - fartum hircino
Brejo - vegetação palustre
Búfalo - rebanho bubalino
Cabra - rebanho caprino
Cabelo - vaso capilar
Caça - esporte cinegético
Carneiro - rebanho ovino
Carta - estilo epistolar
Cinzas - palidez cinérea
Fezes - bolo fecal
Fogo - verões ígeneos
Gavião - garras acipitrinas
Gelo - temperatura glacial
Guerra - aparato bélico
Idade - faixa etária
Inverno – noites hibernais
Lago - paisagem lacustre
Lebre - lábios leporinos
Leite - farinha láctea
Lobo - ferocidade lupina
Macaco - mobilidade simiesca
Marfim - torre ebúrnea
Memória - quadro mnemônico
Moeda - correção monetária
Monturo - planta ruderal
Morte - pena capital
Nádegas - região glútea
Neve - brancura nívea
Olho - colírio oftálmico
Pombo - mansidão columbina

         Além desses adjetivos, encontramos um sem-número de outros de emprego erudito sem que tenham uma locução adjetiva correspondente.
         A título de sugestão, fornecemos uma pequena lista desses adjetivos que não deixam de apresentar certo interesse aos estudiosos da Língua.
Adunco
Almo
Bífido
Bissexto

Capcioso
Capitoso
Calipígio

Crebro
Dêitico

Esconso
Êxul
Fescenino
Glabro
Guapo
Hiperbóreo
Incólume
Inconcusso
Inconho
Ínvio
Ominoso
Quérulo
Sáfaro
Sesquipedal


PRONOME
        É a palavra que substitui um nome.
         Alguém chegou.
         No exemplo acima, dizemos que alguém é um Pronome; no caso, um Pronome Substantivo Indefinido.
         Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, indefinidos, demonstrativos, relativos e interrogativos.
PRONOMES PESSOAIS
         São aqueles que determinam uma das três pessoas do discurso.
         São três as pessoas do discurso:
         1ª - Eu (singular)                             - Nós (plural)
         2ª - Tu (singular)                             - Vós (plural)
         3ª - Ele, Ela (singular)                     - Eles, Elas (plural)
         Temos Pronomes Pessoais do Caso Reto:
         Eu                           Nós
         Tu                           Vós
         Ele (Ela)                 Eles (Elas)
         e do Caso oblíquo:
         me, mim, comigo                               
         te, ti, contigo
         o, a, lhe, se, si, consigo
         nos, conosco
         vos, convosco
         os, as, lhes, se, si, consigo    

PRONOMES DEMONSTRATIVOS
         São os que modificam ou substituem um nome, situando-o referencialmente ao sujeito do enunciado.
São:  este (s)           aquele (s)
         esse (s)           aquela (s)
         esta (s)           isto, isso, aquilo (neutros)
         essa (s)
PRONOMES POSSESSIVOS
        São, como o próprio nome diz, os que dão idéia de posse.
        Masculino: meu (s), teu (s), seu (s), nosso (s), vosso (s)
        Feminino: minha (s), tua (s), tua (s), sua (s), nossa (s), vossa (s)
PRONOMES INDEFINIDOS
         Como o próprio nome diz, indefinem uma idéia.
 Tudo passa e a vida continua.
PRONOMES RELATIVOS
         O Pronome Relativo substitui um nome citado anteriormente (antecedente) e estabelece relação entre duas orações.
         O livro que li era volumoso.
         O “que” substitui o nome (antecedente) que é a palavra livro; equivale a “qual”.
         Vejamos, agora, o que é um Pronome Substantivo e um Pronome Adjetivo.
PRONOME SUBSTANTIVO
         O Pronome Substantivo substitui o nome:
         Cuidarei das minhas propriedades e das tuas.
         Ninguém duvida da tua palavra.
         Aquilo que o homem semeia, isso ele colhe.
         Alguém chegou tarde.
         Esse é o meu mandamento.
PRONOME ADJETIVO
         O Pronome Adjetivo vem junto ao nome.
         Certos homens agem certo na hora certa.
         Aquelas palavras despertaram-lhe sentimentos novos.
         Há bastantes alunos nesta sala.
         Essa candidata é a que possui mais qualidades.
         Que palavras pronunciaste então?


EU e TU / MIM e TI

         Não há controle, por parte das pessoas, no que diz respeito ao emprego desses pronomes. Os dois primeiros não podem vir precedidos de preposição, se estiverem em relação complementar, isto é, em função de complemento. A preposição exige o pronome do caso oblíquo, nunca o do caso reto. O pronome do caso reto vem junto ao verbo no infinitivo.
         Vejamos os seguintes exemplos:
         Nunca haverá desentendimento entre mim e você.
         Não devem sair sem mim.
         Essa carta é para mim.
         Não houve nenhum mal-entendido entre ele e mim.
         Não vá sem mim.
         Como você observa, nos exemplos supracitados as preposições (entre, sem, para) exigiram a presença do pronome do caso oblíquo (mim).
         Nunca diga: pra mim ir, pra mim fazer, pra mim comer, pra mim falar, etc.
         Antes diga: pra eu ir, pra eu fazer, pra eu comer, pra eu falar, etc.
         Os verbos no infinitivo (ir, fazer, comer e falar) pedem o pronome do caso reto (eu).
         Vejamos outros exemplos:
         Aproximou-se sem eu sentir.
         Hás de trazer os originais para eu corrigir.
         Para eu conseguir o que consegui, foi necessário muito esforço.

Em resumo: ou você pára no mim ou vai mais à frente com o pronome do caso reto mais o verbo no infinitivo.
         Não havia tempo para eu avisar a todos.
         Trouxeste o recado para mim?
         As notificações não chegaram até mim.
         Pouco se fará sem mim e ti.
         De presente, deu-lhe um livro para ela ler.
         De presente, deu um livro para mim.

Pronomes tratamentais e siglas mais usados

Vossa Senhoria
Vossa Excelência
Ilustríssimo Senhor
Vossa Magnificência
Vossa Reverendíssima
Vossa Santidade
Vossa Alteza
Vossa Eminência


A




B




 


C


D






       
   


E

F


G

H





I

J





K



L








M








N




O




P







Q



R







S







T





U





V





NUMERAL

         É o termo que dá idéia de número ou fração.
         Exemplos: cinco, dez, terceiro, quinto, ambos, etc.
         Classificação: cardinais: (indicam quantidade) - um, dois, três, quatro, etc.
         ordinais: (indicam ou determinam ordem) – primeiro, segundo, terceiro, quarto, etc.
         fracionário: (indicam divisão) – meio, terço, quarto, etc.
         Flexão: alguns sofrem flexão de gênero e de número.
         - Bebemos dois chopes duplos.
         - Saíram os primeiros resultados dos exames.
         - Foi dada a primeira volta pelos corredores.

NUMERAL CARDINAL COM SEU ORDINAL CORRESPONDENTE

ADVÉRBIO
         É a palavra que altera a significação de um adjetivo, de um verbo, ou do próprio advérbio, imprimindo-lhes uma circunstância.
         O Advérbio exprime circunstância de:
         Tempo - Cheguei cedo.
         Dúvida - Talvez ela viaje hoje à noite.
         Lugar - Moro perto de você.
         Intensidade - Gosto muito de você.
         Modo - O locutor fala bem.
         Negação - Não irei ao encontro marcado para hoje.
         Afirmação – Ela, certamente, será aprovada nos exames.
         Essas são as principais circunstâncias expressas pelo Advérbio.
Locução Adverbial - é uma expressão com valor de advérbio; geralmente são iniciadas por uma preposição.
         Exemplos: à toa, a pé, às vezes, de súbito, de repente, em breve, com certeza, às clarezas, às escondidas, de quando em quando, de vez em quando, por um triz, etc.
Graus do Advérbio
         Comparativo: de igualdade, de superioridade e de inferioridade.
         O comparativo de superioridade pode ser analítico e sintético.
         Superlativo Absoluto: analítico e sintético.

CAPÍTULO V
VERBO

         É a palavra que indica um processo, situando-o no tempo.
Flexões Verbais:
         - Pessoa: 1a (a que fala); 2a (a com quem se fala) e 3a (a de quem se fala).
         - Número: (singular e plural).
         - Tempo: presente, pretérito e futuro.
         - Modo: indicativo, subjuntivo e imperativo.
         Voz: ativa, passiva e reflexiva.
Elementos Estruturais do Verbo: afixos (prefixos e sufixos), radical, vogal temática, desinência modo-temporal e desinência número-pessoal.
Formas Nominais do Verbo: infinito, gerúndio e particípio.
Verbos Auxiliares: ser, ter, haver, e estar.
Verbo Regular: o radical não sofre alteração.
         Exemplos: cantar, vender, partir, amar, etc.
Verbo Irregular: o radical sofre alteração ou as desinências se afastam do paradigma.
         Exemplos: estar, ter, prazer, dar, dizer, etc.
Verbo Anômalo: apresenta, na conjugação, radicais totalmente diferentes.
         Exemplos: ser e ir.
Verbo Defectivo: é o verbo que, na conjugação, não apresenta todas as formas.
         Exemplos: colorir, falir, demolir, exaurir, abolir, etc.
Locução Verbal: é o conjunto verbo auxiliar + verbo principal.
         Exemplos: Tenho de estudar para o vestibular.
         Ela acabou de chegar.
         Continuou a falar sobre política.

TEMPOS PRIMITIVOS E TEMPOS DERIVADOS
         Existem, na nossa Língua, três tempos primitivos, isto é, que dão origem a outros tempos, os derivados. São eles: o Presente do Indicativo, o Pretérito Perfeito do Indicativo Impessoal (forma nominal primitiva).

         Tomemos como exemplo o verbo CANTAR:
         O Infinitivo Impessoal dá origem ao:





       



Pretérito Imperfeito do Indicativo








DERIVADOS DO VERBO TER
         Lembre-se que são derivados do verbo “Ter” e como ele se conjugam os seguintes verbos: abster-se, ater-se, conter, deter, entreter, manter, obter, reter e suster. Algumas formas destes verbos são verdadeiras cascas de banana no caminho de muita gente boa.
         Atenção para os seguintes exemplos:
         1 - Eu me ABSTIVE de falar sobre isso. (compare: eu TIVE X eu me ABSTIVE)
         2 - Peço que você se ATENHA ao essencial. (compare: que você TENHA X que você se ATENHA).
         3- Foi necessário que CONTIVÉSSEMOS os ânimos exaltados. (compare: TIVÉSSEMOS X CONTIVÉSSEMOS).
         4 - Eles não se DETIVERAM bastante na análise do problema. (compare: TIVERAM X DETIVERAM).
         5 - A moça ENTRETINHA o garoto com muito jeito. (compare: TINHA X ENTRETINHA).
         6 - Queremos que se MANTENHAM de pé. (compare: TENHAM X MANTENHAM).
         7 - Já sei porque não OBTIVESTE bons resultados. (compare: TIVESTE X OBTIVESTE).
         8 - Quem RETIVER a bola será punido. (compare: TIVER X RETIVER).
         9 - Era possível que SUSTIVESSEM  a marcha. (compare: TIVESSEM X SUSTIVESSEM)
         10 - Os militares se ABSTIVERAM de opinar. (compare: TIVERAM X ABSTIVERAM).
         11 - Mesmo assim ela MANTEVE  a sua palavra. (compare: TEVE X MANTEVE).
         12 - Com pouca coisa se ENTRETÉM uma criança. (compare: TEM X ENTRETÉM).
         13 - Você já OBTEVE a resposta esperada? (compare: TEVE X OBTEVE).
         14 - Irei se as condições se MANTIVEREM as mesmas. (compare: TIVEREM X MANTIVEREM).
         15 - Os assistentes não CONTIVERAM as lágrimas. (compare: TIVERAM X CONTIVERAM).  

