Por Marcus Vinícius.
O que é a maçonaria? Sua história? Sua filosofia? Seus ritos? Seus segredos? É uma entidade nociva a fé cristã? Está ligada ao diabo? Por que razão teria sido condenada pela a Igreja Católica? E o fundamentalismo protestante, por que a considera entre um dos seus sete inimigos? Vejamos:
A maçonaria segundo o dicionário, é uma sociedade filantrópica secreta, que usa como símbolos os instrumentos do pedreiro e do arquiteto. A palavra deriva do
Sânscrito “matya” = clube, do alemão “metz”= cortador de pedra, do francês “maçon”= pedreiro. Assim, a maçonaria seria o clube dos pedreiros, ou dos cortadores de pedra. Na sociedade moderna a maçonaria é uma sociedade de homens livres e de bons costumes que visa destacar a dignidade do homem pelo respeito à família, à pátria e ao supremo criador do universo, Deus.
Historicamente, a maçonaria pode ser vista como maçonaria operativa e maçonaria especulativa. Denomina-se operativa a maçonaria desde suas origens no Egito antigo, mesopotâmia, em Israel, na Grécia, em Roma, até a Revolução Francesa em 1789. A parti daí, as mudanças culturais, sociais, políticas e econômicas começaram a dar origem a uma nova sociedade. A maçonaria que atuou nos bastidores de todas essas mudanças, entendeu haver chegado o tempo de sair da fase operativa para a fase especulativa. Esta é a fase atual da maçonaria. No lugar de manter uma sociedade de pedreiros, mantém-se uma sociedade que estuda o homem como construtor de uma nova ordem moral, social e espiritual dentro do universo criado por Deus. Os instrumentos do pedreiro são apenas símbolos nesta nova construção. A maçonaria operativa, especialmente no Egito, construiu-se sobre esta trilogia: Sabedoria, união e prosperidade. Na Mesopotâmia: Sabedoria, justiça e refeição. Na Grécia: Terra, fogo e ar. Em Roma: Fé, cooperação e caridade. Quanto à maçonaria especulativa ou moderna, se fundamenta em liberdade, igualdade e fraternidade.
Quanto à filosofia maçônica, entende-se o seu sistema de ética velado em símbolos e alegorias, que visa aperfeiçoar o caráter do homem. Esse aperfeiçoamento acontece gradativamente, a partir das instruções que são ministradas em escala progressiva, ascendente, por meio de iniciação própria em cada grau. Por isso os ensinos maçônicos são distribuídos em graus ascendentes “pari passu” ao aperfeiçoamento individual, e à classificação desses graus segundo o tipo de ensino que incorporam. Os graus 1 - 3 são denominados simbólico, 4 - 14 são inefáveis, 15 - 18 são capitulares, 19 - 30 são filosóficos e 31 - 33 são os administrativos.
A loja simbólica trabalha a personalidade transitória. A loja inefável trabalha a personalidade emotiva. A loja capitular trabalha a personalidade sensitiva. A loja filosófica trabalha a personalidade intelectiva e a loja administrativa trabalha a personalidade transcendental. Em sua filosofia, a maçonaria incentiva a compreensão de três temas básicos: a vida, o trabalho e a morte. O homem perfeito é aquele que sabe viver e sabe morrer, tendo no trabalho a sustentação da vida e da morte.
Quanto aos Ritos, podemos constatar na maçonaria universal algumas dezenas, destacando-se como os mais conhecidos: o Rito de Iorque, na Inglaterra, o Rito de Schroder, na Alemanha, o Rito de Adonirâmita, na Birmânia e o Rito Escocês Antigo e aceito, usado no mundo todo, inclusive no Brasil. A palavra rito, na maçonaria, é entendida como um conjunto de regras segundo as quais são realizadas as cerimônias de comunicação dos graus, dos sinais, dos toques e das palavras, bem como todas as instruções secretas daí decorrentes. Todo o cerimonial maçônico é realizado dentro de um ritual parecido com o ritual da missa na igreja católica. Tudo é simbólico, desde a veste, as insígnias e os instrumentos usados. Palavras, frases e gestos, tudo tem sentido representativo.
A maçonaria, a semelhança das religiões antigas, tem seus ensinamentos divididos em secretos e públicos ou esotéricos e exotéricos os esotéricos são ministrados de forma mística, através de mitos e alegorias, contos e parábolas. Os exotéricos são ministrados através de conferencias, cursos, meios de comunicação e são destinados ao grande público. O segredo da maçonaria propriamente dito é a sua linguagem codificada, que permite aos maçons se comunicar entre si, de acordo com o seu grau.
A igreja cristã e a maçonaria mantiveram um bom relacionamento até que em 28/09/1738 o papa clemente XII, na encíclica “In Emineti”, condenou a maçonaria, por que os princípios de justiça pregados pela maçonaria em sua trilogia: liberdade igualdade e fraternidade se chocavam frontalmente com os interesses da igreja católica da época. A partir daí, os papas, Pio VII, Leão XII, Pio IX, Leão XXIII, Clemente XII, e Bento XIV, repetiram à condenação a maçonaria. O papa João XXIII, porém, em 1963, com a encíclica “Paz na terra” retirou a condenação imposta a maçonaria, dirigindo uma oração as maçons que inicia com estas palavras: “ Senhor e grande arquiteto do universo, nos humilhamos aos Teus pés e invocamos o Teu perdão pela heresia que, no decorrer dos séculos, nos impediu de reconhecer em nossos irmãos maçons os Teus fiéis prediletos.” Os protestantes, especialmente os batistas, ao longo de sua história sempre mantiveram um bom relacionamento com a maçonaria. A partir de 1919, os fundamentalistas que hoje permeiam todos os grupos protestantes, colocaram a maçonaria entre seus setes inimigos. E por essa razão que nestes últimos tempos temos constatado cartas, artigos, panfletos e livros procurando qualificar a maçonaria como uma entidade maléfica, prejudicial à igreja, à qual os cristãos devem combater.
A maçonaria ensina a existência de um principio criador, uma indefinida força criadora, sob a denominação de grande arquiteto do universo: G.A.D.U.
Esse GADU pode representar qualquer Deus, dependendo da religião de cada maçon. Permite assim, que cada um dos seus iniciados, busque os fundamentos de sua fé nas escrituras de sua própria religião.
O que me foi dado é tanto, que posso repartir com qualquer um.
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