IMPERATIVO AFIRMATIVO – PROCESSO DE FORMAÇÃO

         Para a formação do Imperativo Afirmativo, acrescentamos o seguinte: as pessoas Tu e VÓS saem do Presente do Indicativo (sem o S final) e as demais saem do Presente do Subjuntivo, sem nenhuma alteração. O Imperativo Negativo é idêntico ao Presente do Subjuntivo, antecedido da partícula negativa NÃO.
         Exemplo:
         Vamos formar o Imperativo Afirmativo do verbo CANTAR.
         Inicialmente, conjugamos o Presente do Indicativo e o Presente do Subjuntivo.
         No imperativo não temos a 1ª. Pessoa do singular.
         A 2ª. pessoa do singular retiramos do Presente do Indicativo – sem o S final (canta).
         A 3ª. pessoa do singular retiramos do Presente do Subjuntivo (cante).
         A 1ª. pessoa do plural retiramos do presente do Subjuntivo (cantemos).
         A 2ª. pessoa do plural retiramos do Presente do Indicativo – sem o S final (cantai)
         A 3ª. pessoa do plural retiramos do Presente do Subjuntivo (cantem).
         Formamos, desse modo, o Imperativo Afirmativo:
         canta tu                                          cantai vós
         cante você                                      cantem vocês   
         cantemos nós

         No Imperativo Negativo, temos:
         Não cantes tu                                 Não canteis vós
         Não cante você                              Não cantem vocês
         Não cantemos nós

ALGUMAS FRASES COM O EMPREGO DE VERBOS NO IMPERATIVO
         - Vai à fonte e traze, de lá água fresca.
         Vá à fonte e traga de lá água fresca.
         Ide à fonte e trazei de lá água fresca.
         - Vem eu te peço que saias logo.
         Venha eu lhe peço que saia logo.
         Vinde eu vos peço que saiais logo.
         - Toma o teu salário e vai.
         Tome o seu salário e vá.
         Tomai o vosso salário e ide.
         - Pergunta a teu irmão; insiste.
         Pergunte a seu irmão; insista.
         Perguntai a vosso irmão; insisti.
         - Abre a porta e a janela e vem ver o sol nascer.
         Abra a porta e a janela e venha ver o sol nascer.
         Abri a porta e a janela e vinde ver o sol nascer.
         - Fala; não te acanhes; vem.
         Fale; não se acanhe; venha.
         Falai; não vos acanheis; vinde.
         - Passa rápido, corre, não desistas.
         Passe rápido, corra, não desista.
         Passai rápido, correi, não desistais.
         - Segue teu caminho com tranqüilidade.
         Siga seu caminho com tranqüilidade.
         Segui vosso caminho com tranqüilidade.
         - Ama o próximo, obedece à lei, segue os mandamentos.
         Ame o próximo, obedeça à lei, siga os mandamentos.
         Amai o próximo, obedecei à lei, segui os mandamentos.
         - Ouve, vê e cala; viverás vida folgada.
         Ouça, veja e cale; viverá vida folgada.
         Ouvi, vede e calai; vivereis vida folgada.

ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO VERBO
         Radical: é a parte do verbo que permanece indivisível na sua conjugação, encerrando sua significação básica e também de uma palavra.
- Vogal Temática: é vogal que prepara o radical para receber as desinências.
         cantAva                   livrO
         amÁssemos             mesA
obs.: O radical mais a vogal temática constitui o tema.
- Desinência modo-temporal: é a desinência que fica entre a vogal temática e a desinência número-pessoal, indicando o tempo e o modo.
         amáVAmos              vendeREi
- Desinência número-pessoal: indica a pessoa e o número.
         cantávaMOS             partiráS              amaveIS
         Apresentaremos, a seguir, alguns verbos irregulares com seus elementos mórficos destacados. São os verbos: estar, haver, ouvir e pôr.

VERBO ESTAR
MODO INDICATIVO - PRESENTE






     

PRETÉRITO IMPERFEITO








FUTURO DO PRESENTE








PRETÉRITO PERFEITO








MAIS-QUE-PERFEITO





FUTURO DO PRETÉRITO








MODO SUBJUNTIVO - PRESENTE









PRETÉRITO IMPERFEITO








FUTURO









IMPERATIVO






VERBO HAVER

MODO INDICATIVO - PRESENTE
PRETÉRITO IMPERFEITO
FUTURO DO PRESENTE
PRETÉRITO PERFEITO
MAIS-QUE-PERFEITO


FUTURO DO PRETÉRITO
MODO SUBJUNTIVO - PRESENTE
PRETÉRITO IMPERFEITO
FUTURO
IMPERATIVO
VERBO OUVIR
MODO INDICATIVO-PRESENTE
PRETÉRITO IMPERFEITO

FUTURO DO PRESENTE
PRETÉRITO PERFEITO
MAIS-QUE-PERFEITO
FUTURO DO PRETÉRITO
MODO SUBJUNTIVO - PRESENTE
PRETÉRITO IMPERFEITO
FUTURO
IMPERATIVO
VERBO PÔR
MODO INDICATIVO - PRESENTE

PRETÉRITO IMPERFEITO
FUTURO DO PRESENTE

PRETÉRITO PERFEITO

MAIS-QUE-PERFEITO

FUTURO DO PRETÉRITO

MODO SUBJUNTIVO – PRESENTE
PRETÉRITO IMPERFEITO
FUTURO
IMPERATIVO

CONJUNÇÃO
         É a palavra invariável que liga orações ou termos da oração. Classificação: coordenativas e subordinativas.
Coordenativas:
- Aditivas - estabelecem relação de soma (e, nem, mas, também, como também, bem como)
         Os livros ensinam e divertem.
- Adversativas - dão idéia de oposição (mas, porém, todavia, contudo…)
         Estudou muito, mas não foi aprovado.
- Alternativas - exprimem uma alternativa (ou…ou, ora…ora, já…já)
- Conclusivas - iniciam uma conclusão (logo, portanto, por conseguinte, pois, por isso)
         Choveu, portanto teremos muita fartura.
- Explicativas - exprimem relação de confirmação (porque, que, pois…)
         Não corra, que você pode cair.

Subordinativas:
- Causais: porque, que, pois, como, uma vez que…
         Como estava chovendo, cancelamos o passeio.
- Comparativas: como, assim como, tal e qual, mais que, menos que, tão ou tanto como…
         Joana é bonita como Maria.
- Concessivas: embora, ainda que, mesmo que, mesmo quando, posto que…
         Ela veste-se bem, embora não ganhe muito.
- Condicionais: se, caso, contanto que, desde que…
         Irei, se fizer sol.
- Conformativas: como, conforme, segundo…
         Ela tomou o remédio conforme a receita.
- Consecutivas: que - antecedido de tão, tal, tanto, tamanho - de sorte que, de modo que, de forma que…
         Sua mão tremia tanto que mal podia escrever.
- Finais: para que, a fim de que…
         Fiz-lhe sinal para que parasse.
- Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que…
         À proporção que os dias passam, ficamos mais velhos.
- Temporais: quando, enquanto, logo que, depois que…
         Chegamos, quando anoitecia.

PREPOSIÇÃO
         É a categoria gramatical formada por palavras invariáveis cuja função é estabelecer entre os constituintes da frase determinadas relações de dependência.
         Classificação: essenciais e acidentais.
         Essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, para, entre, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
         Acidentais: conforme, consoante, segundo, durante, mediante, etc.
         As preposições estabelecem relações de: lugar, tempo, assunto, matéria, companhia, proximidade, etc.
         de lugar: Estamos em Fortaleza
         de tempo: A estrada está interrompida desde ontem.
         de assunto: Falamos sobre religião.
         de matéria: Casa de palha.
         de companhia: Ela passeia com o pai.
         de proximidade: Almoçamos à mesa.
         Locução Prepositiva: é a expressão que exerce a função de uma preposição.
         Exemplos: abaixo de, a fim de, através de, não obstante, por causa de, além de, rente a, a par de, etc. 




















Parte 3 – Sintaxe

CAPÍTULO VI

ESTUDO DO SUJEITO

         Várias são as definições sobre o SUJEITO:
         - É o ser que pratica a ação expressa pelo verbo.
         O menino quebrou a vidraça.
         - É o termo com o qual o verbo concorda em número e pessoa.
         Os alunos convidaram o professor para a festa.
         - É o termo que, com verbos transitivos diretos, pode ser transformado em Agente da Passiva.
         Deus criou o mundo.
         Na voz passiva - O mundo foi criado por Deus.
         - É o termo não preposicionado que, quando na 3ª. pessoa, pode ser substituído por ele ela, eles ou elas e isto sempre anteposto ao verbo.
         A menina saiu apressada.
         Os homens esperam por dias melhores.
         Já foi divulgado quem conseguiu aprovação (Isto já foi divulgado).
         - É o termo que responde à pergunta QUEM  ou o QUE feita sempre antes do verbo.
(QUEM É QUE / QUE É QUE)
         O professor chegou cansado.
         Quem chegou cansado? O professor.
         O projeto está concluído.
         QUE É QUE está concluído? O projeto.
         - TIPOS DE SUJEITO
         O Sujeito pode ser constituído por um Substantivo, por um Pronome, por uma palavra ou expressão substantivada.
         O sino é a boca da saudade.
         Ela gosta de andar de bicicleta.
         Vossa Excelência agiu com serenidade.
         Alguém nos chama
         Terrível palavra é um não.
         SIMPLES - quando possui um só núcleo.
         As rosas têm espinhos.
         COMPOSTO - quando possui mais de um núcleo.
         O burro e cavalo nadavam ao lado da canoa.
         CLARO (ou EXPRESSO)
         Eu viajarei amanhã.
         ELÍPTICO (ou OCULTO)
         Viajarei amanhã. (também chamado SUJEITO DESINENCIAL)
         AGENTE - se faz a ação expressa pelo verbo na Voz Ativa.
         O Nilo fertiliza o Egito.
         PACIENTE - quando sofre a ação expressa pelo verbo passivo.
         O criminoso é atormentado pelo remorso.
         INDETERMINADO - quando não possui núcleo, não podendo, portanto, ser determinado. Faz-se a pergunta QUE É QUE ou QUEM É QUE ao verbo e a resposta é: não. Pode ocorrer:
         - com verbos na 3ª. Pessoa do plural que não se refiram a termos anteriormente expressos:
         Roubaram a bolsa da velhinha.
         Andam falando de você.
         Dizem que não haverá aula.
         Atropelaram alguém na esquina.
         - Com verbos INTRANSITIVOS, TRANSITIVOS INDIRETOS ou  VERBO DE LIGAÇÃO, na 3ª. pessoa do singular, acompanhados do pronome “se”.
         Aqui se vive bem.
         Precisa-se de secretária.
         É-se feliz em Pacatuba.
         Função do “se” - índice ou símbolo de indeterminação do sujeito.
         ORAÇÃO SEM SUJEITO
         - Verbos Impessoais.
         São os que não possuem SUJEITO e, por isso, são conjugados só na 3ª. pessoa do singular.
         Os verbos impessoais são os seguintes:
         - Os que exprimem fenômenos da natureza, como:
         chover, orvalhar, nevar, relampejar, trovejar, ventar, etc.
         Choveu muito durante a noite.
         - HAVER, quando significa EXISTIR.
         Houve momentos de pânico.
         - FAZER, quando indica tempo decorrido ou situação de tempo.
         Faz cinco anos que não a vejo.
         - ESTAR, quando indica situação de tempo.
         Está frio.
         - SER, quando indica tempo.
         São dez horas. (usado no plural porque concorda com o Predicado).
         ORAÇÃO SEM SUJEITO / SUJEITO INEXISTENTE
         Ocorre oração sem sujeito:
         - Com verbos que indicam fenômenos da natureza.
         Anoitecia silenciosamente.
         - HAVER (na acepção de existir)
         Há alunos na classe.
         Houve momentos de pânico.
         Sempre haverá ricos e pobres.
         - FAZER (indicando tempo decorrido)
         Há dez dias que ela partiu.
         Faz dois dias que ela foi embora.
         SER e ESTAR (referindo-se a fenômenos da natureza)
         É cedo.
         Estava tarde.
         Está escuro.
         - SER (nas indicações de hora ou data)
         São dez horas.
         Hoje são vinte de novembro.
         - IR, acompanhado das preposições EM e PARA, indicando tempo decorrido.
         Vai em cinco meses que ela me esqueceu.
         Vai para dois anos ou pouco mais que a conheci.
         - PASSAR, acompanhando da preposição DE, indicando tempo decorrido.
         Passava três anos.
         BASTAR e CHEGAR nas idéias de suficiência.
         Basta de conversa.
         Chega de barulho.
         NÚCLEO DO SUJEITO
         O “ser” do qual se diz algo pode vir sozinho ou acompanhado de outros elementos que o especificam, situam ou descrevem. A palavra que comunica o “ser” é o Núcleo do Sujeito; os outros elementos, Adjuntos.
         As jangadas cearenses cortam os verdes mares.
         Sujeito – As jangadas cearenses.
         Núcleo do Sujeito - Jangadas
         Adjuntos Adnominais - As e cearenses.

ESTUDO DO PREDICADO
         O Predicado pode ser:
Verbal
Nominal
Verbo-Nominal

         1) PREDICADO VERBAL - seu núcleo é um verbo, seguido, ou não, de um complemento, ou de outro termo.
         O Predicado Verbal, que exprime um fato, um acontecimento, ou uma ação tem como núcleo um VERBO, acompanhado, ou não, de outros elementos. Da natureza desse VERBO é que decorrem os demais termos do Predicado. Verbos há que são suficientes para, sozinhos, representar a noção predicativa.
         Chamam-se INTRANSITIVOS.
          A menina chegou.
         Outros, ao contrário, requerem, para a cabal integridade do Predicado, a presença de um ou mais termos que lhes completem a compreensão. São os verbos TRANSITIVOS.
         A criança encontrou. (o quê ?)
         A criança comprou. (o quê ?)
       
         2) PREDICADO NOMINAL - tem por núcleo um nome (substantivo, adjetivo, pronome).
         Seu núcleo significativo é um nome (chamado Predicativo do Sujeito), ligado ao Sujeito por um verbo de ligação
         A Terra é um planeta.
         A ilha está deserta.

         3) PREDICADO VERBO-NOMINAL - com dois núcleos significativos: um verbo e um nome, este ligado ao Sujeito (chamado Predicativo do Sujeito), ou um verbo com seu complemento e um nome, sendo que esse nome pode se referir ao Sujeito (Predicativo do Sujeito) ou ao complemento verbal (Predicativo do Objeto).

         ESTRUTURAS DO PREDICADO VERBO-NOMINAL:
         - Sujeito + verbo nocional (intransitivo) + adjetivo-predicativo.
         A menina desfilou nervosa.
         Colombo morreu pobre.
         O soldado voltou ferido.
         O trem chegou atrasado.
         O homem viajou cansado.
         - Sujeito + verbo transitivo direto + predicativo do sujeito.
         Todos saudavam o morto, distraídos.
         - Sujeito + verbo transitivo indireto + predicativo do sujeito.
         Eles assistiram alegres aos jogos.
         Assisti à cena estarrecido.
         - Sujeito + verbo transitivo direto e indireto + predicativo do sujeito.
         Os meninos ofereceram, satisfeitos, presentes aos pais no Natal.
         - Sujeito + verbo transitivo direto e respectivo objeto + o Predicativo deste objeto.
         O pai encontrou-os doentes.
         O juiz declarou-os culpados.
         A mãe encontrou-a aflita.
         - Sujeito + adjunto adverbial + predicativo do sujeito.
         Chegamos ao colégio atrasados.
      
CONCORDÂNCIA VERBAL
         Por concordância verbal, entende-se a concordância do verbo com o sujeito, em número e pessoa. São duas as regras gerais que norteiam a concordância verbal:
         1 - O sujeito sendo simples, com ele obrigatoriamente concorda o verbo em número e pessoa.
         A estrela brilha no céu.
         As estrelas brilham no céu.
         Os nossos melhores amigos continuam bastante estudiosos.
         2 - O sujeito sendo composto, o verbo fica invariavelmente no plural.
         O boi e o gato são animais úteis.
         João e Maria gostam de frutas.

CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
         1- SUJEITO POSPOSTO
         1.1 – Sujeito simples posposto ao verbo: o verbo concorda com o sujeito que está deslocado, isto é, depois do verbo.
         Surgiram as primeiras manifestações de rua.
         Apareceram os principais autores do crime.
         Viam-se, a distância, vários barcos pesqueiros.
         1.2 – Sujeito composto posposto ao verbo: o verbo poderá ir para o plural ou concordar com o substantivo mais próximo.
         Passeavam, pelo centro da cidade, o menino e a menina.
         Passará o céu e a terra.
         Passarão o céu e a terra.
         1.3 – Sujeito composto e formato por diferentes pessoas:
         há a primazia ou a prevalência da pessoa, isto é, a 1ª sobre a 2ª e a 3ª, a 2ª sobre a 3ª.
         EU + TU = NÓS
         EU + ELE = NÓS
         TU + ELE = VÓS
         Tu e teus amigos sereis bem-vindos.
         Tu e ele partireis ao amanhecer.
         Eu e tu votaremos no candidato da oposição.
         1.4 – Núcleo do sujeito unidos por “OU” o verbo ficará no singular e a conjunção significa exclusão.
         José ou Pedro assumirá a presidência da empresa.
         Ricardo ou seu representante assumirá o cargo.
         Um ou outro pássaro chilreava ao amanhecer.
         1.5 – Núcleos do sujeito ligados por “COM”: é mais comum o uso do verbo no plural; não obstante, se queremos dar destaque ao sujeito, o verbo poderá ficar no singular.
         Napoleão com seus soldados venceu a batalha.
         Eu com outros colegas fomos ao campo.
         1.6. Sujeito formado por infinito: usa-se, com mais freqüência, o verbo no singular; este, irá para o plural se os infinitivos estiverem determinados.
         Correr e nadar faz bem à saúde.
         O comer e o beber são necessários.
         O amar e o sofrer são próprios do homem.
         Brincar e zangar é próprio das crianças.
         1.7 – Sujeito coletivo: quando o sujeito estiver representado por um substantivo coletivo, o verbo ficará obrigatoriamente no singular.
         A turma disse.
         O pessoal falou.
         A gente vai.
         A turma falou.
         1.8 – Sendo o sujeito uma das expressões A MAIOR PARTE DE GRANDE NÚMERO DE, etc, acompanhadas de expressões (substantivos) no plural, o verbo poderá ficar no singular (concordando com a expressão partitiva) ou irá para o plural (concordando com o substantivo no plural).  
         A maior parte dos alunos não compareceu ou não compareceram ao colégio.
         Uma multidão de flagelados invadiu ou invadiram a cidade.
         Um bando de passarinhos pousou ou pousaram na árvore.
         A maioria das pessoas são competentes ou é competente.
         1.9 – Sendo o sujeito os indefinidos  ALGUNS, MUITOS, POUCOS, VÁRIOS, etc., ou interrogativas QUAIS, QUANTOS, seguidos dos pronomes NÓS ou VÓS, o verbo concordará com estes (nós ou vós), mas também poderá ir para o plural, concordando com as pronomes indefinidos ou os pronomes interrogativos.
         Quantos de nós ficaram ou ficaremos sabendo disso?
         Quais de vós ireis ou irão?
         Se o pronome indefinido ou o pronome interrogativo estiver no singular, o verbo só poderá ficar no singular.
         Qual de vós passará no vestibular?
         Nenhum de vocês passou nos exames.
         Qual de vós irá?
         Qual de vós é mais competente?  

CONCORDÂNCIA DO VERBO SER
         A concordância do verbo ser é, via de regra, considerada especial, se levarmos em conta que essa concordância ora se processa com o sujeito, ora com o predicativo. Abordaremos aqui os casos mais freqüentes, envolvendo esses dois aspectos.
         1 - Concordância do verbo ser com o predicativo.
         Casos:
         1.1. O sujeito é um dos pronome TUDO, O, ISTO, ISSO, ou AQUILO:
         - Tudo eram especulações.
         - Na mocidade tudo são esperanças.
         Embora menos freqüentes, a concordância com o sujeito é também aceita.
         “Tudo é flores no presente”, disse Gonçalves Dias.
         1.2. O Sujeito é um nome de coisa:
         - A cama são umas palhas, envolvidas nuns farrapos.
         1.3. O Sujeito é um coletivo:
         - A maior parte eram pobres.   
         1.4. O Sujeito dá idéia de preço, peso, medida ou quantidade:
         - Cinco mil cruzeiros é muito.
         - Três mil cruzeiros é pouco pelo serviço.
         - Cinco metros foi suficiente para fazer o vestido.
         1.5. Indicando horas, datas e distâncias (impessoal):
         - Hoje são vinte e três de novembro.
         - Eram cinco horas da tarde.
         2 - Concordância do verbo ser com o sujeito.
         Casos:
         2.1. Se o Sujeito for personativo, ou seja, representar um ser humano:
         - Lili é os cuidados de sua mãe.
         - O homem é cinzas.
         - Emília é as delícias de sua avó.
         2.2. Se o sujeito ou predicado for pronome pessoal, a concordância se fará com ele.
         O professor sou eu.
         O responsável és tu.
         “O Brasil, senhores, sois vós”. (Rui Barbosa)

CONCORDÂNCIA COM OS VERBOS DAR, BATER e SOAR

         Quando na frase aparecer a palavra relógio, funcionando sintaticamente como sujeito, a concordância far-se-á normalmente. Caso contrário, concordará o verbo com o número de horas. (sujeito)
         - Cinco horas fanhosas soam no velho relógio do pensionato.
         - O relógio da sala de jantar bateu oito horas.
         - Soaram dez horas no velho relógio da igreja.
         - Batiam seis badaladas.
         - O sino batia seis badaladas.
         - Deram oito horas na torre do campanário.   
CONCORDÂNCIA NOMINAL
         REGRA BÁSICA:
         O adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome adjetivo concordam (em gênero e número) com o substantivo ao qual se referem.
         CASOS ESPECIAIS:
         1 - Concordância do adjetivo com o substantivo.
         O adjetivo concorda em gênero e em número com o substantivo.
         Menino educado, menina educada.
         subst. adj. subst. adj.
         Povo desenvolvido, natureza preservada.
         subst. adj. subst. adj.
         2 - Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos.
         2.1. Substantivos do mesmo gênero: o adjetivo conserva o gênero e vai para o plural ou concorda, por atração, com o mais próximo, ficando no singular.
         Cabelos e bigode longos.
         Cabelos e bigode longo.
         2.2 – Substantivo de gênero diferente: o adjetivo vai para o masculino plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
         Estava com a razão e o coração decididos.
         Estava com a razão e o coração decidido.
         Estava com o coração e a razão decidida.
         3 - Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos.
         A concordância, (em gênero e número) nesse caso, se processa com o substantivo mais próximo.
         Ele não tinha a necessária coragem e persistência.
         4 - Concordância do adjetivo com o predicativo.
         Devemos levar em conta dois casos, a saber: antes e depois dos substantivos.
         Antes dos substantivos: o adjetivo-predicativo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
         São aplicados o aluno e a aluna ou É aplicado o aluno e a aluna.
         Depois dos substantivos: o adjetivo-predicativo vai para o plural.
         O aluno e a aluna são aplicados.
         5 - O particípio sempre concorda com o sujeito.
         Acabada a tarefa, os empregados receberam o dinheiro.
         Realizado o trabalho, saímos juntos.
         6 - Nome de cor.
         O nome de cor, quando originado de um substantivo, não varia; quando, porém, é adjetivo, varia.
         Automóveis vermelhos.
         Automóveis vinhos.
         Ternos cinza.
         Cortinas areia.
         Cortinas amarelas.
         Vamos, agora, ilustrar a matéria com uma série de exemplos que, acreditamos, serão de grande valia para o leitor.
         Escolhestes ótima ocasião e local para o churrasco.
         Envio-lhe inclusas as faturas de compra.
         Apareceu com o bolso e as mãos cheias de dinheiro.
         Compramos jornais e revistas ilustrados.
         Compramos jornais e revistas ilustradas.
         Julgo incorreta a ficha e a fotocópia.
         Entendida a mensagem, começamos a trabalhar.
         Demonstrou fabulosa inteligência e versatilidade.
         A educação e o bem-estar são necessários a todos.
         Recebeu o jornal e a revista solicitada.
         As praças, os jardins e a fonte iluminados tinham um ar de festa.

CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL
         MESMO - concorda sempre o substantivo ou o pronome ao qual se refere.
         Ele mesmo esteve aqui hoje.
         Ela mesma abordou esse assunto.
         PRÓPRIO - concorda, também, com o substantivo ou com o pronome a que se refere.
         Ele próprio, eles próprios, ela própria, elas próprias.
         INCLUSO - concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere.
         As fotografias seguem inclusas.
         Vão inclusas as fotografias.
         OBRIGADO(A) - é muito comum hoje em dia as pessoas errarem ao empregar esse termo; há uma concordância com o masculino ou o feminino, dependendo do sexo da pessoa.
         Muito obrigado, disse o menino.
         Muito obrigada, disse a menina.
         Obs.: A mulher, em qualquer circunstância, só deverá dizer obrigada.
         MEIO - como adjetivo sofre flexão; como advérbio, fica invariável.
         A menina está meio gripada.
         As meninas parecem meio tontas.
         Tomei meia garrafa de guaraná.
         A porta está meio aberta.
         ALERTA - seu emprego tradicional é na forma invariável, como advérbio de modo. No entanto, a norma culta escrita, no Brasil, já o admite como adjetivo e, portanto, variável:
         Devemos todos estar alertas.
         As forças armadas do Brasil estão alerta.

ALGUMAS FRASES DE CONCORDÂNCIA NOMINAL
         - Piano, órgão e viola AFINADOS.
         -DESERTO o vale e a montanha.
         - Os corpos e as mentes SADIAS.
         - BRONZEADOS os braços e as pernas.
         - O furor e a raiva HUMANOS.
         - Visitei meu avô e avó IDOSOS.
         - Oitava, sétima, sexta e quinta SÉRIES.
         - Era dotado de talento e inteligência RAROS.
         - As culturas brasileira e portuguesa.
         - Colhemos BASTANTES amoras no bosque.
         - Louvou a virtude e bondade CLERICAIS.
         - Remeto-lhe ANEXAS as certidões.
         - Seguem INCLUSOS os requerimentos.
         - É NECESSÁRIO cautela com os PSEUDO-LÍDERES.
         - As declarações devem seguir ANEXAS AO PROCESSO.
         - BASTANTES alunos sabem esta lição.
         - Antônio e Maria chegaram JUNTOS.
         - Daqui a alguns minutos será meio-dia e MEIA.
         - Os rapazes estavam BASTANTE entusiasmados.
         - Elas pareciam MEIO desanimadas.
         - É PROIBIDO entrada de pessoas estranhas.
         - É PROIBIDA A entrada de pessoas estranhas.
         - Ela MESMA tomou a decisão.
         - Ela PRÓPRIA tomou a decisão.
         - Ouvi da moça um muito OBRIGADA sincero.
         - Elas seguem MESMO para Campinas.
         - Eles ficaram SÓS depois da festa.
         - Eram rapazes o mais elegantes POSSÍVEL.
         - Eram rapazes os mais elegantes POSSÍVEIS.
         - Um e outro lotes BONS foram adquiridos.
         - Estamos QUITES com o Serviço Militar.
         - Estou QUITE com a Justiça Eleitoral.
         - Nem um nem outro aluno GINASIANO tiveram permissão para sair.
         - Ele tem mulher e filha ATENCIOSAS.
         - Eles caminham LIGEIRO.
         - Visitamos as melhores residências POSSÍVEIS.
         - SÓ elas entenderam a pergunta.

DIFERENÇA ENTRE ADJUNTO ADNOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL

         Complemento Nominal é o termo integrante da oração que completa a significação de um nome (substantivo, adjetivo, particípio) e de um advérbio.
         Ex.: A invenção da imprensa foi um grande evento.
         A sentença foi favorável ao réu.
         Ando afastado da repartição.
         Votaram favoravelmente ao divórcio.
         Adjunto Adnominal é o termo representado por artigo, numeral, pronome, adjetivo ou expressão equivalente junto ao nome ou substantivo núcleo; as orações subordinadas adjetivas restritivas também funcionam como adjuntos adnominais.
         Ex.: O aluno obteve boas notas.
         Os dois alunos obtiveram boas notas.
         Aquele aluno tem seu valor.
         O bom aluno obtém boas notas.
         O aluno do Liceu obteve boa nota.
         O aluno que estuda prepara seu futuro.
         Convém não confundir Adjunto Adnominal com Complemento Nominal.
         - O Complemento Nominal pode ser transformado em sintagma verbal.
         Ex.: Colocação de cartazes - colocar cartazes.
         Obediência às leis - obedecer às leis.
         Repressão ao tóxico - reprimir o tóxico.
         Redação do panfleto - redigir o panfleto.
         Amor à Pátria - amar a Pátria.
         Desejo de vitória - desejar a vitória.
         Investida contra o inimigo - investir contra o inimigo.
         Matança dos animais - matar os animais.
         Limitação dos lucros - limitar os lucros.
         - O Complemento Nominal é indispensável ao nome (não pode ser retirado do contexto oracional), ao passo que o Adjunto Adnominal é dispensável, é simples anexo.
         Vejamos os exemplos que seguem:
         A invenção da máquina.
         A invenção de Gutemberg.
         No primeiro caso há uma idéia de dependência sintática e semântica, diferente do que ocorre com o Adjunto Adnominal.
         Transformando então - A invenção da máquina em sintagma verbal temos: Inventaram a máquina - o que não é possível no segundo caso; no primeiro caso há uma articulação complementar - no segundo, uma atribuição qualificativa e especificativa.
         Vejamos mais alguns exemplos de Adjuntos Adnominais:
         Negócios de vulto. (vultosos)
         Dor sem remédio. (irremediável)
         Homem sem responsabilidade. (irresponsável)
         Estatueta de bronze. (brônzea)
         Prato do dia. (diário)   
         Astúcia de raposa. (vulpina)
         Lenço de seda. (sedoso)































CAPÍTULO VII

REGÊNCIAS VERBAIS MAIS COMUNS

         Convém atentar cuidadosamente para a variação de emprego das diversas construções e aplicações dos seguintes verbos:
         1 - ACONSELHAR: significa dar conselho, recomendar por meio de conselho. Admite as seguintes variações de uso:
         a) Como verbo intrasitivo:
         Quem aconselha participa da decisão.
         b) Como verbo transitivo direto:
         Eu jamais aconselharia tal coisa.
         c) Como verbo transitivo direto e indireto:
         Alguém lhe aconselhou esse remédio.
         Ob.: o objeto direto poderá ser representando por uma oração.
         Aconselharam-lhe que não renunciasse agora.
         Tem-se ainda outra alternativa, a saber: representar o objeto direto pelo pronome (o, a, lo, la, no, na) e o indireto pela oração.
         d) Como verbo pronominal: transitivo indireto:
         Aconselhei-me com pessoas entendidas no assunto.
         2 - AGRADAR: possui duas acepções aproximadas mas distintas: ser agradável, satisfazer, contentar - e fazer agrados, afagar, acariciar. Na primeira acepção pode apresentar-se como:
         a) Intrasitivo:
         A última peça apresentada agradou em cheio.
         Na segunda acepção é transitivo direto:
         A mãe passou a agradar mais o outro filho. Haveria razões para agradá-lo?
         Por vezes, ainda, é usado pronominalmente - agradar-se - no sentido de “simpatizar”, “afeiçoar-se”, “mostrar-se satisfeito”.
         O pai não se agradou logo do futuro marido da filha (nesse caso é transitivo direto). 
         3 - AJUDAR: no estudo da regência múltipla deste verbo observe-se bem o seguinte:
         a) É transitivo direto quando possui apenas um complemento, representado por um substantivo ou um pronome.
         Preciso ajudar os meus irmãos.
         Temos que ajudá-lo.
         Alcachofra ajuda a digestão.
         Ob.: A regência indireta com lhe neste caso não pertence ao bom uso moderno.
         Ex.: Sem que alguém lhe ali ajudasse. (Camões, Arthur de Almeida Torres).
         b) constrói-se com objeto direto pronominal (o, a, lo, la, no, na) quando for seguido de verbo intransitivo.
         (Ex.: Quero ajudá-lo a votar), de verbo transitivo indireto (Ex.: Não o ajudas a discordar de mim?) e de verbo pronominal (Ex.: Quem o ajudaria a converter-se?
         c) Admite objeto direto ou indireto pronominal (o, a, lo, ala, no, na / ou lhe, lhes), quando seguido do verbo transitivo direto.
         Não o ajudarei a levar os pacotes ou não lhe ajudarei a levar os pacotes.
         d) Emprega-se como transitivo indireto na expressão litúrgica “ajudar à missa”.
         e) Usa-se ainda como verbo pronominal transitivo indireto na acepção de “utilizar-se como meio de ajuda”.
         Ajudou-se dos pés e das mãos para subir; e como transitivo direto, com objeto direto de reciprocidade.
         Ajudemo-nos mutuamente nas necessidades.
         4 - ATENDER: possui duas regências ou predicações. Deve-se usá-lo como transitivo direto no sentido de “acolher, receber em audiência”.
         Ex.: Não posso atendê-lo hoje.
         Podemos empregá-lo como transitivo direto ou indireto nas acepções de “dar atenção, considerar, tomar em consideração”.
         Ex.: Ele não atendeu às minhas ponderações. Ou:
         Ele não atendeu aos conselhos dos mais experientes. Ou:
         É razoável atender os conselhos mais experientes.
         No sentido de “receber mensagem telefônica” é preferível a regência indireta.
         Ex.: Foi Maria que atendeu ao telefonema. (ou ao telefone).
         5 - ASSISTIR: trata-se de um verbo de múltipla regência. Vejamo-las:
         a) No sentido de “fazer-se presente como espectador ou assistente” sua regência na língua culta é indireta. Exige a preposição a.
         Ex.: Pretendo assistir a esse filme.
         Vamos assistir à conferência do professor.
         Você assistiu ao clássico de domingo?
         b) No sentido de “prestar assistência (médica, hospitalar, religiosa, jurídica, etc.) sua preposição é direta.
         Era muito virtuoso o sacerdote que o assistiu nos últimos instantes.
         Quem assistia o teu pai naquela ocasião?
         A comissão que o assiste é deveras competente.
         Ob.: Autores há que aceitam esse verbo, na mesma acepção, como transitivo indireto.
         A comissão que assiste é deveras competente.  
         c) Na acepção de “acompanhar como ajudante ou assessor” é transitivo direto.
         Ex.: O secretário da Fazenda assistirá o Governador na sua próxima viagem a Brasília.   
         d) Emprega-se também este verbo no sentido de “caber”, “estar do lado de”, “favorecer”, em frases como estas: Não lhe assiste agora o direito de falar. / Manter-se condignamente é um direito que assiste a todos. / Será que lhe assiste razão neste caso? - em todos estes exemplos o verbo é transitivo indireto.
         6 - ATINGIR: tem como preferível a regência direta, encontrando-se, porém, em bons autores a construção indireta, com a preposição a.
         Ex.: Parece-me que ele atingiu o ponto mais alto da sua carreira. / Apesar das perseguições, não conseguiram atingi-lo.     
         7 - AVISAR: admite dois tipos básicos de construção, a saber:
         a) Com objeto direto de pessoa e objeto indireto de coisa.
         Ex.: Avisaram-no disto. / Aviso-a de que sua encomenda está pronta.
         b) Com objeto indireto de pessoa e objeto direto de coisa.
         Ex.: Eu lhe avisei isto. / Eu lhe avisei que o negócio era arriscado.
         Ob.: Por brevidade da elocução cala-se, por vezes, quer o objeto direto, quer o objeto indireto e de coisa.
         Ex.: Eu já lhe avisei. (ficando implícito o que foi avisado). / Eu já o avisei (subentendendo-se a coisa de que você ou alguém foi avisado).
         8 - CHAMAR: mais freqüentemente este verbo é usado como transitivo direto acompanhado de um objeto direto de pessoa.
         Ex.: Em primeiro lugar, mandou chamar os filhos.
         Algumas vezes é empregado com o objeto direto representado por coisas ou animais, revestindo um significado especial.
         Ex.: Todos os dias, de manhã cedo, D. Antônia chamava as galinhas para uma ração de milho.
         Desgraça chama desgraça, observava o velho Torres.
         Como transitivo indireto, construído com a preposição por significa “invocar auxílio ou proteção”.
         Ex.: Na sua angústia a pobre mulher chamava por Deus e por todos os santos.
         No sentido de dar o nome de ou apelidar admite as seguintes construções:
         a) Com toda a razão chamaram-lhe imbecil.
         b) Não há razão para chamar-lhe de injusto.
         c) Por que motivo chamam ao diabo de cão?
         d) Estranharam por que a chamei senhora.
         e) Chamamos de idiotismo certas construções que são privativas da nossa língua.
         Ob.: Em resumo, o verbo chamar nesta acepção pode vir seguido de um objeto direto ou indireto, sendo estes acompanhados de um predicativo regido ou não de preposição.
         9 - INFORMAR: admite o mesmo tratamento dispensado ao verbo AVISAR (ver o número 10).
         Exemplos:
         a) informaram-no disto / Informo-a de que sua encomenda está pronta.
         Eu lhe informei isto. / Eu lhe informei que o negócio era arriscado.
         Além disso, é freqüentemente empregado como verbo pronominal no sentido de tomar informação, procurar saber.
         Ex.: Convém que você se informe de toda a verdade.
         (Neste caso é transitivo indireto).
         10 - LEMBRAR: temos aqui outro verbo que apresenta variadas modalidades de construção.
         a) Como verbo transitivo direto com objeto representado por um substantivo (ou pronome) ou ainda por uma oração.
         Ex.: Lembrar o passado nem sempre nos faz bem.       
         Se o teu passado não foi alegre, por que lembrá-lo com freqüência?
         Desejo lembrar que esse assunto já foi tratado por outros.
         b) Como verbo transitivo direto e indireto, com objeto direto de pessoa e indireto de coisa.
         Ex.: Permita-me lembrá-lo do perigo a que você se expõe.
         Os alunos lembraram o professor da prova de recuperação.
         c) Como verbo transitivo direto e indireto, com objeto indireto de pessoa e direto de coisa. 
         Ex.: Achei conveniente lembrar-lhe isso.
         Já lembramos ao professor o dia da prova final.
         Ob.: Em ambas as construções (b e c). tanto o objeto direto quanto o indireto de coisa poderão ser representados por uma oração.
         Permita-me lembrá-lo de que você está correndo um grande risco.
         Achei conveniente lembrar-lhe que o dia 15 é feriado.
         d) Pode ainda este verbo apresentar um tipo de construção mais rara. É a construção em que ele aparece sempre em terceira pessoa, tendo por sujeito a coisa lembrada e por objeto indireto a pessoa a que se lembra alguma coisa.
         Ex.: Não me lembra isso (“Isso” é o sujeito e “me” é o objeto indireto).
         Ob.: O verbo ESQUECER, como o seu antônimo lembrar, admite igualmente as três variedades de construção.
         Ex.: Esqueci isso. / Esqueci-me disto e Esqueceu-me isso.
         11 - OBEDECER: trata-se de um verbo transitivo indireto, embora se encontrem exemplos do seu emprego com transitivo direto. Devemos usá-lo como indireto, conforme a preferência da língua entre os escritores mais modernos.
         Ex.: “Obedeciam aos pais sem grande esforço, posto fossem teimosos”. (Machado de Assis) / Não lhe obedeças neste caso. / Precisamos obedecer às leis.
         Obs.: a) Apesar de ser esta regência preferida, não há nenhuma restrição em usar-se a voz passiva deste verbo.
         A ordem do general foi obedecida. / Se os mandamentos da lei de Deus fossem obedecidos, o mundo seria bem melhor.
         b) No emprego do seu antônimo DESOBEDECER  seguir-se-á a mesma lição.
         Ex.: Não desobedeças aos preceitos legais.
         Desobedeci à lei por considerá-la injusta.
         12 - PERDOAR: estamos aqui novamente diante de um verbo de regência múltipla. Devemos, por isso, atentar cuidadosamente para as seguintes situações:
         a) Quando este verbo tem por complemento um termo que indica pessoa, é preferível, no português de hoje, a construção com objeto indireto.
         Ex.: Você agiu de má fé para comigo, por isso eu não lhe perdôo. / Cristo disse que devíamos perdoar aos nossos inimigos.
         b) Tendo por complemento um termo indicativo de coisa, constrói-se obrigatoriamente com objeto direto.
         Ex.: Perdoa os erros do próximo.
         Meu pecado foi tão grande que só Deus poderá perdoá-lo.
         c) Poderá ser ainda transitivo direto e indireto ao mesmo tempo, com os seguintes exemplos:
         Os credores lhe perdoaram a dívida.
         Ob.: Não há restrição, em nenhum caso, quanto ao seu emprego na voz passiva.
         Ex.: Arrepende-te, se queres ser perdoado.
         As tuas culpas serão perdoadas.
         13 – VISAR: este verbo é obrigatoriamente transitivo direto nas acepções:
         a) de “dirigir ou apontar”.
         Em primeiro lugar, é preciso visar um alvo bem definido.
         Com a arma já engatilhada, conseguiu visar o ladrão, imobilizando-o totalmente.
         b) de “pôr o visto”.
         Exigia-se que o Diretor visasse o diploma.
         Peça ao gerente que vise este cheque, por favor.
         No sentido de “ter por fim”, “ter por mira”, “pretender” pode-se, modernamente, empregá-lo, quer como transitivo direto, quer como transitivo indireto.
         Ex.: O ensino deve visar ao progresso social.
         O nosso livro não visa fabricar escritores.
         Estas notas visam mais os alunos que os professores.
         Com este trabalho visamos, acima de tudo, ao bem da comunidade.


REGÊNCIA NOMINAL
         É a maneira de o nome (substantivo, adjetivo e advérbio) relacionar-se com seus complementos. Muitas vezes um nome pode ser usado ora com esta, ora com aquela preposição, sem que a alternância provoque mudança de seu significado (v. acostumado); outras vezes, porém, isso não ocorre (v. afeiçoado). Vejamos a regência de alguns nomes:


Acostumado – Habituado
a, com – Estar acostumado ao (ou com o) barulho. ~ Estar habituado a (ou com) climas quentes.

Afeiçoado
a (dedicado) – Nunca vi pessoa tão afeiçoada à luta quanto essa. ~ Sempre foi um rapaz afeiçoado aos estudos.
por (apaixonado) – Estava também eu afeiçoado pela garota. ~ O rapaz acabou ficando profundamente afeiçoado pela professora.

Amizade
a, por (simpatia, estima, dedicação) – Prestei-lhe o favor em virtude da conhecida amizade que a (ou por) nós sempre demonstrou.
com (ligação, relações de estima) – Os pais não queriam que os filhos tivessem amizade com as filhas dos vizinhos.

Apaixonado
de (entusiasta) – Era um apaixonado dos animais domésticos e das flores.
por (enamorado) – Juçara anda apaixonada pelo rapaz.

Assíduo
em (freqüente) – Ser assíduo em festas de aniversário. ~ O rapaz, já assíduo na casa da namorada, procurava granjear a simpatia dos prováveis futuros sogros. A regência assíduo a não é aconselhável; os bons escritores só usaram e usam assíduo em.

Atenção
a, para, sobre (concentração, cuidado) – O ladrão, ao sair correndo, despertou a atenção da polícia a (ou para, ou sobre) si. Há casos em que se usa a (ou para): Prestem atenção a  (ou para) isto que vou dizer.
com, para com (consideração, respeito, cortesia) – Os rapazes dedicavam inusitada atenção com (ou para com) as garotas mais bonitas.

Conforme
a (semelhante) – O Brasil adotava, então, uma política mais conforme às suas tradições.
com (coerente, harmônico) – Essa construção é mais conforme com o francês que com o português.
em (concorde) – Os professores grevistas só não estavam conformes num ponto: terem de repor as aulas.

Consideração
a, com, para com, por (respeito) – Essa atitude reflete sua falta de consideração aos (ou com os, ou para com os, ou pelos) colegas de profissão. Em correlação com por, usa-se apenas a: Tudo o que fiz por consideração a meus amigos.
acerca de, a respeito de, sobre (reflexão, raciocínio) – Tecer consideração acerca da (ou a respeito da, ou sobre a) legalidade de certos atos presidenciais. Usa-se, neste sentido, mais no plural: Tecer considerações…



Constante
de, em (que consta ou consiste) – Ainda não conheço as provas constantes do (ou no) processo. ~ Eram constantes da (ou na) lista de aprovados por aquele curso preparatório às universidades nomes de alunos de outros cursos.
em (contínuo, incessante) – Constante no vício, acabou se perdendo.

Consulta
a, a propósito de, sobre (ato de consultar) – Foi preciso tomar consulta a um médico. – Façamos, então, uma consulta ao dicionário. Usa-se a quando o complemento é pessoa ou coisa personificada (dicionário, por exemplo, é algo que responde pelo seu autor); usa-se as outras quando o complemento designa assunto: um leitor me fez consulta a propósito da (ou sobre a) não flexão da palavra alerta.

Corresponde
a, de (correlativo) – Há muitos provérbios em português correspondentes a esse (ou desse).

Curioso
a (interessante) – Trata-se de uma notícia curiosa aos professores.
de (interessado; prático) – Eram alunos curiosos de quaisquer assuntos. Antes de verbo significa ávido, desejado.

Deputado - Senador
por – Ser deputado (ou senador) por Minas Gerais, por São Paulo, pelo Rio de Janeiro, etc.

Falta
a (ausência) – Sua falta ao trabalho foi devidamente justificada. ~ Foi notada minha falta à aula de Português.
com, para com (culpa leve) – Estou em falta com (ou para com) ele.

Grudado
a (muito ligado ou apegado) – Tinha os olhos grudados ao televisor. ~ O rapaz era muito grudado à mãe.

Inclinação
a, para (tendência, propensão, pendor) – Ter inclinação às (ou para as) ciências exatas. ~ Sua inclinação ao (ou para o) mal era de todos conhecida.
por (simpatia, atração) – Ter forte inclinação pela filha da vizinha. ~ Sentir inclinação por morenas.

Invasão
de (entrada por violência, ingresso hostil) – A invasão da Checoslováquia e do Afeganistão pela União Soviética. ~ A invasão de domicílio. Quando aparece adjunto adnominal, rege em: A invasão dos russos (ou russa) na Checoslováquia e no Afeganistão.



Ódio
a (raiva, ira) – Ter ódio a alguém. ~ Caracterizava nele o ódio aos egoístas. Pode , ainda, reger contra, mas não para com: Parecia ter ódio contra o mundo.

Paralelo
a (semelhante) – Não encontrar caso paralelo ao que acaba de ver.
com (a par de) – A nova rodovia corre paralela com o mar.
entre (comparação, cotejo) – Estabelecer paralelo entre Machado de Assis e Eça de Queirós.

Parecido
a, com (semelhante) – Ser parecido ao (ou com o) pai. A preposição em inicia adjunto adverbial, e não complemento nominal: Ser parecido ao pai  em tudo.

Preferível
a, (que pode ou deve ser preferido) – É preferível morrer a capitular. ~ Naquela ocasião era preferível pêra a maça.

Presente
a, em (que assiste pessoalmente) – Estar presente  a um espetáculo,  a uma reunião. ~ Estar presente num estádio, numa cidade. Usa-se de preferência a com nomes abstratos; em, com nomes concretos. Contudo, não há erro no emprego de uma pela outra. Há nomes abstratos – diga-se – que só aceitam a preposição em: Estar presente na memória, na lembrança, etc.

Primeiro - Último
a, em – Ser o primeiro (ou último) a (ou em) chegar. É preferível o uso da preposição em. Antes de nome, usa-se de ou em: Ser o primeiro (ou o último) da fila.

Residente – Situado – Sito – Morador
em – Ser residente (ou situado ou sito ou morador) na Rua dos Ingleses, na Praça da Alegria, etc.

Único
a, em (desacompanhado de outro) – Ser o único a (ou em) aplaudir. É preferível a regência único em.
entre, sobre (singular, incomparável) – Atitude única entre (ou sobre) muitas que já se viram nos últimos anos.








CAPÍTULO VIII

ORAÇÕES COORDENADAS

         As orações coordenadas entram na formação do período composto por coordenação e são introduzidas por conectivos de primeira classe; quando ligadas por conectivos expressos (e, mas, porém, pois) são chamadas sindéticas. As demais, separadas por vírgula, chamam-se assindéticas.
         Aditivas – as ligadas por e e nem, conjunções que aproximam duas orações coordenadas, indicando uma somatória de ações.
         Ex.: A criança lê e escreve corretamente.
         Adversativas – as ligadas por mas e porém, conjunções que conferem à segunda oração uma idéia contrária ou de oposição à primeira.
         Ex.: Seu trabalho foi muito aplaudido, mas não produziu efeito.
         Alternativas – as ligadas por logo, portanto que encerram uma conclusão ou ilação.
         Ex.: Penso, logo existo.
         Explicativas – as ligadas por que, porque em que a segunda oração encerra uma razão ou motivo da declaração anterior.
         Ex.: Fale baixo, porque há gente dormindo.
         Deve ter chovido, porque (pois) o pátio está molhado.

ORAÇÕES SUBORDINADAS
Divisão e classificação:
         Orações subordinadas são as que dependem de uma oração principal. Só pode haver oração subordinada onde houver uma principal. Não há principal sem subordinada, nem subordinada sem principal.
         As subordinadas se subdividem em três classes: substantivas, adjetivas e adverbiais.
         - Substantivas: exercem as funções próprias do substantivo: sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto e agente da passiva.
         - Adjetivas: têm funções de adjetivos e restringem ou explicam um substantivo da oração principal.
         - Adverbiais: funcionam como advérbios (adjuntos adverbiais) da respectiva oração principal.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Classificam-se como:
         - Subjetivas - funcionam como sujeito da oração de que dependem e podem ser desenvolvidas ou reduzidas.
         - Convém que te apliques aos estudos.
         - Quem dá aos pobres empresta a Deus.
         - É impossível descrever as cenas.
         - Objetivas Diretas – exercem função de objeto direto da oração principal e são introduzidas, quando desenvolvidas, por conjunção integrante (que - se); por pronomes indefinidos interrogativos (que – quem) e advérbios interrogativos.
         - Dizem que tudo está em ordem.
         - Veja se tudo está em ordem.
         - Pergunto quem está aí.
         - Não sabia quanto custava o livro.
         - Prometeu recompensar os vencedores.
         - Objetivas Indiretas - exercem a função de objeto indireto da oração principal.
         - Lembrei-me de que era sábado.
         - Ajudo a quantos me ajudam.
         - Completivas Nominais - servem de complementos nominais de substantivo, adjetivo ou advérbio da respectiva oração principal.
         Ex.: Sou favorável a que o deportem.
         Estava ansioso por votar na sua companhia.
         - Predicativas - servem de predicativo para a oração principal.
         Ex.: Meu desejo é que obtenhas êxito.
         Meu pensamento era afastar-me dali.
         - Apositivas - funcionam como aposto da oração principal.
         Ex.: Impus uma condição: que me deixasses sair aos sábados.
         Eu sei uma coisa: que não sei nada.
         Sempre alimentou um sonho: formar-se em Letras.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
         As orações subordinadas adjetivas recebem este nome por funcionarem com adjetivos, no papel de adjuntos adnominais de um substantivo da oração principal. São introduzidas pelos pronomes relativos (que, quem, quanto, cujo, qual). Subdividem-se em Restritivas e Explicativas.
         - Restritivas – quando determinam, delimitam, restringem o substantivo; por isso mesmo são sempre indispensáveis ao sentido cabal do enunciado; caracterizam-se por não virem precedidas de pausa.
         - Explicativas – são as que funcionam como meros apostos, podendo ser eliminadas sem prejuízo do sentido da oração principal; caracterizam-se fonicamente pela pausa (vírgulas) ou pela mudança de tom.
         Exemplos de Restritivas Desenvolvidas e Reduzidas:
         O homem que trabalha prepara seu futuro.
         O autor cuja obra estou lendo é um notável estilista.
         Encontrei crianças mendigando na rua.
         Há vários problemas a resolver na próxima semana.
         Já viu os livros chegados ontem da França?
         Explicativas - podem, igualmente, ser desenvolvidas e reduzidas.
         O homem, que é um ser racional, foi criado à imagem de Deus.
         Trocadas as palavras, que foram breves, o homem saiu.
         Minha colega, a chorar de angústia, pediu nova oportunidade.
         A moça, trajando um vestido rico, empalideceu.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
         As orações subordinadas adverbiais funcionam com adjuntos adverbiais da oração principal. Quando não reduzidas, introduzem-se por conjunção subordinativa (conectivo de 2ª. classe), excluídas as integrantes que introduzem oração substantiva.
         Dividem-se em:
         - Causais - indicam a causa do que afirma o pedido da oração principal e aparecem desenvolvidas ou reduzidas.
         Não veio porque está adoentado.
         Como não trabalhasse, foi demitido. (desenvolvidas)
         Tendo faltado aos seus deveres, foi afastado do cargo.
         Foi demitido por não trabalhar. (reduzidas)
         - Comparativas – traduzem idéias de comparação e são sempre desenvolvidas.
         Sempre lê mais do que escreve.
         O som é menos veloz que a luz.
         - Concessivas - trazem uma idéia de concessão.
         Não percebeu nada embora estivesse atento.
         Verdes que estivessem, ele comia as frutas. (desenvolvidas)
         Mesmo não estudando, apareceu alguma coisa.
         Sem ser genial, vencia nos estudos. (reduzidas)
         Obs.: comumente ocorrem adverbiais concessivas sem conectivo; são chamadas justapostas, bastando apenas o subjuntivo para exprimir a subordinação.
         Digam o quiserem, eu não acredito.
         - Condicionais - exprimem uma condição do que se declara na principal. Podem ser:
         Desenvolvidas - Se saudades matassem, muita gente morreria.
         Reduzidas - Não vás sem me avisares.
         Lida com atenção, esta obra instrui muito.
         Justapostas - a subordinação é expressa pelo subjuntivo.
         Não fosse teu esforço, eu estava perdido.
         - Conformativas - denotam conformidade com o que se declara na principal. São sempre desenvolvidas.
         Conforme ele me prometeu, deverá chegar amanhã.
         Segundo se propala, deverá haver guerra.
         - Consecutivas - expressam resultado, efeito ou conseqüência do que se declara na oração principal; vêm sempre introduzidas por um “que” correlacionado com um pronome adjetivo ou advérbio intensivo - tão, tal, tanto, tamanho.
         Foi tal o esforço que caiu desmaiado.
         Às vezes vêm introduzidas pela partícula que com supressão ou omissão do antecedente intensivo.
         Chovia que era um delírio.
         - Finais - expressam finalidade, objetivo destino do que se diz na principal.
         Tudo fiz para que ele aprendesse.
         Estava muito atento que não o enganassem.
         Estuda muito para fazer bons exames.
         Fez tudo para mudar a situação.
         - Proporcionais - trazem idéia de proporção.
         À medida que cresce, torna-se mais simpático.
         Quanto mais estuda, mais aprende.
         - Temporais - exprimem circunstâncias de tempo em relação à principal. Podem ser:
         Desenvolvidas - Enquanto dormes, eu trabalho.
         Reduzidas - Chegando à estação, comprou duas passagens.
         Terminada a festa, os convivas se retiraram.
         - Justapostas - por supressão do “que”, em construções com os verbos HAVER e FAZER.
         Há meses não me fala de amor
         Fazia pouco chegara a notícia.

DIFERENÇA ENTRE COORDENADA EXPLICATIVA E SUBORDINADA CAUSAL
        A oração causal serve para apontar a causa do que se afirma na oração principal.
         O deputado ficou irritado porque não lhe deram a palavra.
         Ele não aprende porque não estuda.
         A oração explicativa enuncia o motivo ou razão da declaração anterior.
         Fale baixo, que (porque) há gente dormindo.
         O fato de haver gente dormindo não é causa de ser falar baixo, e sim, o motivo que levou a dar o aviso.
         A verdadeira conjunção causal é “porque”; a rigor: preposição causal por + conjunção integrante que. A possibilidade de usar pois, portanto, é sinal claro de explicativa.
         Antes da oração explicativa, pode-se omitir a conjunção; na oração causal, essa omissão é inviável. A oração explicativa pode ser iniciada sempre por um simples “que”; na oração casual, essa conjunção soaria forçada. Por sua vez, a casual pode ser introduzida pela conjunção “como” encabeçando o período, o que seria forçado na explicativa.
         Como está doente não pode comparecer.
         A explicativa é sempre pospositiva.
         Deve ter chovido, porque o pátio está molhado, em que é impossível substituir o porque pelo como.
         Como o pátio está molhado, deve ter chovido.
         As orações iniciais por “que” e “porque” serão sempre explicativas se o verbo da oração anterior estiver no modo imperativo.
         Não chore, porque tudo vai passar.





























Parte 4 – Apêndice


VALOR DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

         1 – CONCEITO DE PONTUAÇÃO: - É o sistema ou conjunto dos sinais utilizados na escrita, para reproduzir, ainda que imperfeitamente, a variedade de ritmos e melodias presentes na linguagem falada. Existe, assim, a mais estreita ligação entre os sinais de pontuação e os fenômenos de pausa, entoação e melodia da frase.
         2 – OS SINAIS DE PONTUAÇÃO: - Há sinais que se destinam, fundamentalmente, a marcar as pausas na escrita. São: a vírgula, o ponto-e-vírgula e o ponto. Há outros que têm por função essencial marcar a entoação e a melodia. São: os dois-pontos, o ponto-de- interrogação, o ponto-de-exclamação, as reticências, as aspas, os parênteses, os colchetes e o travessão.
         3 – A VÍRGULA E SEU EMPREGO: - Servindo para marcar uma pausa de curta duração, emprega-se a virgula (,) nos seguintes casos:
         Para separar os elementos do sujeito composto não ligados por conjunção coordenativa.
         Ex.: Pedro, Paulo, João, José e Luís voltaram ontem.
         Para separar, semelhantemente, os elementos componentes do objeto direto composto.
         Ex.: Encontrei Pedro, Paulo, João, José e Luís.
         Para separar os elementos constitutivos de uma série de adjuntos (adjetivos) ou predicativos.
         Ex.: Luminosos, vastos, esplêndidos, planos, iguais e desafogados, estendem-se, a perder de vista, os campos verdes e relvosos.
         4 – Depois das palavras ou expressões de natureza explicativa, retificativa ou conclusiva, tais como: além disso, aliás, ou seja, com efeito, afinal de contas, isto é, ou melhor, por exemplo, por tanto, de fato, etc.
         Exemplos:
         Além disso, é preciso preparar o terreno.
         Aliás, nem todos os autores estão de acordo.
         Com efeito, o racismo vai perdendo terreno dia a dia.
         Portanto, não há solução para esse problema.
         De fato, havia muita gente na festa.
         Afinal de contas, talvez isto seja possível.
         OBS.: Se tais palavras ou expressões ocorrem no meio da frase, devem ficar entre vírgulas.
         Exemplos: Cheguei sábado, ou seja, no último dia da semana. / Isto aconteceu no Nordeste, ou melhor, numa festa do Nordeste. / O clima, por exemplo, foi um fator importante.
         5 – Para isolar os adjuntos adverbiais, sobretudo antecipados, enfatizando a circunstância por eles expressa.
         Exemplos:
         A rigor, a reação contra isto começou nos últimos anos.
         Nestas condições, não será difícil chegar-se uma conclusão.
         Durante muito tempo, pensou-se precisamente o contrário.
         Ao invés disso, pensa-se apenas em termos de resistência.
         Infelizmente, não é este o caso do Brasil.
         6 – Para separar a data, nas cartas e missivas, no nome do lugar.
         Fortaleza, 21 de outubro de 1967.
         7 – Para separar as orações intercaladas:
         Creio, disse ele, que a situação vai mudar.
         O casamento, insistia ele, é uma instituição sagrada.
         8 – Para separar os vocativos.
         Não chore, meu filho.
         De onde vens, Joana?
         Pensai um pouco, senhora.
         9 – Para separar o oposto do fundamental.
         Capistrano de Abreu grande historiador brasileiro, nasceu no Ceará.
         José Veríssimo, notável crítico literário, nasceu no Pará.
         10 – Para separar as sentenças paralelas de um provérbio.
         Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso.
         Quem dá o que tem, a pedir vem.
         Quem não deve, não teme.
         Quem dá aos pobres, empresta a Deus.
         11 – Para separar as orações reduzidas.
         Ex.: Julgando o mesmo caso, não são tão pessimistas os cronistas brasileiros.
         Transcorridos trinta anos, o coronel teve notícias certas do núcleo povoador.
         Para conhecer bem a língua portuguesa, devemos estudá-la com perseverança.
         12 – As conjunções adversativas bem como as conclusivas, podem vir ora no início da oração, ora proposta a um termo da oração a que pertencem. No primeiro caso escrevem-se com uma vírgula anteposta; no segundo, devem aparecer entre vírgulas, podendo, neste caso, as duas orações ser separadas por ponto e vírgula.
         Ex.: As denominações variam, porém a essência, é sempre a mesma. Ou então: As denominações variam, a essência, porém, é sempre a mesma.
         Trabalhamos demais, contudo ganhamos muito pouco.
         Trabalhamos demais; ganhamos, contudo, muito pouco.
OBS.:  A adversativa MAS inicia sempre oração; nunca pode ser posposta/
         Ex.: Estudei, mas não consegui aprender.
         A conclusiva POIS vem sempre posposta a um termo da oração a que pertence; nunca pode ser anteposta.
         Ex.: Você é meu amigo; não vai, pois, abandonar-me.
         A anteposição do POIS mudaria o sentido. Não raro, encontramos, sobretudo no estilo moderno, marcado pelo gosto das frases curtas, períodos começando com conjunções adversativas e até mesmo com outras da classe das coordenativas.
         Ex.: “Banqueiros, capitães de indústria, milionários ainda falam certamente muito à imaginação popular. Mas o culto que se lhes tributa está longe de corresponder ao culto nacional do tipo humanitário.” (Bandeirantes e Pioneiros, p. 264)
         “Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça.” (São Bernardo, p. 47)

         O PONTO-E-VÍGULA (;) - Indicando uma pausa mais forte do que a vírgula, emprega-se esse sinal nos seguintes casos:
         1- Para separar orações coordenadas de extensão apreciável.
         Ex.: “Houve uma alocução comovente de Aristarco; houve discursos de alunos e mestres; houve cantos, poesias declamadas em diversas línguas.” (Raul Pompéia, O Ateneu, Liv. Francisco Alves, 8a edição definitiva, p. 10.).
         “Loredano estava suspenso sobre o abismo pelas mãos; podia salvá-lo ou precipitá-lo no despenhadeiro; e contudo dessa posição ainda ele impunha respeito ao aventureiro.” (José de Alencar, O Guarani, pág. 138).
         Com a paz as pequenas coisas crescem; com a discórdia, as grandes arruinam. (Pens. de Salústio, historiador romano).  
         2 – Para separar partes de um período ou seqüências de termos, interrompidos por outras partes separadas por vígula.
         Ex.: “Na tabuada e no desenho linear, eu prescindia do colega mais velho; no desenho, porque achava graça em percorrer os caprichosos traços, divertindo-me a geometria miúda com um brinquedo; na tabuada e no sistema métrico, porque perdera as esperanças de passar de medíocre como ginasta de cálculos, e resolvera deixar a Maurílio ou a quem quer que fosse o primado das cifras.” (Raul Pompéia, op. ci., pág. 57).
         3 – Para separar os diversos itens de um artigo ou as alíneas de um parágrafo em leis, decretos, portarias, regulamentos, etc.  
         Art. 157, da Constituição do Brasil (promulgada em 24 de janeiro de 1967):
         A ordem econômica tem por fim realizar a justiça social com base nos seguintes princípios:
         I - liberdade de iniciativa;
         II - valorização do trabalho como condição da dignidade humana;
         III - função social da propriedade;
         IV - harmonia e solidariedade entre os fatores de produção;
         V - desenvolvimento econômico;
         VI - repressão ao abuso do poder econômico, caracterizado pelo domínio dos mercados, a eliminação da concorrência e o aumento arbitrário dos lucros.
         4 – Antes das conjunções adversativas e conclusivas, para acentuar o sentido adversativo ou conclusivo de que se pretende afirmar. Exemplo: “O coração do homem dispõe-lhe o caminho; mas é Deus que lhe dirige os passos.” (Bíblia Sagrada, Provérbios, cap. 19:9).
FUNÇÕES MORFOSSINTÁTICAS DO “QUE”

- Conjunção Coordenada Aditiva - quando equivale a “e”.
         Fala que fala e nada diz.
         A aranha mexe que mexe teceu a teia.
- Conjunção Coordenativa Adversativa - quando corresponde a “mas”.
         Outro que não eu assistirá a essa festa.
         De outras ovelhas cuidarei, que não de vós. (Garret)
- Conjunção Coordenativa Explicativa - quando é igual a “pois, porque” seguindo-se a um imperativo.
         Não brinques que o exame está próximo.
         Não chores, meu filho, que a vida é luta renhida. (G. Dias)
- Conjunção Subordinativa Casual - quando é idêntico a “porque = devido a que”.
         Se isto ocorreu foi que choveu muito.
- Conjunção Subordinativa Comparativa  - quando ocorre uma comparação.
         Hoje choveu mais que ontem.
         A luz é mais veloz que o som.
- Conjunção Subordinativa Concessiva - quando equivale a “embora”.
         Feia que seja gosto muito dela.
- Conjunção Subordinativa Consecutiva - quando tiver, na oração anterior, tão, tal, tanto, tamanho.
         Este trabalho está tão bem feito que merece ser publicado.
         Sua mão tremia tanto que mal podia escrever.
Obs.: Pode ocorrer que os termos intensivos tão, tal, etc. sejam subentendidos.
- Conjunção Subordinativa Condicional - quando equivale a “caso”.
         Sairei que faça sol.
         Que não soubesse as lições, não faria a prova.
- Conjunção Subordinativa Final - quando é igual a “para que”.
         Fez-lhe sinal que descesse.
         Faço votos que sejas feliz.
- Conjunção Subordinativa Temporal - quando é idêntico a “quanto”.
         Porém, já cinco sóis eram passados / Que dali nos partíramos…
- Conjunção Subordinativa Integrante - quando inicia uma oração que integra o sentido principal.
         Sei que ela voltará um dia.
         Peço-lhe que venha logo.
- Pronome Relativo quando tem por antecedente um substantivo ou pronome aos quais se refere.
         O livro que li era volumoso (que = o qual)
         A menina que vi era bonita (que = a qual)
         O Pronome Relativo “que” inicia uma Oração Subordinativa Adjetiva.
         O Pronome Relativo “que” desempenha as funções sintáticas de: Sujeito, Objeto Direto, Objeto Indireto, Complemento Nominal, Predicativo, Adjunto Adverbial e Agente da Passiva.
- Sujeito - quando substitui um nome que na oração adjetiva exerce a função de Sujeito.
         Deus, que é nosso pai, nos salvará.
- Objeto Direto - quando substitui um nome que na oração adjetiva exerce a função de Objeto Direto.
         A menina que vi era bonita.
- Objeto Indireto - quando substitui um nome que na oração adjetiva exerce função de Objeto Indireto.
         Chegou o momento de que depende o nosso futuro.
- Complemento Nominal  - quando, na oração adjetiva, substitui um nome que completa o sentido de uma palavra transitiva ou de sentido incompleto.
         Chegou o livro de que tínhamos necessidade.
- Predicativo – quando, na oração adjetiva substitui uma palavra que funciona como Predicativo.
         O bom aluno que tu fores hoje assegurar-te-á o futuro.
- Adjunto Adverbial - quando substitui um nome que na oração adjetiva exerça a função de Adjunto Adverbial.
         É grande a casa em que moro.
- Agente da Passiva  - substitui o nome em função de Agente da Passiva.
         O cão por que fui mordido era raivoso.
- Pronome Adjetivo Indefinido  - quando acompanha um Substantivo, dando idéia indefinida, podendo ser substituído por quanto, quanta, quantos, quantas.
         Oh! Que saudades que eu tenho da aurora da minha vida.  
- Pronome Adjetivo Interrogativo - quando pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, vindo acompanhado de uma interrogação.
         Que operários aceitam como salários belas prédicas?
- Pronome Substantivo Interrogativo - quando equivale a “que coisa”. Vem sempre antes de verbo.
         Que poderemos fazer?
         Que fizeste ontem?
- Advérbio de Intensidade - equivale a “qual ou quanto”, sempre modificando um Adjetivo.
         Que bonito é o despertar na roça!
- Partícula Expletiva - quando pode ser retirado da frase sem alterar-lhe o sentido.
         Que gentil que estava a espanhola!
Vejamos algumas frases como exemplos:

FUNÇÕES MORFOSSINTÁTICAS DO “SE”

- Conjunção Subordinativa Condicional - quando dá idéia de condição e pode ser substituído por “caso” mais o verbo no subjuntivo.
         Se você mentir uma vez ninguém mais acreditará em você.
- Conjunção Subordinativa Integrante - quando inicia uma oração subordinada substantiva.
         Não sei se ela virá.
- Parte Integrante do Verbo - quando o verbo for essencialmente pronominal.
         Ela arrependeu-se do que fez.
- Partícula Explicativa - quando pode ser retirado da frase sem prejuízo de sentido.
         A menina foi-se embora.
         Os campos secam-se, as flores murcham-se as aves emudecem-se.
- Pronome Oblíquo Reflexivo - o “se”, nesse caso, acompanha um verbo reflexivo.
         O menino cortou-se.
- Pronome Apassivador - o “se”, nesse caso, acompanha um verbo transitivo direto.
         Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores.
- Índice de Indeterminação do Sujeito - o “se”, nesse caso, vem junto a verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação. O verbo permanece sempre na terceira pessoa do singular.
         Precisa-se de operários.
         Come-se bem neste restaurante.
         É-se feliz em Fortaleza.
- Objeto Indireto - quando preenche as seguintes condições:
o verbo é transitivo direto e indireto com objeto direto expresso.
o sujeito é capaz de praticar ação verbal.
a ação é reflexiva.
         Pedro dá-se muita importância.
         João se atribui um valor que não tem.
- Objeto Direto  - o “se” é Objeto Direto quando completa o sentido de verbos transitivos diretos que expressam a ação reflexiva.
         A menina se penteava.
         A moça se perfumava.
Vejamos algumas frases como exemplos:
         - As meninas sorriram-se, agradecidas.
         Partícula Expletiva ou de Realce.
         - Perguntei se ela voltou.
         Conjunção Subordinativa Integrante.
         - Ele não consentia que ninguém se aproximasse.
         Parte Integrante do Verbo.
         No engenho era no que se falava.
         Índice de Indeterminação do Sujeito.
         - Viam-se, ali, pessoas de todas as idades.
         Pronome Apassivador.
         - Dão-se aulas particulares de português.
         Pronome Apassivador.
         - Você se impôs pesados deveres.
         Objeto Indireto.
         - Observaram-se, durante o jogo, alguns minutos de silêncio.
         Pronome Apassivador.
         - Só se atiram pedras às árvores frutíferas.
         Pronome Apassivador.












































BIBLIOGRAFIA


ALI, M. Said. Dificuldades da Língua Portuguesa.  6. ed. Rio de Janeiro,    
      Acadêmica, 1966.
____. Gramática histórica da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo:
      Melhoramento, 1931.
BARRETO, Mário. Novos Estudos da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de
      Janeiro, Presença/INL, 1980.
____. Novíssimos Estudos da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro,
      Presença/INL, 1980.
____. Fatos da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro, Presença/INL, 1982.
CÂMARA, Júnior, MATOSSO, Joaquim. Manual de comunicação oral e
      escrita. 6. ed. Petrópolis, Vozes, 1981.
CIPRO, Neto Pasquale. Gramática da língua portuguesa/ Pasquale & Ulisses.
      São Paulo, Scipione, 1998.
CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley. Nova gramática do português 
      contemporâneo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.
LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua    
      materna e seu ensino. Porto Alegre-RS, L&PM, 1985.
SAUSSURE, Fernadino de. Curso de lingüística geral. 7. ed. São Paulo,
      Cultrix, 1975.











AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA – Módulo 21-B

PREZADO ALUNO:
 Estude o módulo e entregue esta avaliação respondida sem rasuras.
Não copie do colega e responda sempre com caneta azul ou preta.


01 – Nas palavras : enquanto, queimar, folhas, hábil e grossa, constatamos a seguinte seqüência de letras e fonemas:
8-7, 7-6, 6-5, 5-4, 6-5
7-6, 6-5, 5-5, 5-5, 5-5
8-5, 7-5, 6-4, 5-4, 5-4
8-6, 7-6, 6-5, 5-4, 6-5
8-5, 7-6, 6-5, 5-5, 5-5

02 – Dadas as palavras:
des-a-ten-to
sub-es-ti-mar
trans-tor-no
constatamos que a separação silábica está correta:
Apenas em 1.
Apenas em 2.
Apenas em 3.
Em todas as palavras.
n. d. a.

03 – Assinale a alternativa em que todas as palavras devem ser completadas com a letra indicada entre parênteses:
*ave, *alé, *ícara, *arope, *enofobia ( X ).
pr*vilégio, requ*sito, *ntitular, *mpedimento ( I ).
ma*ã, exce*ão, exce*o, ro*a ( Ç ).
pure*a, portugue*a, cortê*a, anali*ar ( Z ).
*ibóia, *unco, *íria, *eito, *ente ( J )

04 – Apenas uma das frases abaixo está totalmente correta quanto à ortografia. Assinale-a.
Espalhei as migalhas da torrada por todo o trageto.
Meu trabalho árduo não obteve hêsito algum.
Quiz fazer coisas que não sabia.
Ao puxar os dentritos, eles voaram no tapete persa.
Acrecentei algumas palavras ao texto que corrigi.

05 – A mesma regra de acentuação que vale para rápida vale também para:
mutável, estaríamos, vírgula, admissíveis.
vírgula, simbólica, símbolo, hieróglifos.
ortográfico, colégios, egípcios, língua.
básicos, difícil, colégios, língua.
português, inglês, símbolos, língua.

06 – Assinale a alternativa em que todas as palavras podem estar corretas quanto à acentuação gráfica:
a) seco, sozinhas, récorde, contens, rebôons, pêlos.
b) pára, pôr, vêm, côas, provêm, contêm.
c) pêlos , pélo , pêras, póde, argúem, avaros.
d) pélo, intervém, têm, ítens, reúnem, corrói
e)vem, averigúem, pôde, esfíncter, heroína, pospôr.



07 – Texto:
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus…
Ó mar! Por que não apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! Noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!”
                       (Castro Alves)
A palavra porque tem diferentes grafias, dependendo do sentido em que é empregada. No texto em questão, ela aparece assim grafada: por que.
Explique esse emprego.

Preencha os espaços abaixo, grafando corretamente a referida palavra em cada um dos seguintes períodos.
Não sei o _____________ deste horror.
Ó mar! Não apagas este borrão, ______________ ?
O poeta sente-se indignado _________________ a situação em que se refere é aviltante para o ser humano.

08 – Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase abaixo:
As transformações ___________ tem passado a sociedade parecem condenar o homem ___________ existência num mundo dominado pela máquina.
porque, à.
porquê, à.
por que, a.
porque, a.
por que, à.

09 – Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
Quando ________ dois dias disse ________ ela que ia _______ Itália para concluir meus estudos, pôs-se _______ chorar.
a, a, a, a
há, à, à, a
a, à, à, a
há, a, à, a
há, a, a, à

10 – Assinalar a alternativa correta.
Sinto-me contente quando minha bem amada não está mal humorada.
Sinto-me contente quando minha bem-amada não está mal-humorada.
Sinto-me contente quando minha bema-mada não está mal humorada.
Sinto-me contente quando minha bem-amada não está mau humorada.
Sinto-me contente quando minha bem-amada não está mau-humorada

11 – Assinale a alternativa em que a palavra tem o gênero indicando incorretamente.
a tapa
a grama
o hélice
o crisma
a ágape

12 – “Não (*) os dons que recebeste (*) sempre que a felicidade se (*) aos poucos”.
esquece, lembre, constrói.
esqueça, lembra, constrói.
esqueça, lembre, constrói
esqueças, lembra, constrói.
esqueças, lembre, constrói.

13 – Somente uma das opções está incorreta. Assinale-a.
leio – lês – lê – lemos – ledes – lêem.
valho – vales – vale – valemos – valeis – valem.
venho – vens – vem – vimos – vindes – vêm.
vou – vais – vai – vamos – ides – vão.
divirjo – diverges – diverge – divergimos – divergides – divergem.

14 – Aponte a alternativa  que estiver incorreta quanto à flexão dos verbos.
Ele teria pena de mim se aqui viesse e visse o meu estado.
Paulo não intervém em casos que requeiram profunda atenção.
O que nós propomos a ti, sinceramente, convém-te.
Se eles reoverem suas forças, obterão boas vitórias.
Não se premiam os fracos que só obteram derrotas.

15 – Assinale a alternativa que preenche corretamente os espaços na frase:
Hoje, quem…, porque, ontem… tu que … .
paga sou eu – foste – pagaste.
paga sou eu – foi – pagou.
Paga sou eu – foste – pagou.
paga é eu – foi – pagaste
paga sou eu – fostes – pagastes

16 – A regência verbal está errada em:
Esqueceu-se do endereço.
Não simpatizei com ele.
O filme a que assistimos foi ótimo.
Faltou-me completar aquela página.
Aspiro um alto cargo político.
17 – Escolha, abaixo, a exata regência do verbo chamar.
chamamo-lo inteligente.
Chamamo-lo de inteligente.
Chamamos-lhe inteligente.
Chamamos-lhe de inteligente.
Todas as regências acima estão corretas.

18 – Só há orações coordenadas em:
“Faltou vinho em um casamento, e deu à água que corre a cor e o gosto do vinho.”
“As ondas aplacavam-se a um gesto seu; os peixes, que se recusavam a Pedro, enchiam a rede que Jesus mandara lançar.
“Uma noite, perante os discípulos turbados, caminhou lisamente   sobre o mar, como nós outros pisamos o chão.”
 “Acalmou possessos. Fez andar paralíticos. A leprosos secava as feridas.”
“Todas essas respostas seriam impressionantes, e os evangelistas as consignariam respeitosamente em suas crônicas.”

19 – Assinale a alternativa correta:
Fazem anos que não te vejo.
Devem haver pessoas honestas lá.
Alvimar ou Caetano será escolhido para o cargo.
Aspiramos um aumento salarial melhor.
Custou-o a entender o que eu dizia.

20 – Assinale a alternativa, cuja seqüência enumera corretamente as frases:
(  1 ) concordância verbal correta.
(  2 ) concordância verbal incorreta.

(     ) Ireis de carro tu, vossos primos e eu.
(     ) O pai ou o filho assumirá a direção do colégio.
(     ) Mais de um dos candidatos se insultaram.
(     ) Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
(     ) Faz dez anos esses fatos.



15 comentários:

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